Costa e Macron debatem "ação europeia" para combater fogos

por RTP
Reuters

O Presidente francês e o primeiro-ministro português abordaram hoje, em Paris, a possibilidade de "uma ação europeia mais coordenada" no combate aos incêndios florestais que afetam os dois países. Foi ainda anunciado que Macron estará em Portugal no início de 2018. O Emmanuel Macron congratulou-se ainda com a situação económica em Portugal e com a aceleração do crescimento, dizendo ser "uma boa notícia para Portugal, mas também para a zona euro".

No final de um almoço de trabalho, no Palácio do Eliseu, em Paris, Emmanuel Macron começou por manifestar "toda a emoção e solidariedade da França face aos incêndios que fustigaram Portugal dolorosamente no mês de junho", lembrando que "os fogos afetam mais uma vez" Portugal e França.

Depois, o chefe de Estado francês disse ter falado com António Costa sobre uma "ação europeia mais coordenada em termos de intervenção e talvez de equipamento ao nível europeu" para combater os fosos, afirmando que Portugal pode contar com França.

"Evocámos, neste almoço, a possibilidade de relançar uma iniciativa para mutualizar as nossas forças de segurança civil e permitir ter uma ação europeia mais coordenada em termos de intervenção e talvez de equipamento, ao nível europeu. Vamos trabalhar nas próximas semanas juntos - e espero, com outros, neste caminho. Mas podem contar com o compromisso pleno e inteiro da França", declarou.

António Costa foi hoje recebido no Palácio do Eliseu pelo Presidente da República Francesa, tendo tido um almoço de trabalho, seguido de uma declaração conjunta à imprensa.

Economia em Portugal: "Boa notícia para a zona euro"
O primeiro-ministro português considera que será impossível progredir no projeto europeu sem uma reforma da União Económica e Monetária.

As posições de Costa e Macron são muito próximas do ponto de vista político acerca do caminho que deve ser seguido pela União Europeia.

Emmanuel Macron felicitou Portugal pelos resultados económicos conseguidos. "uma boa notícia para Portugal, mas também para toda a zona Euro", acrescentou o Presidente francês.

António Costa sublinhou que o encontro com Macron "permitiu concretizar uma visão comum sobre a União Europeia e a prioridade à convergência económica para a estabilização da zona euro e para a reforma da União Económica e Monetária".

"É sobre esta base sólida daquilo que já conseguimos construir em conjunto que podemos projetar novos avanços, nomeadamente no domínio da segurança e da defesa", acentuou o chefe do Governo português, que reforçou que os dois países partilham "uma visão comum sobre a sociedade que faz com que o valor da Europa social deva ser defendido em todos os domínios”.

"Esta Europa renovada que queremos construir tem de se centrar sobre as prioridades dos cidadãos. E as prioridades dos cidadãos são claras: segurança, emprego e confiança na capacidade de a Europa saber gerir os grandes desafios globais, sejam as alterações climáticas, seja a globalização económica", concluiu o primeiro-ministro.Macron em Portugal em 2018
A visita do Presidente francês a Portugal foi anunciada no final do almoço de trabalho.
António Costa afirmou que Portugal e França querem avançar “em conjunto na concretização dos ambiciosos objetivos do acordo de Paris”, objetivos que considerou essenciais para controlar as alterações climáticas.

Macron estará assim na cimeira que junta Portugal, Espanha, França e Comissão Europeia sobre interligações energéticas.

A vontade política é a de conseguir um reforço das ligações entre a Península Ibérica, a França e o resto da Europa, no sentido de conseguir gerar eneérica, a França e o resto da Europa, no sentido de conseguir gerar energia mais limpa e “desde logo, contribuir para o objetivo do governo francês de reduzir em 50 por cento a utilização da energia nuclear”, reforçou António Costa.

“Pode contar com o meu compromisso para que possamos progredir nesta matéria”, afirmou Macron a Costa. “Daqui até ao início do próximo ano, teremos a oportunidade de formular propostas concretas”, reforçou o Presidente francês.

 

c/Lusa

 

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