Contra extrema-direita e racismo, protestos nas ruas da Alemanha

por RTP
Cartazes dos Verdes em parte dos protestos que se desenrolaram na última noite na capital alemã Christian Mang - Reuters

Mais de 60 anos depois, a extrema-direita voltará a sentar-se no Parlamento alemão e motiva protestos.

O partido Alternativa para a Alemanha foi a terceira força política mais votada nas eleições de domingo, tendo alcançado cerca de 13 por cento dos votos. Um resultado histórico contestado por largas centenas de pessoas em várias cidades alemãs.

O repórter da rádio pública Mário Rui Cardoso acompanhou o protesto na capital do país.

Antena 1

A Alternativa para a Alemanha - AfD, terceira força mais votada - nasceu em 2013 e defendia nessa altura o fim do euro, criticando mesmo o apoio de Berlim aos resgates financeiros a países como a Grécia e Portugal.
O Bundestag será agora composto por seis forças políticas, em vez das anteriores quatro.

A mudança de líder há dois anos acentuou a linha populista, agora mais dura contra o Islão e os imigrantes.

As manifestações desenrolaram-se frente à sede da AfD em Colónia, onde estiveram concentradas mais de três centenas de pessoas, assim como nas cidades de Frankfurt e Munique. Berlim assistiu também a protestos.

Na capital, as forças de segurança implementaram um cordão destinado a conter os manifestantes - menos de um milhar - concentrados nas imediações da sala onde a AfD montou quartel-general para a noite eleitoral.

Telejornal, 24 de setembro

"Toda a Berlim odeia os nazis" ou "o racismo não é uma alternativa" foram palavras de ordem ouvidas na última noite no coração de Berlim.
Quarto mandato para Merkel
A chanceler alemã Angela Merkel alcançou, como se esperava, um quarto mandato nas eleições de domingo. Todavia, a sua União Democrata-Cristã terá de encetar agora um complexo processo negocial para formar um governo suportado por maioria parlamentar.

Os resultados finais, publicados antes das 4h00 desta segunda-feira (3h00 em Lisboa) dão 33 por cento dos votos à CDU da chanceler e à aliada União Social-Cristã (CSU) da Baviera, abaixo dos 41,5 por cento de há quatro anos.

O Partido Social-Democrata foi segundo, com 20,5 por cento, abaixo dos 25,7 por cento de 2013. O número um Martin Schulz deixou claro que o SPD não estará disponível para reeditar a grande coligação com Merkel.

A AfD somou 12,6 por cento dos votos, seguindo-se o Partido Liberal (FDP), que regressa ao Parlamento ao fim de quatro anos, com 10,7 por cento.

A formação Die Linke - A Esquerda - conseguiu 9,2 por cento, ligeiramente acima dos Verdes, com 8,9 por cento.

c/ agências internacionais
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