Mundo
Guerra na Ucrânia
Berlim anuncia fim de restrições no uso de armas na Rússia, Kremlin alerta para "decisão bastante perigosa"
O chanceler alemão, Friedrich Merz, anunciou esta segunda-feira que a Alemanha deixou de exigir à Ucrânia que não utilize armas alemãs contra alvos militares em território russo. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, qualificou esta decisão como "bastante perigosa" e contrária às aspirações de Moscovo em alcançar "um acordo político".
"Se estas decisões foram efetivamente tomadas, são absolutamente contrárias às nossas aspirações de chegar a um acordo político (...). Trata-se, portanto, de uma decisão bastante perigosa", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, num vídeo divulgado pelos meios de comunicação social russos.
É a resposta ao chanceler alemão, Friedrich Merz, que hoje afirmou que os principais aliados da Ucrânia, Alemanha incluída, já não iriam impor restrições no fornecimento de armas a Kiev.
"Já não há limites de alcance para as armas fornecidas à Ucrânia. Nem pelos britânicos, nem pelos franceses, nem por nós. Nem pelos norte-americanos”, afirmou Merz em entrevista à televisão pública alemã.
“Isto significa que a Ucrânia pode agora defender-se, por exemplo, atacando posições militares na Rússia (...) o que não fazia há algum tempo, com algumas exceções. Agora pode fazê-lo", acrescentou o líder alemão.
É a resposta ao chanceler alemão, Friedrich Merz, que hoje afirmou que os principais aliados da Ucrânia, Alemanha incluída, já não iriam impor restrições no fornecimento de armas a Kiev.
"Já não há limites de alcance para as armas fornecidas à Ucrânia. Nem pelos britânicos, nem pelos franceses, nem por nós. Nem pelos norte-americanos”, afirmou Merz em entrevista à televisão pública alemã.
“Isto significa que a Ucrânia pode agora defender-se, por exemplo, atacando posições militares na Rússia (...) o que não fazia há algum tempo, com algumas exceções. Agora pode fazê-lo", acrescentou o líder alemão.
Friedrich Merz não detalhou, no entanto, o que representa o fim dessas restrições nem quando é que cada país, incluindo a Alemanha, tomou esta decisão, o que lançou a confusão sobre se esta é uma deliberação recente de Berlim e restantes aliados.
Em novembro de 2024, o antigo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tinha dado luz verde a Kiev para o uso de mísseis táticos de longo alcance contra alvos na Rússia. Também em novembro do último ano, a Ucrânia recorreu a mísseis Storm Shadow, do Reino Unido, para atacar a Rússia.
Já na Alemanha, o antecessor de Merz na liderança do Governo alemão, Olaf Scholz, recusou-se a ceder mísseis de cruzeiro Taurus por receio de uma escalada do conflito.
No início de maio, antes de tomar posse como chanceler, Friedrich Merz tinha assumido uma posição favorável quanto à entrega destes mísseis, com um alcance superior a 500 quilómetros. Até ao momento, Berlim forneceu armas à Ucrânia com um alcance máximo de 70 quilómetros.
O anúncio do chanceler alemão surge no mesmo dia em que Moscovo realizou uma nova investida em território ucraniano com mais de 350 drones e nove mísseis de cruzeiro. Estes ataques atingiram as regiões de Kiev, Kharkhiv e Odessa e provocaram pelo menos 12 mortos.
(com agências)