Donald Trump toma posse como 47.º presidente dos Estados Unidos

por Inês Moreira Santos, Joana Raposo Santos, Carlos Santos Neves - RTP

Donald J. Trump tornou-se esta segunda-feira o 47.º presidente dos Estados Unidos. A cerimónia de inauguração ditou um reforço das medidas de segurança nas imediações do Capitólio, para onde foram mobilizados mais de oito mil efetivos da Guarda Nacional. Acompanhámos aqui, ao minuto, os acontecimentos do dia em Washington.

Emissão da RTP3


Shawn Thew - Reuters

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por RTP

Posse de Donald Trump. Frio impediu cerimónia no exterior do Capitólio

Desilusão entre os apoiantes de Donald Trump. Cerca de 220 mil pessoas tinham bilhetes para ver a tomada de posse ao vivo, mas o frio levou a cerimónia para dentro do Capitólio. 20 mil conseguiram entrar no pavilhão multiusos e seguir a cerimónia à distância.

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por Lusa

Marcelo pede ao mundo para não se resignar perante Trump e lutar pela paz

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fez hoje um discurso de apelo à paz, à ação climática, ao diálogo e ao multilateralismo, pedindo para o mundo não se resignar, no dia da posse de Trump.

"Toda a paz e a paz toda", repetiu Marcelo Rebelo de Sousa, na cerimónia de apresentação de cumprimentos de ano novo pelo corpo diplomático acreditado em Portugal, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.

O chefe de Estado pediu paz "na invadida Ucrânia, no dilacerado Sudão" e "também no Médio Oriente, com a esperança de que o cessar-fogo seja efetivo e contribua para um acordo de paz duradouro no respeito das populações, da lei internacional, das resoluções das Nações Unidas, nomeadamente o estabelecimento de dois Estados".

Na sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa fez alusão à posse de Donald Trump hoje, em Washington, como Presidente dos Estados Unidos da América, observando: "Há horas assim, em que a regra parece não ir no sentido da paz verdadeira, da verdadeira paz, mas da paz que faz de conta, parece que é mas não é". 

"Há horas assim, mas não nos deixemos sucumbir por elas", apelou.

"Toda a paz e a paz toda, por muito que o realismo deste mesmo dia nos sopre ao ouvido, dizendo que esta não é a hora de toda a paz e da paz toda, que hoje é a hora do egoísmo, do egocentrismo, do sucesso daqueles que pensam, querem e fazem tudo menos construir a verdadeira paz", afirmou.

O Presidente da República argumentou que "não há fim na História, a não ser aquele que se constrói, aqui e agora, com recuos e avanços e que visa um mundo melhor". 

"Por esse mundo melhor, vale sempre a pena lutar, nesta hora como em todas as horas", defendeu.

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Momento-Chave
por RTP

Trump quer acabar com as guerras

Entre as promessas de Donald Trump, no discurso inaugural da tomada de posse, destaca-se o fim das guerras no Médio Oriente e na Ucrânia, embora não tenha mencionado esta última. O novo presidente não vai promover nem participar em nenhum conflito militar.

Trump conseguiu evitar guerras no primeiro mandato e nunca se quis envolver em nenhum conflito, explica a editora de Internacional da RTP.

Quanto à Ucrânia, tema a que não se referiu, fica a ideia de que não pretende manter o financiamento norte-americano.
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por RTP

Tomada de posse EUA. Ucrânia e UE fora do discurso de Trump

No discurso inaugural, Donald Trump não fez qualquer referência à Europa ou guerra na Ucrânia.

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Momento-Chave
por RTP

Biden e Trump fizeram transição de poder pacífica

A cerimónia inaugural de Donald Trump começou logo de manhã com a tradicional missa, seguida de uma receção de Joe Biden na Casa Branca. O novo presidente e o presidente cessante tinham prometido uma passagem de poder pacifica e tudo fizeram para transmitir essa imagem aos americanos.

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por RTP

Trump prometeu nova era de ouro para a América

O discurso inaugural de Donald Trump não trouxe surpresas, tendo sido quase a repetição das promessas de campanha. O que houve de novidade foi a presença na tomada de posse, como convidados de honra, os líderes das grandes tecnológicas.

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por RTP

Trump inicia segunda Presidência a prometer "era dourada da América"

Foto: Allison Dinner - EPA

Donald Trump é de novo presidente dos Estados Unidos. Garante que a partir de agora começa a "era dourada da América". No discurso inaugural, prometeu avançar já com a deportação em massa de imigrantes ilegais, impor tarifas sobre os produtos importados da China e reclamar a propriedade do Canal do Panamá.

