Brasil recomenda suspensão da vacinação com AstraZeneca em grávidas

por Lusa
Reuters

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão regulador de medicamentos no Brasil, pediu na madrugada de hoje a suspensão da aplicação da vacina da AstraZeneca em mulheres grávidas.

Num comunicado, a agência frisou que a orientação "é que a indicação da bula da vacina da AstraZeneca seja seguida pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). Esta recomendação é resultado da monitorização de eventos adversos feito de forma constante sobre as vacinas contra a covid-19 em uso no país".

"O uso `off label` de vacinas, ou seja, em situações não previstas na bula, só deve ser feito mediante avaliação individual por um profissional de saúde que considere os riscos e benefícios da vacina para a paciente. A bula atual da vacina contra covid-19 da AstraZeneca não recomenda o uso da vacina sem orientação médica", acrescentou a Anvisa.

Segundo informações divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo, o Ministério da Saúde do Brasil está a investigar o caso de uma gestante que morreu no Rio de Janeiro após ter sido imunizada com a vacina AstraZeneca.

Em nota enviada ao jornal, o ministério confirmou que "foi notificado pelas secretarias de Saúde Municipal e Estadual do Rio de Janeiro e investiga o caso", destacou que "a ocorrência de eventos adversos é extremamente rara" e acrescentou que "reavalia a imunização no grupo de gestantes sem comorbidades".

Os estados brasileiros de São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso informaram que já paralisaram a vacinação de mulheres grávidas.

Em março, O Governo brasileiro incluiu mulheres grávidas e puérperas (mulheres no período pós-parto) com comorbidades no grupo prioritário para receber vacinas contra a covid-19 em devido ao aumento de mortes causadas pela doença nesta parcela da população.

Em abril, a inclusão foi estendida a todas as mulheres grávidas.

Entre janeiro e abril de 2021, 433 gestantes ou puérperas perderam suas vidas infetadas por covid-19 no Brasil, número muito elevado quando comparado aos 546 óbitos registados nestes grupos em todo o ano passado, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde brasileiro.

O Brasil registou um total de 423.229 óbitos e 15.209.990 infeções desde o início da pandemia de covid-19.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.306.037 mortos no mundo, resultantes de mais de 158,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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