Armas para Israel. Nicarágua propõe-se "sentar" Alemanha no Tribunal Internacional de Justiça

por Cristina Santos - RTP
Embaixador da Nicarágua Reuters

O pedido foi entregue esta segunda-feira e tem como objetivo que o TIJ ordene a Berlim que suspenda as exportações de armas militares para Israel e reverta a sua decisão de parar o financiamento da agência da ONU para os refugiados palestinianos, UNRWA.

De acordo com a exposição do caso feita pelo embaixador Carlos Jose Arguello Gomez, há um sério risco de genocídio em Gaza, o que significa, afirma o representante da Nicarágua, que a Alemanha violou a Convenção do Genocídio de 1948 ao continuar a fornecer armas a Israel, depois de os juízes do Tribunal Internacional de Justiça terem reconhecido como plausível que Israel estivesse a violar alguns direitos, fixados na Convenção, durante o ataque a Gaza.
“Não pode haver dúvida de que a Alemanha (…) estava bem consciente, e está bem consciente, pelo menos do sério risco de genocídio que está a acontecer”, na Faixa de Gaza, afirmou o embaixador.

Arguello Gomez lembrou que os estados signatários da Convenção do Genocídio, como a Alemanha, também têm o dever de o prevenir.

Enquanto o Governo israelita continua a negar as acusações de genocídio, em reação a esta queixa apresentada pela Nicarágua contra a Alemanha, Berlim afirma que o caso apresentado pela Nicarágua não tem fundamento.

A Alemanha vai responder às acusações na terça-feira.

Desde os ataques do Hamas, a 7 de outubro, que mataram 1.200 israelitas, que a Alemanha tem sido um dos aliados mais leais de Israel.Os alemães são também dos maiores exportadores de armas, ao enviar equipamento militar e armas no valor de 326,5 milhões de euros para Israel, segundo dados do Ministério alemão da Economia.

O caso da Nicarágua no TIJ baseia-se num caso de genocídio movido pela África do Sul contra Israel.

Os principais doadores da UNRWA, incluindo os Estados Unidos e a Alemanha, suspenderam o financiamento após acusações de que cerca de 12 dos milhares de funcionários palestinianos eram suspeitos de envolvimento nos ataques de 7 de outubro.
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