China faz queixa dos EUA por causa das novas tarifas

por RTP
A China tem dito várias vezes que pode resistir a uma guerra comercial melhor do que os EUA Canção de Aly - Reuters

Após as ameaças de Donald Trump para colocar uma taxa adicional em mais alguns produtos, a China apresenta queixa na Organização Mundial do Comércio.

O Governo norte-americano divulgou uma lista de produtos chineses que podem ser afetados pelas novas tarifas, como por exemplo, tabaco, carvão, produtos químicos, pneus, gemas de ovo e cabelo humano.

No dia 6 de Julho, os EUA aplicaram taxas adicionais em produtos chineses, no valor de 34 mil milhões de dólares. Trump tinha avisado que, se a China retaliasse, poderia impor taxas equivalentes a mais de 200 mil milhões de dólares.

Trump não gostou da posição de Pequim e, na semana passada, a Casa Branca divulgou uma nova lista de produtos chineses, com tarifas de 10%, no valor de 200 mil milhões de dólares. Segundo The Guardian, Pequim disse que “reagiria como de costume” e apresentaria queixa à Organização Mundial do Comércio.
A última alteração de tarifas só entra em vigor em setembro.
De acordo com The Guardian, os dados económicos divulgados na segunda-feira, despertam preocupações sobre o impacto que a guerra comercial entre os dois países pode ter na economia chinesa. No entanto, a economia cresceu 6,7% no segundo trimestre em comparação ao ano passado.

“As incertezas do ambiente externo estão a aumentar”, acrescentou Mao Shengyoung, porta-voz do Departamento Nacional de Estatísticas da China, depois de ter dito que o crescimento da economia está estável.

Os EUA ameaçaram aumentar as taxas sobre bens no valor de 500 mil milhões de dólares, mas Pequim não pode retribuir o valor porque, no ano passado, as exportações norte-americanas para a China não ultrapassaram 130 mil milhões de euros.

No entanto, alguns grupos empresariais norte-americanos temem que Pequim retalie de outra forma, demorando a aprovação de investimentos dentro da China e promovendo inspeções alfandegárias mais rigorosas para mercadorias.

O governo chinês nos últimos anos lançou uma campanha com o objetivo de reduzir os riscos financeiros, restringindo os empréstimos a devedores que sejam considerados com dívida excessiva - o que inclui naturalmente os Estados Unidos.

“Se os Estados Unidos e a China não retomarem as conversações nos próximos dois meses, o conflito vai aumentar ainda mais, com grandes implicações económicas para eles mesmos e para a economia global”, disse Louis Kuijis, chefe de economia na Ásia.

Segundo The Guardian, a China tem dito várias vezes que pode resistir a uma guerra comercial melhor do que os EUA, mas o possível aumento das tarifas sobre os bens no valor de 500 mil milhões de dólares preocupa os investidores e empresas.
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