Acusação da Turquia. "Alguns países da NATO querem que a guerra continue"

por RTP
O ministro turco dos Negócios Estrangeiros acusa alguns países-membros da NATO de pretenderem que a guerra na Ucrânia se prolongue Murad Sezer - Reuters

O ministro turco dos Negócios Estrangeiros afirma que alguns países-membros da NATO pretendem que guerra na Ucrânia perdure, de modo causar a erosão das capacidades da Rússia. Em entrevista à filial turca da CNN, Mevlut Çavusoglu lamenta a escassez de resultados dos esforços de mediação levados a cabo por Ancara.

"Há alguns países no seio da NATO que querem que a guerra na Ucrânia continue. Eles pensam que, se a guerra continuar, a Rússia ficará enfraquecida. A situação na Ucrânia pouco importa para eles", sustentou Çavusoglu. Çavusoglu lamentou a escassez de resultados de sucessivas tentativas de mediação, por parte da Turquia, país-membro da NATO, entre russos e ucranianos.

"Esperávamos que algo saísse da reunião em Antalya. Foi uma reunião importante para ambas as partes. Após as conversações em Istambul, a nossa esperança aumentou, mas quando chegaram as imagens do massacre [em Bucha], afastaram-se do acordo de Istambul. Por agora ainda estão a negociar", disse o governante turco.

Mevlut Çavusoglu contrapôs que os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, "podem encontrar-se a qualquer momento": "Uma reunião de líderes está a ser discutida à mesa de negociações. Se ocorrer, pode ser em Istambul ou Antalya". "Décadas" para "restaurar a confiança"
No início da semana, o chefe da diplomacia turca havia dito que "restaurar a confiança" com Moscovo levaria "décadas".

"Reconstruir tudo isto levará tempo. Serão possivelmente necessárias décadas para restaurar a confiança. Estamos a assistir ao início de uma nova guerra fria", apontou Çavusoglu.

"Apesas dos desenvolvimentos no terreno, pensamos que ainda há lugar para a diplomacia", vincou na passada terça-feira o ministro turco, durante uma conferência de imprensa conjunta, em Ancara, com o homólogo húngaro, Peter Szijjarto.

A Turquia acolheu já duas rondas de negociações entre ministeriais entre russos e ucranianos - a primeira a 10 de março, em Atanlya, e uma segunda a 29 de março, em Istambul.

c/ agências

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