Candidato de Trump ao Supremo enfrenta nova acusação de assédio sexual

por RTP
Em resposta à nova acusação de abuso sexual, Kavanaugh negou que o incidente tenha ocorrido Alex Wroblewski - Reuters

Brett Kavanaugh, nomeado por Donald Trump para o Supremo Tribunal, enfrenta uma nova acusação de assédio sexual. O juiz, que tem audiência marcada para quinta-feira no Senado, nega a alegação.

O juiz nomeado para o Supremo Tribunal norte-americano enfrenta mais uma acusação de assédio sexual. A denúncia é revelada num artigo publicado este domingo pela revista The New Yorker. O alegado ato ocorreu no ano letivo académico de 1983-84.

A acusação parte de uma ex-aluna da Universidade de Yale, Deborah Ramirez, que frequentou a faculdade no mesmo período que o atual juiz. Segundo Ramirez, Kavanaugh teve um comportamento inadequado, de cariz sexual, durante uma festa na universidade. No artigo da New Yorker, é manifestada a preocupação de Ramirez em fazer a acusação, por não se lembrar na totalidade do incidente.

Em resposta à nova acusação de abuso sexual, Kavanaugh negou que o incidente tenha ocorrido.

“Este alegado evento de há 35 anos não aconteceu. As pessoas que me conheciam na altura sabem que isto não aconteceu e já o disseram. Isto é uma difamação, pura e simples. Estou ansioso para testemunhar na quinta-feira sobre a verdade e defender o meu bom nome – e a reputação de carácter e integridade que passei a vida inteira a construir – contra estas alegações de última hora”, disse o juiz.

Em declarações sobre a acusação feita por Ramirez, Kerri Kupec, porta-voz da Casa Branca reiterou que “esta alegação não confirmada com 35 anos é a mais recente de uma campanha coordenada de difamação pelos democratas destinada a derrubar um bom homem”.
Duas acusações

No seguimento da divulgação do caso de Deborah Ramirez, Dianne Feinstein, membro do Comité Judiciário do Senado, pediu um adiamento de qualquer ação tomada em relação à nomeação de Kavanaugh.

No artigo em causa, a New Yorker refere que não confirmou ainda o relato de Rodriguez com outras testemunhas oculares. A revista cita, no entanto, alguns dos antigos estudantes da Universidade de Yale que tiveram conhecimento do caso.

Esta é a segunda acusação de assédio sexual que Kavanaugh enfrenta este mês. Christine Blasey Ford acusa o juiz de tentativa de abuso sexual durante uma festa quando ambos frequentavam o ensino secundário, no início dos anos 80. O acontecimento veio a público depois de Ford ter enviado uma carta à senadora da Califórnia sob anonimato.

Christine Blasey Ford aceitou testemunhar na audiência que irá decorrer esta quinta-feira.

O Presidente dos Estados Unidos colocou em causa a acusação de Ford, ao comentar na sua conta do Twitter: “Não tenho dúvidas de que, se os ataques à Dr.ª Ford foram tão graves como ela diz, teriam existido queixas nas autoridades de aplicação de lei locais quer por parte dela como por parte dos seus pais. Peço que ela traga os documentos para que possamos aprender a data, hora e lugar!”.

O tweet de Donald Trump gerou críticas por parte de dezenas de utilizadores da rede social, que utilizaram o hashtag “#WhyIDidntReport” para denunciar casos semelhantes ao de Christine Blasey Ford.
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