Foi uma “mensagem clara” de que Donald Trump dispõe de “muitas opções militares para derrotar qualquer ameaça”, nas palavras do Pentágono. Bombardeiros dos Estados Unidos, escoltados por caças, cruzaram este sábado espaço aéreo internacional sobre águas a leste da Coreia do Norte.
Segundo o Pentágono, os bombardeiros partiram de Guam e os caças F-15C de Okinawa, no Japão.
“Esta missão é uma demonstração da determinação dos Estados Unidos e uma clara mensagem de que o Presidente tem muitas opções militares para derrotar qualquer ameaça”, afirmou Dana White, porta-voz do Pentágono.
“Estamos preparados para usar todo o alcance das nossas capacidades militares para defender o território dos Estados Unidos e os nossos aliados”, acrescentou, ainda sobre a missão dos bombardeiros B-1B Lancer.
Este gesto por parte de Washington tem lugar ao cabo de uma semana de nova escalada da retórica belicista entre o regime de Kim Jong-un e a Administração de Donald Trump. Semana que culminou com o Presidente norte-americano a chamar “louco” ao líder do regime de matriz estalinista, depois de este o ter considerado um “perturbado mental”.
Na ONU, o chefe da diplomacia norte-coreana multiplicou entretanto os epítetos dirigidos a Trump, referindo-se ao Presidente dos Estados Unidos como um “megalómano”, ou um “rei mentiroso”. Ri Yong Ho classificou mesmo o atual inquilino da Casa Branca como “uma das maiores ameaças à paz”.
Um sismo na Coreia do Norte
O regime norte-coreano levou a cabo no passado dia 3 de setembro o sexto ensaio nuclear, tido como o mais amplo de sempre. Lançou também dezenas de mísseis ao longo deste ano. Mantém ainda sobre a mesa a ameaça de um teste com uma bomba de hidrogénio sobre o Pacífico.
Este sábado um sismo de magnitude 3.5 na escala de Richter, a pouca profundidade, abalou a Coreia do Norte. Um acontecimento que pode estar associado ao ensaio nuclear do início do mês. De acordo com a Organização do Tratado de Interdição Completa de Ensaios Nucleares, com sede em Viena, ter-se-á mesmo tratado de uma réplica sísmica desse teste.
“A hipótese mais provável neste momento é que se trate de uma consequência do evento precedente, que foi de uma amplitude importante e que pode agora ter repercussões numa zona de fratura”, explicou Lassina Zerbo, número um da organização, em declarações à France Presse.
O terramoto ocorreu a cerca de 20 quilómetros do local onde o regime norte-coreano efetua os seus testes nucleares. O próprio ensaio do início de setembro, que Pyongyang disse estar relacionado com o desenvolvimento de uma Bomba H a ser transportada por um míssil, causou um sismo de magnitude 6,3.
Já a agência meteorológica da Coreia do Sul considera que o abalo deste sábado foi um fenómeno natural.