Anunciou ainda mudanças imediatas na Justiça, mas promete que não se vai vingar dos seus inimigos políticos.
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por RTP

Biden benzeu-se ao referir discurso de Trump

Foto: Brendan Smialowski AFP

Ao aterrar no Maryland, alguns elementos da equipa de Joe Biden esperavam pelo agora ex-presidente norte-americano, que agradeceu e disse que eles fizeram tudo dentro de valores de integridade, sem escândalos. Ao referir-se ao discurso de tomada de posse de Donald Trump, Biden benzeu-se.

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por RTP

Tomada de posse formalizada com assinatura de documentos

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por Lusa

Netanyahu garante que os "melhores dias" da aliança EUA-Israel estão para vir

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, felicitou hoje o novo Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, e garantiu que "os melhores dias" para as relações entre os dois países ainda estão para vir.

"Os melhores dias da nossa aliança ainda estão para vir", afirmou o primeiro-ministro israelita num vídeo publicado na rede social X.

"Acredito que trabalharmos juntos novamente levará a aliança EUA-Israel a patamares ainda mais elevados", acrescentou Netanyahu.

O chefe do Governo israelita saudou ainda os "momentos revolucionários" que, segundo Netanyahu, marcaram o primeiro mandato de Donald Trump (2017-2021).

"[Donald Trump] retirou-se do acordo nuclear perigoso com o Irão, reconheceu Jerusalém como capital de Israel, transferiu a embaixada dos EUA para Jerusalém e reconheceu a soberania de Israel sobre os Montes Golã", enumerou Netanyahu.

"[Trump] negociou os históricos Acordos de Abraão, ao abrigo dos quais Israel estabeleceu a paz com quatro países árabes", prosseguiu o líder israelita, manifestando-se confiante de que a aliança entre os dois países irá "finalizar a derrota do eixo do terror iraniano", referindo-se ao grupo xiita libanês Hezbollah, ao movimento islamita palestiniano Hamas, aos rebeldes Huthis do Iémen e a vários outros grupos extremistas da região, que fazem parte do chamado "eixo de resistência" contra Israel liderado pelo Irão.

Netanyahu agradeceu ainda a Trump pelos seus "esforços" para libertar os reféns israelitas detidos pelo Hamas desde o ataque que visou o sul de Israel a 07 de outubro de 2023.

"Estou ansioso por trabalhar consigo para trazer de volta os últimos reféns, destruir as capacidades militares do Hamas, pôr fim ao seu poder político em Gaza, e garantir que Gaza nunca mais volte a representar uma ameaça para Israel", sublinhou o primeiro-ministro israelita, um dia depois do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas ter entrado em vigor na Faixa de Gaza e de ter permitido a entrega, no domingo, de três reféns israelitas.

Donald Trump foi hoje empossado como o 47.º Presidente dos Estados Unidos, numa cerimónia no Capitólio (sede do Congresso norte-americano) em Washington que marca o seu regresso para um segundo mandato na liderança da Casa Branca.

A cerimónia em Washington foi marcada pela presença de políticos internacionais populistas e de extrema-direita, mas com poucos responsáveis governamentais e sem líderes da União Europeia, à exceção da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.

O político republicano foi Presidente entre 2017 e 2021, após perder a reeleição em 2020 para o democrata Joe Biden, a quem sucede agora no cargo.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas ao sul de Israel, em 07 de outubro de 2023, no qual mais de 1.200 pessoas foram mortas e cerca de 250 foram levadas como reféns para o enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, provocando mais de 47 mil mortos e cerca de 111 mil feridos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

Após 15 meses de conflito na Faixa da Gaza, o Hamas e Israel assinaram um acordo de cessar-fogo de seis semanas que entrou em vigor no domingo, durante o qual 33 reféns israelitas serão gradualmente trocados por mais de 1.900 prisioneiros palestinianos.

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por Lusa

Marcelo felicita Trump e aponta "objetivo comum" do reforço da relação transatlântica

Pedro Nunes - Reuters

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, felicitou Donald Trump pela assunção de funções como 47.º Presidente dos Estados Unidos da América, convicto de que o reforço da relação transatlântica continuará um objetivo comum.

