Brasil recebe ingredientes para preparar um milhão de doses da CoronaVac

por Lusa
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Um total de 600 litros de ingredientes que serão usados para preparar um milhão de doses da `CoronaVac`, vacina do laboratório chinês Sinovac contra a covid-19, ainda a ser testada, chegou hoje à cidade brasileira de São Paulo.

O lote soma-se às 120 mil doses prontas recebidas por São Paulo há duas semanas, quando começaram as entregas das 46 milhões de doses compradas pelo governo regional para atender a população do estado.

Os insumos para a fabricação da `CoronaVac`, cuja produção e aplicação serão coordenadas pelo Instituto Butantan, principal centro de referência imunológica do Brasil, aterraram esta manhã no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

"Viemos aqui para receber mais um lote da vacina `CoronaVac`, a do Butantan, a vacina que vai salvar a vida de milhões de brasileiros", disse o governador de São Paulo, João Doria, após a chegada dos suprimentos.

A matéria-prima que será utilizada na preparação da vacina foi acondicionada em três bolsas de 200 litros cada e colocada em refrigeração a temperaturas de 2 a 8 graus celsius.

Durante o processo de produção, que será feito ininterruptamente, os insumos serão embalados pelo Butantan em frascos multidose, procedimento que deve durar de quatro a sete dias e envolverá diretamente cerca de 40 funcionários do Instituto.

"Estamos completando mais uma etapa fundamental para que a vacina esteja disponível em tempo recorde para os brasileiros. A tecnologia e a experiência do Butantan nos permitem fazer parte do processo de produção em nossa própria fábrica e estamos trabalhando para produzir a vacina em breve na íntegra", disse o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, que também recebeu o lote no aeroporto de Guarulhos.

Antes de iniciar a fabricação no Butantan, os insumos da `CoronaVac` passarão por testes de avaliação para validar a qualidade do produto e do processo de produção.

A vacina chinesa só estará disponível para a população brasileira quando for verificada a sua eficácia, o que deve ocorrer após a conclusão da terceira fase dos estudos clínicos, e posterior aprovação e registo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Brasil.

O imunizante está em fase final de testes clínicos em humanos no Brasil e deve ter os resultados de eficácia anunciados na primeira quinzena de dezembro.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (mais de 6,4 milhões de casos e 174.515 óbitos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.482.240 mortos resultantes de mais de 63,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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