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Afeganistão. Talibãs fazem "caça ao homem" de porta em porta
Os talibãs intensificaram as buscas por pessoas que trabalhavam para as forças da NATO ou para o anterior Governo afegão, alerta um documento da ONU. Os militantes do grupo extremista têm ido de porta em porta para encontrar os alvos e ameaçar os seus familiares.
Quando assumiram o poder numa ofensiva relâmpago, os talibãs tentaram tranquilizar os afegãos, prometendo que “não haveria vingança”. Há, no entanto, um medo crescente face À diferença entre promessas e ações.
O alerta de que o grupo tinha como alvo “colaboradores” surgiu num documento oficial do Centro Norueguês de Análises Globais RHIPTO, que fornece dados à ONU.
“Há um grande número de pessoas que estão a ser alvo dos talibãs e a ameaça é cristalina” afirmou Christian Nellemann, um dos responsáveis do RHIPTO, à BBC.
“Está escrito que, a menos que se entreguem, os talibãs vão prender, processar, interrogar e punir os familiares em nome dessas pessoas”, acrescentou.
Christian Nellemann adverte ainda que qualquer pessoa que conste da lista negra do grupo fundamentalista corre sério perigo e que poderá haver execuções em massa. Retirada de cidadãos estrangeiros
As potências internacionais continuam os esforços para retirar os seus cidadãos do Afeganistão. Um funcionário da NATO afirmou que mais de 18 mil pessoas foram retiradas nos últimos cinco dias do aeroporto de Cabul.
E cerca de seis mil, entre os quais ex-intérpretes das forças armadas estrangeiras, estão de prontidão para embarcar. O objetivo é duplicar os esforços de retirada durante o fim de semana, acrescentou o responsável da NATO à BBC.
Na quinta-feira, três mil pessoas deixaram o aeroporto de Cabul a bordo de 16 aviões militares C-17, de acordo com o funcionário, que não quis ser identificado, citado pela agência Efe.
Desses, 350 eram cidadãos norte-americanos, sendo os restantes familiares destes, colaboradores afegãos e família, além de afegãos considerados "vulneráveis".
O total de transportados pelos Estados Unidos nas últimas 24 horas poderá no entanto ser superior, já que durante esse período saíram do Afeganistão 11 voos charter, cujos passageiros ainda não foram contabilizados.
O Facebook, que baniu os talibãs de todas as aplicações detidas pela plataforma, anunciou medidas para proteger os utilizadores vulneráveis no Afeganistão, onde o grupo fundamentalista islâmico tomou o poder.
"Na última semana, as nossas equipas têm vindo a trabalhar 24 horas por dia para fazer tudo o que podemos para ajudar a manter as pessoas seguras", disse o diretor dos regulamentos de segurança do grupo, Nathaniel Gleicher, citado pela agência France Presse (AFP).
Seguindo recomendações de ativistas de Direitos Humanos, jornalistas e organizações não-governamentais (ONG), a rede social introduziu uma função que permite ao utilizador bloquear a conta "num só clique".
O bloqueio impede que as pessoas que não fazem parte dos contactos do utilizador descarreguem ou partilhem a sua imagem do perfil ou vejam conteúdo publicado.
Além disso, foi temporariamente removida a possibilidade de ver a "lista de amigos" de um utilizador e de procurar perfis de contas do Facebook no Afeganistão, dificultando a busca de pessoas procuradas pelos talibãs, acrescentou Gleicher.
Os utilizadores do Instagram no Afeganistão receberão notificações sobre a forma de proteger as contas.
A plataforma disse ter uma equipa de peritos dedicados, que falam as línguas do país, para ajudar a identificar possíveis problemas.
Na terça-feira, o Facebook encerrou uma linha direta criada pelos talibãs no WhatsApp para responder a potenciais queixas de afegãos.
"Somos obrigados a cumprir as leis de sanções dos EUA. Isto inclui a proibição de contas que se apresentam como contas oficiais dos talibãs", afirmou um porta-voz do WhatsApp.
O Twitter ainda não tomou nenhuma posição em relação a este assunto. “Resistimos sempre às potências estrangeiras”
O regime talibã afirma querer o reconhecimento político da comunidade internacional, mas também já garantiu que, se for atacado, não se renderá.
“A nossa exigência é que a América, a Europa e outros países lidem connosco politicamente”, afirmou Zabihullah Mujahid.
No entanto, o porta-voz dos talibãs recorda: “Ficou provado nos últimos 100 anos que nós resistimos sempre às potências estrangeiras. Não aceitamos os que falam de uma posição de força e não nos renderemos às armas”. “Temos sucesso contra as novas tecnologias”, acrescentou.
O alerta de que o grupo tinha como alvo “colaboradores” surgiu num documento oficial do Centro Norueguês de Análises Globais RHIPTO, que fornece dados à ONU.
