A Suécia, que gerou polémica ao longo da pandemia por ser contra a imposição de quarentena obrigatória no país e por evitar o recurso a máscaras, está agora a considerar novas medidas para controlar a propagação da Covid-19, numa altura em que o número de casos de infeção não param de aumentar, especialmente na capital, Estocolmo.
No entanto, o número de infeções caiu significativamente no verão e a Suécia conseguiu mantê-lo estável, ao contrário de outros países europeus onde, apesar de todas as medidas de contenção, os casos subiram a pique nas últimas semanas.
Desde sexta-feira, porém, a Suécia verificou 1200 novos casos de contágio pelo novo coronavírus e cinco mortes, uma evolução significativa quando comparada com os 200 novos casos diários que estavam a ser registados há várias semanas.
A Agência de Saúde Pública da Suécia admitiu esta terça-feira que a subida no número de casos não pode ser apenas explicada pelo aumento do número de testes realizados, pelo que estão a ser equacionadas novas medidas de contenção.
“A média [de casos diários] dos últimos tempos aumentou significativamente”, afirmou em conferência de imprensa o epidemiologista Anders Tegnell, que elaborou a estratégia do Governo sueco para o combate à pandemia.
“Isso não afetou o sistema de saúde – ainda. O número de novos casos em unidades de cuidados intensivos é muito baixo e o número de mortes é igualmente baixo”, tranquilizou o responsável, apesar de não excluir a hipótese de novas medidas para fazer frente à Covid-19.
“Estamos em discussão com Estocolmo sobre se precisamos de introduzir medidas para reduzir a propagação da infeção. Nos próximos dias saberemos que medidas concretas serão essas”, avançou aos jornalistas.
As declarações surgiram depois de, na manhã desta terça-feira, as autoridades de saúde suecas terem alertado para a subida da curva pandémica. “A tendência de descida foi quebrada”, lamentou o diretor de Serviços Médicos e de Saúde de Estocolmo, Bjorn Eriksson.
“Podemos apenas esperar que este seja um desvio temporário e que a propagação comece a diminuir novamente. Isso dependerá do quão eficientemente cumprirmos as orientações”, salientou o especialista.
Desde o início da pandemia, a Suécia já registou mais de 88 mil casos de infeção pelo novo coronavírus, dos quais cerca de dez mil foram dados como recuperados. O vírus fez ainda quase seis mil vítimas mortais nesse país.