Boris Johnson. Inglaterra sai do confinamento "com cautela mas irrevogavelmente"

por RTP
O primeiro-ministro britânico Boris Johnson apresentou a 22 de fevereiro de 2021 um calendário para retirar a Inglaterra do confinamento causado pela Covid-19, "com cautela e irrevogavelmente" Reuters

O primeiro-ministro britânico anunciou esta tarde as várias etapas de um calendário que visa garantir o levantamento faseado do confinamento a que a pandemia de Covid-19 obrigou, com a máxima cautela até porque "a ameaça se mantém considerável", sublinhou.

"Este calendário irá guiar-nos com cautela mas irrevogavelmente para fora do confinamento", garantiu Boris Johnson, ao explicar a estratégia governamental.
"Conseguimos dar estes passos graças à resolução do povo britânico e ao êxito extraordinário do NHS (o Serviço Nacional de Saúde britânico) na vacinação de mais de 17.5 milhões de pessoas em todo o Reino Unido".


Também as vacinas que, "de acordo com os dados, se têm mostrado eficazes contra as variantes dominantes" do SARS-CoV-2, com "um bom nível de proteção", sobretudo quanto à vacina da AstraZeneca, justificam o otimismo do líder conservador, que tem vindo a ser pressionado para aliviar as restrições impostas a todo o Reino Unido.

"O programa de vacinação fez pender as probabilidades dramaticamente a nosso favor", reconheceu Boris Johnson. O primeiro-ministro britânico prometeu que serão desenvolvidas vacinas adequadas às variantes "que se escaparem às atuais".

"O fim está mesmo à vista", acrescentou, com "simpatia" para com "a exaustão e o stress" provocados por "tão longo confinamento".
Fronteiras fechadas até 17 de maio
Aos que gostariam de "ir mais depressa", Boris Johnson deixou avisos, já que "os modelos demonstram que o levantamento do confinamento irá levar ao aumento das infeções e dos óbitos e haverá sempre pessoas vulneráveis não protegidas pelas vacinas".O atual período de restrições apertadas foi imposto a cinco de janeiro de 2021. Com quase 130 mil óbitos com Covid-19, o quinto balanço mortal mais elevado do mundo, o Reino Unido regista também a pior quebra em 300 anos da sua economia.

A Inglaterra deverá começar a aliviar as restrições já dia 8 de março, com o regresso às aulas presenciais dos mais novos e encontros limitados a duas pessoas nos espaços públicos.

O calendário prevê ao todo quatro etapas, com um intervalo de cinco semanas entre elas e com o último passo, do levantamento total do confinamento, a não acontecer antes de dia 21 de junho na melhor hipótese. Aplica-se a todo o país, exceto em caso de surtos de uma nova variante que obrigue a medidas específicas de controlo.

As fronteiras internacionais do Reino Unido, por exemplo, só serão abertas a partir de 17 de maio, se for possível e considerado prudente numa análise já marcada para dia 12 de abril e numa nova machadada ao setor da aviação.

Não sendo possível um mundo com "zero-Covid", o calendário hoje apresentado irá "levar-nos no caminho de sentido único ate à liberdade", garantiu Boris Johnson, embora "a cada etapa as decisões irão basear-se em dados e não em datas".
Manter empregos e "abraçar empresas"
O regresso à normalidade irá depender de quatro revisões e à medida que o plano for decorrendo, os deputados britânicos terão oportunidade de votar a cada etapa nas restrições específicas abrangidas.

As pessoas deverão continuar em teletrabalho até ao fim, recomendou ainda o primeiro-ministro britânico, para garantir que não irá "puxar o tapete" nos apoios sociais. "Faremos todo o possível para manter empregos e os meios de subsistência", garantiu Boris Johnson e "iremos continua a abraçar as empresas", incluindo as companhias aéreas.
"Se tudo correr bem e respeitarmos o calendário, há boas hipóteses de recuperação da indústria da aviação mais para o final do ano", referiu o primeiro-ministro.


As medidas específicas para o setor financeiro deverão ser anunciadas na próxima semana pelo ministro das Finanças.

As autoridades da Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, que têm autonomia no setor de saúde da sua população, também preveem começar a aliviar nos próximos meses as restrições impostas devido à pandemia.
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