"Portugal tem uma longa e profícua relação com os EUA, que continuará a cultivar no interesse dos dois povos, incluindo da extensa comunidade de portugueses e lusodescendentes naquele país e do crescente número de norte-americanos no nosso país", referiu, numa nota hoje divulgada no seu site oficial.

Marcelo Rebelo de Sousa manifestou-se convicto de que "o reforço da relação transatlântica continuará a ser um objetivo comum e uma prioridade para Portugal".

O republicano Donald Trump foi hoje empossado como o 47.º Presidente dos Estados Unidos, numa cerimónia no Capitólio em Washington que marca o seu regresso para um segundo mandato na liderança da Casa Branca.

O juramento do novo líder norte-americano foi realizado após a posse do seu futuro vice-Presidente, JD Vance, com o qual liderou a nomeação do Partido Republicano, que, em 05 de novembro, venceu as eleições presidenciais contra a candidatura democrata encabeçada por Kamala Harris.

A cerimónia em Washington é marcada pela presença de políticos internacionais populistas e de extrema-direita, mas com escassos responsáveis governamentais e sem líderes da União Europeia (UE), à exceção da primeira-ministra italiana, Georgia Meloni.

Donald Trump inicia a partir de hoje um segundo mandato na presidência dos Estados Unidos, após a sua liderança na Casa Branca entre 2017 e 2021, ano em que perdeu a reeleição para o democrata Joe Biden, a quem sucede agora no cargo.
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por RTP

Joe Biden discursa para apoiantes

Depois de sair do Capitólio, no fim do discurso de Donald Trump, o presidente cessante dirigiu umas palavras aos apoiantes que o aguardavam no exterior.
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por Antena 1

António Monteiro considerou que Trump não teve um discurso "belicista"

Foto: Morry Gash - EPA

Foi um discurso que se focou mais nas questões internas, mas, nas entrelinhas, segundo o antigo embaixador António Monteiro, também se falou da NATO.

Ainda assim, o antigo embaixador António Monteiro diz que não é discurso belicista.
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por Lusa

Zelensky espera que novo Presidente ajude a "paz justa e duradoura" na Ucrânia

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, felicitou hoje Donald Trump, dizendo esperar que o novo Presidente norte-americano ajude a alcançar uma "paz justa e duradoura" no conflito na Ucrânia.

"O Presidente Trump é sempre decisivo, e a política de paz através da força que anunciou oferece a oportunidade de reforçar a liderança americana e alcançar uma paz justa e duradoura, que é a principal prioridade", disse o líder ucraniano numa mensagem na rede social X, momentos após a tomada de posse do líder republicano como 47.º Presidente dos Estados Unidos.

Zelensky acrescentou que "este século está a ser forjado agora" e deixou um apelo: "Trabalhemos juntos para garantir que este seja um grande e bem-sucedido século para as democracias e não para aqueles que querem que falhemos".

O líder ucraniano desejou "boa sorte" a Trump e manifestou o desejo de estabelecer uma "cooperação ativa e mutuamente benéfica" com a sua administração.

"Juntos somos mais fortes e podemos proporcionar mais segurança, estabilidade e crescimento económico ao mundo e às nossas duas nações", concluiu Zelensky na sua mensagem.

Donald Trump foi hoje empossado como o 47.º Presidente dos Estados Unidos, numa cerimónia no Capitólio (sede do Congresso norte-americano) em Washington que marca o seu regresso para um segundo mandato na liderança da Casa Branca.

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por RTP

Trump discursa para apoiantes republicanos no Capitólio

Depois do discurso da tomada de posse e da saída de Joe Biden do Capitólio, o novo presidente dos Estados Unidos voltou a discursar, dirigindo-se desta vez aos apoiantes presentes.
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por Antena 1

Francisco Seixas da Costa diz que discurso de Trump é de recuperação do orgulho americano

Foto: Chip Somodevilla - EPA

É um discurso na América para a América. É a leitura do antigo embaixador Francisco Seixas da Costa.

Na emissão especial da Antena 1 que acompanhou a tomada de posse de Donald Trump, Francisco Seixas da Costa diz que o discurso do novo Presidente dos Estados Unidos é de recuperação do orgulho americano.
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por RTP

"Esta era dourada acabou de começar"

O presidente norte-americano volta a insistir na ideia de que a sua presidência marca o recomeço de uma "época de ouro" para os Estados Unidos da América. Donald Trump acabou aquele que foi o seu primeiro discurso, enquanto 47.º presidente dos Estados Unidos da América.

