Mais de 60 anos depois, a extrema-direita voltará a sentar-se no Parlamento alemão e motiva protestos.
O repórter da rádio pública Mário Rui Cardoso acompanhou o protesto na capital do país.
Antena 1
A Alternativa para a Alemanha - AfD, terceira força mais votada - nasceu em 2013 e defendia nessa altura o fim do euro, criticando mesmo o apoio de Berlim aos resgates financeiros a países como a Grécia e Portugal.
O Bundestag será agora composto por seis forças políticas, em vez das anteriores quatro.
A mudança de líder há dois anos acentuou a linha populista, agora mais dura contra o Islão e os imigrantes.
As manifestações desenrolaram-se frente à sede da AfD em Colónia, onde estiveram concentradas mais de três centenas de pessoas, assim como nas cidades de Frankfurt e Munique. Berlim assistiu também a protestos.
Na capital, as forças de segurança implementaram um cordão destinado a conter os manifestantes - menos de um milhar - concentrados nas imediações da sala onde a AfD montou quartel-general para a noite eleitoral.
Telejornal, 24 de setembro
"Toda a Berlim odeia os nazis" ou "o racismo não é uma alternativa" foram palavras de ordem ouvidas na última noite no coração de Berlim.
Quarto mandato para Merkel
A chanceler alemã Angela Merkel alcançou, como se esperava, um quarto mandato nas eleições de domingo. Todavia, a sua União Democrata-Cristã terá de encetar agora um complexo processo negocial para formar um governo suportado por maioria parlamentar.
Os resultados finais, publicados antes das 4h00 desta segunda-feira (3h00 em Lisboa) dão 33 por cento dos votos à CDU da chanceler e à aliada União Social-Cristã (CSU) da Baviera, abaixo dos 41,5 por cento de há quatro anos.
O Partido Social-Democrata foi segundo, com 20,5 por cento, abaixo dos 25,7 por cento de 2013. O número um Martin Schulz deixou claro que o SPD não estará disponível para reeditar a grande coligação com Merkel.
A AfD somou 12,6 por cento dos votos, seguindo-se o Partido Liberal (FDP), que regressa ao Parlamento ao fim de quatro anos, com 10,7 por cento.
A formação Die Linke - A Esquerda - conseguiu 9,2 por cento, ligeiramente acima dos Verdes, com 8,9 por cento.
c/ agências internacionais