Brexit. União Europeia aceita adiamento até 31 de janeiro de 2020

por Joana Raposo Santos - RTP
A União Europeia já deixou claro que não irá voltar a renegociar o acordo de saída Don Emmert - Reuters

A União Europeia a 27 decidiu "aceitar o pedido do Reino Unido para uma extensão do Brexit até 31 de janeiro de 2020", confirmou esta segunda-feira o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

O anúncio de Tusk surgiu na rede social Twitter.


O presidente do Conselho Europeu acrescenta que a decisão deverá agora ser "formalizada através de um procedimento escrito".

De acordo com Donald Tusk, este prazo pode ser encurtado caso o o Parlamento ratifique, entretanto, o acordo de saída firmado pelo primeiro-ministro Boris Johnson e por Bruxelas. A União Europeia já deixou claro que não irá voltar a renegociar o acordo de saída.

Uma fonte de Downing Street avançou à agência Reuters que o Governo irá considerar sugestões propostas pelos partidos da oposição, depois de os Liberais Democratas britânicos e o Partido Nacional Escocês terem dito apoiar eleições antecipadas a 9 de dezembro.

A decisão do adiamento foi tomada esta manhã, durante uma reunião de meia hora entre os embaixadores dos 27 junto da UE, que na passada sexta-feira tinham falhado um acordo sobre a duração da nova extensão da saída do Reino Unido do bloco comunitário.

Duarte Valente, correspondente da RTP em Bruxelas

Durante o fim de semana, os embaixadores mantiveram intensos contactos diplomáticos de modo a ultrapassar os impasses existentes. Houve ainda um contacto telefónico entre Boris Johnson e Emmanuel Macron, durante o qual o primeiro-ministro terá persuadido Paris a aceitar o adiamento a que se opunha.

Boris Johnson sempre disse que não iria pedir um novo adiamento da saída do Reino Unido da União Europeia, mas viu-se forçado a fazê-lo quando o Parlamento britânico exigiu mais tempo para discutir o acordo do primeiro-ministro.

O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, considerou “positivo” que os 27 tenham concordado com um adiamento flexível do Brexit.


“Isto dá tempo ao Reino Unido de tornar claro aquilo que pretende. Entretanto, o Parlamento Europeu continuará a escrutinar o acordo de saída”, explicou.

A saída do Reino Unido da UE já tinha sido adiada por duas vezes, ainda durante o mandato da agora ex-primeira-ministra, Theresa May, que não conseguiu ver o seu acordo ratificado pelo Parlamento.
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