Covid-19. Confirmado primeiro cidadão timorense infetado

por RTP
Antonio Dasiparu - EPA

O Ministério do Negócios Estrangeiros de Timor-Leste confirmou, esta segunda-feira, que já há um cidadão timorense infetado pelo novo coronavírus. Trata-se de um funcionário de uma embaixada na Ásia.

O primeiro caso confirmado com infeção é um timorense destacado numa das embaixadas de Timor-Leste na Ásia, confirmou Dionísio Babo, ministro dos Negócios Estrangeiros.

"Foi admitido há dois dias num hospital num país estrangeiro e está neste momento a receber tratamento", disse o ministro, citado pela Lusa.

O cidadão "não está em situação grave e está a ser acompanhado permanentemente", garantiu.

Na embaixada timorense em causa, os funcionários estão todos em regime de teletrabalho e quem esteve em contacto nos últimos 14 dias com o doente, está "em quarentena", seguindo as regras locais e as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Mais de 860 pessoas em quarentena acompanhada

Até agora, Timor-Leste tem no seu território apenas um caso confirmado de Covid-19 e trata-se de um cidadão estrangeiro.

Mas, neste momento, estão em quarentena domiciliária mais de 860 pessoas em 14 locais designados pelo Governo de Timor-Leste, em vários pontos do país, como medida preventiva da covid-19, segundo informação atualizada fornecida pelo Ministério da Saúde.

Segundo os dados das autoridades de saúde timorenses, divulgados esta segunda-feira, há 341 pessoas a cumprir quarentena em casa e as restantes estão noutros locais, identificados apenas como locais de A a N.

A este total somam-se ainda 215 outras pessoas que já cumpriram o período de quarentena de 14 dias nas suas casas.
Clínica em Díli sem orçamento ou material

A Clínica do Bairro Pité (CBP), uma das principais clínicas de Díli - capital de Timor-Leste -, está sem orçamento, sem material de proteção pessoal e sem desinfetante.

Embora não haja muitos casos confirmados de infeção de covid-19 no país, esta clínica continua a receber dezenas de doentes, muitos com doenças respiratórias e pulmonares, e assume que não tem orçamento nem material de proteção pessoal. Uma situação que se torna mais grave no âmbito das medidas de resposta à pandemia da covid-19.

"Precisamos de apoio do Governo. Temos muitos doentes, mas não temos suficientes consumíveis, nem máscaras, material de proteção pessoal para os nossos voluntários e nem sequer desinfetante", afirma responsável do projeto, Inácio dos Santos, citado pela Lusa.

"Precisamos de apoio urgente", declara.

Os funcionários da clínica são todos voluntários, e agora cada vez menos. O número de voluntários diminuiu depois do surgimento da covid-19, com muitos a explicarem terem receio de trabalhar sem material de proteção e que, por isso, preferem não trabalhar.

"Perdemos cerca de 30 voluntários e desde sábado passado tivemos mesmo que parar os nossos serviços", explicou o responsável da instituição de saúde.

Esta clínica é um serviço central para muitos dos habitantes da cidade, especialmente os mais desfavorecidos.

"Estamos a receber muitas pessoas com problemas de infeções pulmonares, especialmente tuberculose. Também casos de malnutrição e outros problemas como dengue", referiu ainda.

O responsável da CBP recordou que a clínica deteta e trata mais de um terço dos casos de tuberculose em Díli, gere mais de 50 por cento dos casos de HIV e é o "único centro para leucemia", sendo até usado pelo Hospital Nacional Guido Valadares para ali referenciar pacientes.

Se mais casos de covid-19 surgirem no país, a clínica não tem orçamento, material de proteção nem desifetante para poder enfrentar a pandemia.

c/ Lusa
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