Coronavírus da China. Medidas de segurança reforçadas com novos casos detetados

por RTP
Número de casos diagnosticados com coronavírus não para de aumentar, numa altura de celebrações do Novo Ano Chinês Lu Hongjie - EPA

Hong Kong confirmou, esta quarta-feira, o primeiro caso diagnosticado com o novo tipo de pneumonia viral com origem na China. No aeroporto de Heathrow, em Londres, vão ser criadas áreas exclusivas de chegada para os passageiros que viajam de regiões infetadas pelo coronavírus. Com a rápida progressão do vírus, as autoridades chinesas pediram à população para que evite multidões e espaços públicos.

Um dia depois de ter sido diagnosticado o primeiro caso de coronavírus nos Estados Unidos, o novo tipo de pneumonia viral também já se alastrou para Hong Kong.

Desde que o novo coronavírus foi detetado no mês passado, o número de infetados não tem parado de crescer, assim como o número de mortos. São já mais de 400 os casos confirmados e nove mortos.

Todas as vítimas mortais e a maioria dos infetados são da província de Hubei, cuja capital é Wuhan – cidade chinesa que se suspeita ser ponto originário do vírus.

Para além de Hong Kong e dos EUA, foram detetados casos do coronavírus na Tailândia, Japão, Coreia do Sul e Macau.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) já alertou para a probabilidade de o número de casos detetados continuar a aumentar e a difundir-se para outros países.
Que medidas estão a ser adotadas?
Dado o rápido progresso do vírus, e depois de ter sido confirmada a sua transmissão entre humanos, estão a ser adotadas medidas para combater o seu desenvolvimento.

Vários países com ligações aéreas diretas ou indiretas a Wuhan estão a efetuar verificações sistemáticas de passageiros de voos oriundos de áreas consideradas de risco. Nos EUA, o Presidente Donald Trump diz ter “um plano” para combater o novo tipo de coronavírus.

Na própria China, numa altura de celebrações do Novo Ano Chinês, as autoridades alertaram para que sejam evitadas multidões e encontros em espaços públicos.

A Organização Mundial de Saúde tem esta quarta-feira uma reunião de emergência para determinar se declara ou não emergência de saúde.

O aparecimento deste novo tipo de coronavírus reacende as memórias da pandemia viral SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que teve igualmente origem numa província chinesa. A epidemia atingiu cerca de 30 países e provocou a morte de 774 pessoas entre 2002 e 2003.

Depois de 17 anos passados, especialistas em saúde chineses dizem estar a monitorizar melhor este novo tipo de coronavírus com o estabelecimento de novos procedimentos. A origem do vírus ainda não foi confirmada, mas a OMS aponta para a possibilidade de se tratar de uma fonte animal. Em comunicado, a DGS confirma que “a maioria dos casos está epidemiologicamente associada a um mercado específico de alimentos e animais vivos (peixe, mariscos e aves) em Wuhan.

“Com sistemas de prevenção e controlo relativamente completos para doenças súbitas e contagiosas em vigor desde a SARS e com o apoio da grande massa da população, estamos confiantes da vitória”, declarou Li Bin, diretor adjunto da Comissão Nacional de Saúde da China.

“A velocidade com que este vírus foi identificado é a prova das mudanças na saúde pública na China desde a SARS e da forte coordenação global através da OMS”, disse Jeremy Farrar, especialista britânico em doenças infeciosas, citado pela agência Reuters.

Hong Kong foi um dos países mais gravemente atingidos pela pandemia SARS. Com o primeiro caso de coronavírus diagnosticado, as medidas de segurança têm sido reforçadas.

A autoridade hospitalar de Hong Kong reforçou a vigilância laboratorial para casos de pneumonia em pacientes com histórico de viagens em toda a China e não só em Wuhan.

Foram também implementadas máquinas de controlo de temperatura nos aeroportos e estações ferroviárias de Hong Kong. Os passageiros que pretendem embarcar nos aviões têm ainda de preencher uma declaração de saúde.

Em Portugal, a Direção-Geral de Saúde (DGS) diz estar a acompanhar a situação e que “o surto continua em investigação para melhor caracterização da situação”.

Segundo o comunicado divulgado na passada terça-feira, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) “considera que existe baixa probabilidade de importação de casos nos países da União Europeia/Espaço Económico Europeu (UE/EEE)”.
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