As forças leais ao Presidente sírio hastearam nas últimas horas a bandeira nacional na zona de Deraa até agora controlada por rebeldes. Este gesto, concretizado na cidade das primeiras manifestações contra Bashar al-Assad, em 2011, resulta de um acordo dito de reconciliação com os oponentes do regime, negociado pelos russos.
O içar da bandeira nacional em Deraa é visto como um
gesto “simbólico” pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que
opera a partir do Reino Unido.
Há ainda algumas localidades e pequenas posições sob controlo rebelde ou de jihadistas do Estado Islâmico, mas Damasco recuperou a soberania sobre mais de 80 por cento daquela província.
Ao abrigo deste desfecho desenhado por mão russa, os rebeldes ficaram obrigados a deixar para trás todas as peças de artilharia de que dispunham.
Ao mesmo tempo, os combatentes que se recusarem a permanecer na cidade - cujos órgãos administrativos regressaram à tutela do regime – terão de rumar a Idlib, província do noroeste do país que conserva importantes bolsas de resistência ao Exército sírio.
O momento do içar da bandeira síria aconteceu na quinta-feira, quando uma coluna de veículos de polícias militares russos e patentes das tropas de Bashar al-Assad chegou ao centro de Deraa, onde decorreu o cerimonial.
“Unidades do Exército sírio entraram em Deraa al-Balad e içaram a bandeira nacional em praça pública”, relatava ontem a agência estatal Sana.
O motor russo
O apoio militar da Rússia permitiu já que as tropas do regime retomassem o controlo de mais de 60 por cento do território sírio.Desde 2011, ano em que eclodiu a guerra civil síria, morreram mais de 350 mil pessoas no país de Bashar al-Assad. O conflito lançou também milhões de pessoas em fuga.
O apoio militar da Rússia permitiu já que as tropas do regime retomassem o controlo de mais de 60 por cento do território sírio.Desde 2011, ano em que eclodiu a guerra civil síria, morreram mais de 350 mil pessoas no país de Bashar al-Assad. O conflito lançou também milhões de pessoas em fuga.
A cerca de 100 quilómetros de Damasco, Deraa é encarada como o berço das manifestações que, em 2011, levaram o regime a reagir com punho de ferro e o país a mergulhar numa sangrenta guerra civil.
Foi no início de março desse ano que dezenas de jovens inspirados pelos movimentos de massas da Tunísia e do Egipto deram início à contestação.
Os adolescentes acabariam por ser detidos e submetidos a tortura, segundo os opositores de Bashar al-Assad. A 15 de março de 2014 a contestação chegava a Damasco com manifestações por “uma Síria sem tirania” e “sem corrupção”.
O sul da Síria, que integra as províncias de Deraa, Quneitra e Sweida, fora já abrangido por um cessar-fogo acertado em julho do ano passado entre Rússia, Estados Unidos e Jordânia. Com a queda de Ghouta Oriental, em abril de 2018, Deraa voltou a ser um alvo preferencial das forças de Damasco. A última investida começou a 19 de junho.
Sem embargo dos avanços das tropas de Assad, sob a asa protetora de Moscovo, a Síria continua a ser um país fragmentado – a norte há ainda territórios em mãos rebeldes, que beneficiam de apoio turco; combatentes curdos secundados pelos Estados Unidos controlam posições no nordeste; Idlib, no noroeste, mantém-se sob domínio de combatentes islamitas.
c/ agências internacionais
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