Acidente no metro de Valência
Entre 34 a 36 pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas - 32 das quais continuam hospitalizadas - na sequência do acidente no metropolitano de Valência (Espanha), disse à agência Lusa fonte do governo valenciano.
Um cidadão português, que viajava na primeira carruagem da composição acidentada e não sofreu quaisquer ferimentos foi, mesmo assim, levado para um hospital onde recebeu "apoio psicológico", explicou à Lusa António Delgado, chanceler do consulado português em Barcelona.
"Ele foi assistido no hospital geral de Valência por problemas psicológicos. Viajava no comboio que sofreu o acidente e precisou de assistência psicológica. Mas já foi para casa", acrescentou.
"Conversei brevemente com ele. Ele estava muito chocado, começou a chorar", explicou, referindo que a identidade das vítimas mortais só deverá ser conhecida na terça-feira.
Uma fonte do gabinete do secretário de Estado das Comunidades disse à Lusa que Portugal está em contacto com as autoridades espanholas para acompanhar a situação.
A fonte governamental valenciana contactada pela Lusa referiu que além dos dois feridos em estado crítico, há ainda cinco pessoas em estado grave, entre os quais o condutor da composição.
Em declarações aos jornalistas no local do acidente, Vicente Rambla, porta-voz do Governo, disse que o número total de vítimas mortais do sinistro só será conhecido dentro de algumas horas já que alguns dos corpos permanecem dentro da composição.
Os cadáveres das vítimas começaram a ser trasladados para o Instituto de Medicina Legal em Valência, onde nas últimas horas se concentraram dezenas de pessoas desesperados por saber informações sobre familiares e amigos.
Até ao momento as autoridades ainda não revelaram a identidade de nenhuma das vítimas do acidente que segundo a polícia e o Governo valenciano foi provocado por excesso de velocidade e problemas numa das rodas da primeira das quatro carruagens da composição.
As autoridades disponibilizaram já equipas para apoio psicológico aos sobreviventes e aos familiares das vítimas, com alguns elementos a trabalharem num serviço de atendimento telefónico criado para prestar informações sobre o acidente.
Quanto à identificação das vítimas mortais, o processo será mais demorado, uma vez que alguns dos corpos estão irreconhecíveis, segundo explicou Rambla, notando que os especialistas de medicina forense contam ter as autópsias concluídas até terça-feira.
Quatro equipas forenses foram criadas para o processo de identificação das vítimas e para as necessárias autópsias.
Nas últimas horas têm chegado várias mensagens de condolências de dentro e de fora de Espanha às autoridades valencianas que montaram no local do acidente, na zona sul da cidade de Valência, hospitais de campanha e outras estruturas de apoio.
O Parlamento Europeu observou hoje um minuto de silêncio em memória das vítimas do acidente que ocorreu pouco depois das 13:00 na linha 1 do Metro de Valência, uma linha que em Setembro tinha já registado outro acidente e que desde então foi submetida a obras.
O trânsito na zona próximo da estação de Jesus foi cortado para permitir que as operações de emergência decorressem mais facilmente o que provocou caos no trânsito da capital desta comunidade autónoma espanhola.
Em declarações aos jornalistas o presidente da Audiência Nacional em Valência, Pedro Castellano, confirmou que o condutor da composição sinistrada deverá ser uma das primeiras testemunhas ouvidas pela juíza de instrução.
O presidente do governo valenciano Francisco Camps, anunciou que vão ser decretados três dias de luto nacional na Comunidade Valenciana, referindo que apelou já ás autoridades para que as vítimas sejam identificadas o mais rapidamente possível.