Os deputados da Renamo e do MDM não vão tomar posse no novo Parlamento moçambicano, cuja investidura está marcada para esta segunda-feira. Exigem a recontagem dos votos das eleições gerais, denunciando o que consideram ser o "desrespeito à vontade dos moçambicanos".
"Ontem reuni com a comissão politica e tomou-se essa decisão. Esta tarde estive reunido com os deputados para os deputados para os informar", afirmou, em declarações citadas pela agência Lusa, Lutero Simango, líder do Movimento Democrático de Moçambique, que foi igualmente candidato à Presidência.
"Sempre defendi que é preciso fazer uma auditoria forense, ou recontagem, ou em última hipótese anular as eleições", acentuou ainda o presidente do MDM.
Por sua vez, a Resistência Nacional Moçambicana veio apelar aos moçambicanos para que usem "todos os meios pacíficos", tendo em vista "repor" a verdade eleitoral.
"O partido Renamo entende que esta cerimónia está desprovida de qualquer valor solene e por isso constitui um ultraje social e desrespeito à vontade dos moçambicanos, pelo que não fará parte desta tomada de posse", indicou o porta-voz Marcial Macome, à margem de uma reunião da comissão política nacional da formação política, em Maputo.
"O partido Renamo entende que é preciso respeitar a vontade do povo e a vontade do povo passa necessariamente pela realização de eleições livres, justas e transparentes, e não eleições administrativas", acrescentou o mesmo responsável, para reiterar que o partido não reconhece os resultados anunciados pelo "acórdão administrativo" do Conselho Constitucional.
Mondlane não desarma
O candidato presidencial Venâncio Mondlane convocou três de paralisação do país para as datas das tomadas de posse do novo Parlamento e do novo presidente de Moçambique, Daniel Chapo. Esta terá lugar na quarta-feira.
Mondlane exortou também a "manifestações pacíficas" durante as sessões de tomada de posse dos deputados e do chefe de Estado. "Chegou a hora de vocês demonstrarem a vossa própria iniciativa", lançou o candidato numa declaração em direto, ao início da noite de sábado, na rede social Facebook.Venâncio Mondlane voltou a Moçambique na passada quinta-feira, ao cabo de dois meses e meio para lá das fronteiras do país.
A Frelimo venceu as eleições para o Parlamento moçambicano com maioria absoluta, conquistando 171 assentos. O Podemos, que se estreou nas urnas, elegeu 43 deputados, afastando a Renamo da liderança da oposição.
c/ Lusa
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