"Vamos tornar os EUA maiores do que nunca", declarou, prometendo "acabar com as guerras e trazer um espírito de unidade".

"A América será de nova respeitada, admirada", continuou. "Não seremos conquistados, nem intimidados, quebrado e não vamos falhar".

"Esta era dourada acabou de começar", concluiu.
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por RTP

Trump quer bandeira dos EUA em Marte

Prometendo que os Estados Unidos vão ser uma nação em crescimento, não apenas em termos de riqueza, Donald Trump voltou a insistir na ideia de expandir o território norte-americano.

"Os EUA vão ser considerados uma nação em crescimento. Uma que aumenta a nossa riqueza, expande os nossos territórios, constrói as nossas cidades, aumenta nas nossa expectativas e carrega a nossa bandeira para novos horizontes. Vamos perseguir o nosso Destino Manifesto, e vamos lançar astronautas americanos para colocar a bandeira no território de Marte", prometeu.
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por RTP

Golfo do México passa a ser Golfo da América

Trump anunciou ainda que vai mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América. 

“A América vai reclamar o seu lugar de direito como a maior, mais poderosa e mais respeitada nação da Terra - sendo uma inspiração para todos e a admiração de todo o mundo”, disse Trump. 

“Daqui a pouco tempo, vamos mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América”.

No mesmo discurso, Trump insistiu que quer ficar conhecido como alguém que faz a paz e como um "unificador", gabando-se pela paz no Médio Oriente, recordando que "um dia antes de assumir a Presidência" os reféns estão "de regresso a casa para as suas famílias".

Quanto ao Panamá, recordou que o "Canal do Panamá foi dado ao país do Panamá, depois de os EUA terem gasto mais dinheiro do que em qualquer outro projeto e terem perdido 38 mil vidas para construir o canal".

"Este presente nunca deveria ter sido feito. Os navios americanos estão a ser severamente mal tratados", insiste, afirmando que os EUA vão "recuperá-lo".
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Trump quer "recuperar liberdade de expressão" e apenas "dois géneros"

Uma das promessas do novo presidente norte-americano é também a recuperação “da liberdade de expressão”. 

“Nunca mais o imenso poder do Estado será usado como uma arma para fins de perseguição política. Não voltará a acontecer na minha liderança”.

 “Faremos com que a lei e ordem volte às nossas cidades". 

O presidente admitiu ainda querer forjar uma sociedade "cega à cor" e baseada no mérito, para isso, uma das medidas que vai implementar a nível oficial no Governo americano de que só "existem dois géneros". 

“A partir de hoje, só há dois géneros: masculino e feminino”.
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"Vamos ser um país rico outra vez" e acabar com acordo ecológico

Donald Trump anunciou que vai declarar uma emergência energética nacional para acabar com a inflação e vai "perfurar" o país para utilizar as gigantescas reservas de petróleo e gás natural para enriquecer o país.

 "Vamos ser um país rico outra vez. E é através desse ouro líquido debaixo dos nossos pés que o ajudará a fazer. Vamos acabar com o Green New Deal e as medidas para os veículos elétricos, salvando a nossa industria automóvel e os empregos dos americanos neste sector".

"Vão poder comprar o carro que quiserem".

Além disso, vai “iniciar imediatamente a revisão do sistema comercial para proteger os trabalhadores e as famílias americanas”.

"Vamos aplicar tarifas e impostos aos países estrangeiros para enriquecer os nossos cidadãos”, disse Trump. “Para este efeito, estamos a criar o Serviço de Receitas Externas para cobrar todas as tarifas, direitos e receitas".

Acrescentou que isso trará "enormes quantidades de dinheiro" para o tesouro do país "vindo de fontes estrangeiras".
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"Revolução do senso comum" e expulsão de "milhões e milhões" de migrantes ilegais

Falando numa "unidade nacional", Donald Trump anunciou que vai assinar uma "série de ordens executivas históricas" para começar o restauro da "revolução do senso comum". 

"Primeiro, vou declarar uma emergência nacional na fronteira do sul. Todas as entradas ilegais vão ser travadas e vamos começar o processo de deportação milhões e milhões de criminosos de volta aos lugares de onde vieram", afirmou.

Além disso, o novo presidente anunciou que vai classificar os cartéis como organizações terroristas e utilizar o poder das lei para combater o país de "gangues criminosos estrangeiros". 

"Vamos fazê-lo a um nível que nunca foi feito antes", continuou, acrescentando que vai "declarar emergência nacional da fronteira sul, para repelir esta invasão desastrosa".



