"Break Break". O pedido de emergência do piloto do Boeing 737 Max

por Alexandre Brito - RTP
Imagem de um Boeing 737 Max Joshua Roberts - Reuters

O comandante do avião da Ethiopian Airlines que se despenhou viu-se confrontado com uma emergência pouco depois de ter levantado voo. Uma fonte citada pelo New York Times revelou que as comunicações com a torre de controlo foram breves e num tom de pânico. Sinal de que algo estava a correr muito mal. O registo de voo mostra que o avião teve oscilações rápidas e inesperadas. Tudo indica que estará ligado ao sistema automático deste 737 conhecido como MCAS.

“Break Break, request back to home”. As palavras são do comandante do Boeing 737 Max da Ethiopian Airlines que se despenhou no domingo. A comunicação acontece três minutos depois de o aparelho ter levantado voo do aeroporto.

O piloto alertou, num tom de voz de pânico, diz o jornal norte-americano The New York Times, a torre de controlo para a situação de emergência ao mesmo tempo que pedia para regressar ao aeroporto.

De acordo com a fonte do jornal norte-americano, os controladores aéreos já tinham percebido que algo anormal estava a acontecer com o Boeing, uma vez que estava a oscilar para cima e para baixo de forma rápida.

De imediato, o comandante pediu um “vetor para aterrar”, ou seja, orientação para aterrar de emergência.

O contacto entre a torre de controlo e o piloto perdeu-se cinco minutos depois de ter levantado voo. O avião acabou por cair. Todas as 157 pessoas a bordo morreram.

O acidente, o segundo com este tipo de aparelhos em poucos meses, levou a que vários países, numa primeira fase, ordenassem que o avião tinha que ficar no chão, até que as próprias autoridades norte-americanas e, finalmente, a Boeing, dessem igualmente orientações para que o avião ficasse parado enquanto não se perceber o que aconteceu.
Padrão de voo idêntico entre dois acidentes com o mesmo avião
A mudança repentina da posição da Boeing, que manteve a confiança na segurança do aparelho, pode estar relacionada com os registos de voo entretanto conhecidos e que mostram um padrão semelhante com um outro acidente, também com um Boeing 737 Max. O da companhia Lion Air, que a 29 de outubro de 2018 despenhou-se com 189 pessoas a bordo.

Os movimentos repentinos de subida e descida e as variações na velocidade dos aparelhos são muito semelhantes.

Vários especialistas acreditam que esta situação pode estar relacionada com o sistema MCAS introduzido pela Boeing nos 737 Max. Um software que responde automaticamente à leitura de sensores na frente do avião para prevenir que entre em perda. Nestes casos, o que o sistema faz é apontar o nariz do avião para baixo.
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