“Há um grande número de pessoas que estão a ser alvo dos talibãs e a ameaça é cristalina” afirmou Christian Nellemann, um dos responsáveis do RHIPTO, à BBC.
“Está escrito que, a menos que se entreguem, os talibãs vão prender, processar, interrogar e punir os familiares em nome dessas pessoas”, acrescentou.
Christian Nellemann adverte ainda que qualquer pessoa que conste da lista negra do grupo fundamentalista corre sério perigo e que poderá haver execuções em massa. Retirada de cidadãos estrangeiros
As potências internacionais continuam os esforços para retirar os seus cidadãos do Afeganistão. Um funcionário da NATO afirmou que mais de 18 mil pessoas foram retiradas nos últimos cinco dias do aeroporto de Cabul.
E cerca de seis mil, entre os quais ex-intérpretes das forças armadas estrangeiras, estão de prontidão para embarcar. O objetivo é duplicar os esforços de retirada durante o fim de semana, acrescentou o responsável da NATO à BBC.
Fora do aeroporto a situação contínua caótica. Os talibãs estão a bloquear os afegãos que tentam fugir do país. Há um vídeo que mostra uma mãe em desespero a entregar o filho a um soldado.
EUA já retiraram nove mil pessoas
Os EUA retiraram três mil pessoas do Afeganistão nas últimas 24 horas, elevando para nove mil o total de indivíduos que Washington conseguiu fazer sair do país desde 14 de agosto, disse um funcionário da Casa Branca.
Na quinta-feira, três mil pessoas deixaram o aeroporto de Cabul a bordo de 16 aviões militares C-17, de acordo com o funcionário, que não quis ser identificado, citado pela agência Efe.
Desses, 350 eram cidadãos norte-americanos, sendo os restantes familiares destes, colaboradores afegãos e família, além de afegãos considerados "vulneráveis".
O total de transportados pelos Estados Unidos nas últimas 24 horas poderá no entanto ser superior, já que durante esse período saíram do Afeganistão 11 voos charter, cujos passageiros ainda não foram contabilizados.
Os números continuam, para já, a ficar aquém das expectativas do Pentágono, que pretendia transportar entre cinco mil a nove mil pessoas por dia a partir do aeroporto de Cabul.Redes sociais bloqueadas
O regime talibã decidiu cancelar o acesso às redes socias sem aviso prévio.
O Facebook, que baniu os talibãs de todas as aplicações detidas pela plataforma, anunciou medidas para proteger os utilizadores vulneráveis no Afeganistão, onde o grupo fundamentalista islâmico tomou o poder.
"Na última semana, as nossas equipas têm vindo a trabalhar 24 horas por dia para fazer tudo o que podemos para ajudar a manter as pessoas seguras", disse o diretor dos regulamentos de segurança do grupo, Nathaniel Gleicher, citado pela agência France Presse (AFP).
Seguindo recomendações de ativistas de Direitos Humanos, jornalistas e organizações não-governamentais (ONG), a rede social introduziu uma função que permite ao utilizador bloquear a conta "num só clique".
O bloqueio impede que as pessoas que não fazem parte dos contactos do utilizador descarreguem ou partilhem a sua imagem do perfil ou vejam conteúdo publicado.
Além disso, foi temporariamente removida a possibilidade de ver a "lista de amigos" de um utilizador e de procurar perfis de contas do Facebook no Afeganistão, dificultando a busca de pessoas procuradas pelos talibãs, acrescentou Gleicher.
Os utilizadores do Instagram no Afeganistão receberão notificações sobre a forma de proteger as contas.
A plataforma disse ter uma equipa de peritos dedicados, que falam as línguas do país, para ajudar a identificar possíveis problemas.
Na terça-feira, o Facebook encerrou uma linha direta criada pelos talibãs no WhatsApp para responder a potenciais queixas de afegãos.
"Somos obrigados a cumprir as leis de sanções dos EUA. Isto inclui a proibição de contas que se apresentam como contas oficiais dos talibãs", afirmou um porta-voz do WhatsApp.
O Twitter ainda não tomou nenhuma posição em relação a este assunto. “Resistimos sempre às potências estrangeiras”
O regime talibã afirma querer o reconhecimento político da comunidade internacional, mas também já garantiu que, se for atacado, não se renderá.
“A nossa exigência é que a América, a Europa e outros países lidem connosco politicamente”, afirmou Zabihullah Mujahid.
No entanto, o porta-voz dos talibãs recorda: “Ficou provado nos últimos 100 anos que nós resistimos sempre às potências estrangeiras. Não aceitamos os que falam de uma posição de força e não nos renderemos às armas”. “Temos sucesso contra as novas tecnologias”, acrescentou.
c/ agências