Covid-19. OMS pede mais rapidez ao G7 no apoio à vacinação

por Andreia Martins - RTP
Christopher Black - OMS, via Reuters

A Organização Mundial da Saúde alerta que o vírus se move "mais depressa" do que o processo de vacinação. Por isso, as inoculações são necessárias de imediato para travar o avanço da pandemia. Na cimeira do G7 que decorreu no último fim de semana no Reino Unido, os países mais industrializados anunciaram que vão doar mais de mil milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 até ao final de 2022.

“Esta é uma grande ajuda, mas precisamos de mais e precisamos dessa ajuda mais rapidamente. Neste momento, o vírus está a mover-se mais depressa do que a distribuição global de vacinas. Mais de 10 mil pessoas estão a morrer todos os dias. Estas comunidades precisam das vacinas agora, não no próximo ano”, alerta Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

No último fim de semana, durante a cimeira do Grupo das sete potências mais industrializadas do mundo, os países prometeram dar 870 milhões de vacinas adicionais em relação aos 130 milhões prometidos no início do ano.

No total, estes países predispõem-se a distribuir mais de mil milhões de vacinas através da Covax, um organismo global das Nações Unidas que se encarrega de fazer chegar as inoculações aos países menos desenvolvidos e que já levou mais de 87 milhões de doses de vacinas até 131 países.

Numa altura em que os países mais ricos começam a regressar lentamente à normalidade devido a elevadas taxas de vacinação, as vacinas continuam a ser muito escassas nos países mais pobres do mundo. Nestes locais com menor percentagem de população vacinada, as variantes mais contagiosas, desde logo a Alfa e Delta, continuam a ceifar vidas todos os dias.

Isso significa que os riscos aumentaram para as pessoas que não estão protegidas e que neste momento é a maior parte da população mundial”, alerta o responsável da OMS.

A Organização Mundial da Saúde quer que pelo menos 70 por cento da população mundial esteja vacinada até ao próximo ano. “Para isso precisamos de [distrubuir] 11 mil milhões de doses. O G7 e o G20 podem fazer com que isso aconteça”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Outro dos pontos destacados pela OMS prende-se com a necessidade de mobilizar mais fundos na luta contra a pandemia. As autoridades de saúde entendem que faltam ainda mais de 16 mil milhões de dólares para complementar o financiamento dos esforços no diagnóstico, tratamento e vacinação contra a Covid-19, valor que representa menos de 1 por cento das despesas anuais em Defesa, a nível global.

“Certamente que conseguimos chegar a esse um por cento para salvar vidas e acabar com a pandemia”, disse o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan.
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