Catalunha. Tribunal acusa independentistas de rebelião

por RTP
Reuters

O Supremo Tribunal acusou 13 líderes independentistas, entre os quais Carles Puigdemont, pelo crime de rebelião, punível até 25 anos de prisão. O candidato à presidência da Generalitat, Jordi Turull, é esta sexta-feira ouvido em tribunal e poderá ficar impedido de assumir a liderança do executivo catalão. Entretanto, a causa independentista sofreu uma nova baixa. A secretária-geral da Esquerda Republicana de Catalunha anunciou que vai faltar à sessão para a qual foi convocada no Supremo e que vai fugir de Espanha.

Depois de as atenções terem estado viradas para Barcelona na quarta-feira, é em Madrid que tudo acontece esta sexta-feira. O juiz do Supremo Tribunal Pablo Llarena decidiu acusar 13 líderes independentistas sob investigação pelo crime de rebelião.

Entre os acusados encontram-se Carles Puigdemont, Oriol Junqueras, Jordi Turull, Marta Rovira e a ex-presidente do Parlamento da Catalunha Carme Forcadell. O crime de rebelião é punido com até 25 anos de prisão.

A acusação foi tornada pública no dia para o qual o Supremo Tribunal tinha convocado a audiência a seis dirigentes independentistas, entre os quais se encontra Jordi Turull.

Turull surgiu esta semana como a terceira escolha para liderar a Generalitat da Catalunha mas não conseguiu tomar posse na quinta-feira, numa sessão marcada à última hora pelo presidente do hemiciclo catalão. Uma nova sessão está marcada para sábado mas não é certo que Turull continue habilitado para assumir a chefia do executivo catalão: poderá ficar em prisão preventiva esta sexta-feira ou impossibilitado de assumir cargos públicos.
Rovira foge de Espanha
Entre os convocados ao Supremo Tribunal encontra-se ainda Marta Rovira, dirigente da Esquerda Republicana da Catalunha, o segundo maior partido do bloco independentista do Parlamento de Barcelona. Esta manhã, Rovira anunciou que não iria comparecer em tribunal e que tinha decidido fugir de Espanha.

“Hoje vou seguir um caminho duro, um caminho que, infelizmente, muitos outros tiveram de seguir. O caminho do exílio”, revela a secretária-geral da ERC no documento divulgado esta manhã. Marta Rovira justifica a sua decisão por ver a sua “liberdade de expressão censurada por tribunais que intimidam e que aplicam – descaradamente – critérios políticos”.

“É a única forma que tenho de recuperar a minha voz política. É a única forma que tenho de erguer contra o Governo do PP, que persegue todos os que estão a favor do voto e que castiga qualquer um que tente mudar o que está preestabelecido”, afirma ainda.

Marta Rovira termina a carta com vivas à “liberdade, justiça, igualdade, fraternidade” e a uma “República catalã para todos”. Marta Rovira é a secretária-geral da Esquerda Republicana da Catalunha. O presidente do partido e ex-vice-presidente da Generalitat Oriol Junqueras encontra-se detido desde novembro de 2017.
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