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Trump foi "salvo por Deus" para fazer "América Grande Novamente"

Lembrando o ataque que sofreu na campanha eleitoral, Donald Trump insistiu que é o presidente mais testado da história dos EUA, sublinhando que aqueles que "querem parar a nossa causa" tentaram "tirar-me a liberdade" e tentaram "tirar-me a vida".

"Eu senti então, e sinto agora, que a minha vida foi salva por um motivo. Eu fui salvo por Deus para fazer a América Grande Novamente", afirmou.
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Tomada de posse é "dia da libertação"

O presidente Donald Trump considerou que o dia de hoje, 20 de janeiro de 2025, é o “dia da libertação”. “Espero que nossa recente eleição presidencial seja lembrada como a maior e mais importante eleição da história do nosso país”, disse Trump durante o discurso de posse.

Durante a Administração Trump, o objetivo é “todos os dias (…) enfrentar todas as crises com dignidade e atitude”, para recuperar “esperança, segurança e paz para os cidadãos, independentemente da raça, religião, cor ou credo”.
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Trump inicia "nova era de sucesso nacional"

Trump admite regressar à Casa Branca “confiante e otimista” e acredita que os EUA estão “numa nova era de sucesso nacional”.

“Uma maré de mudança está a varrer o país”, continuou, acrescentando que é necessário reconhecer os “desafios” que o país e o mundo enfrentam. “São muitos, mas este grande momento que o mundo agora testemunha vai dominá-los”. 

Segundo Trump, a política norte-americana enfrenta “uma crise de confiança”, uma vez que o “Estado se manteve corrupto” e tirou “poder e riqueza aos cidadãos”, e que “protege os criminosos” que chegam de “muitos países do mundo”.

“Tudo isso vai mudar a partir de hoje, e vai mudar muito rápido”, disse Trump. “A minha eleição recente é um mandato para reverter completa e totalmente uma traição horrível, e todas essas muitas traições que aconteceram, e devolver ao povo a fé, a riqueza, a democracia e, de facto, a liberdade.

"A partir deste momento, o declínio da América acabou".
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"América primeiro"

No discurso inaugural, como presidente dos EUA, Donald Trump começou por prometer que o país vai “florescer e será respeitado de novo em todo mundo”. Com a Administração Trump, que acaba de tomar posse, todos os dias estará “a América primeiro”.

 “Seremos a inveja de todas as nações e não deixaremos que tirem partido de nós nunca mais”.

Durante a Administração Trump, prometeu, estará “a América primeiro”.

“A nossa soberania será reclamada, a nossa segurança será restaurada, as balanças da Justiça serão reequilibradas”, continuou.

A principal prioridade do Governo de Trump, segundo o próprio, “será criar uma nação que seja orgulhosa, próspera e mais livre”.

Os Estados Unidos serão “maiores, mais fortes e muito mais excecionais do que nunca”.

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Donald Trump já é presidente dos EUA

Completado o juramento, Donald Trump já é o 47º presidente dos Estados Unidos.

O político republicano Donald Trump foi hoje empossado como o 47.º Presidente dos Estados Unidos, numa cerimónia no Capitólio em Washington que marca o seu regresso para um segundo mandato na liderança da Casa Branca. Donald Trump inicia a partir de hoje um segundo mandato na presidência dos Estados Unidos, após a sua liderança na Casa Branca entre 2017 e 2021, ano em que perdeu a reeleição para o democrata Joe Biden, a quem sucede agora no cargo.
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JD Vance já fez juramento e é vice-presidente

A cerimónia de tomada de posse começou com o juramento de JD Vance, que já é oficialmente vice-presidente.
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Milhares de convidados no Capiólio

Prevê-se que estejam presentes cerca de 800 pessoas na Rotunda do Capitólio, com mais 1.300 pessoas no Emancipation Hall e mais 500 pessoas no teatro no centro de visitas do Capitólio.
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Donald Trump e Joe Biden no Capitólio

O presidente eleito e o presidente cessante já chegaram ao Capitólio.
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Trump vai usar a mesma Bíblia de Abraham Lincoln na cerimónia

A CNN está a avançar com a informação de que Donald Trump vai usar, no juramento, a mesma bíblia que usou Abraham Lincoln quando tomou posse em 1861.
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Trump e Biden a caminho do Capitólio

O presidente cessante e o presidente eleito já saíram da Casa Branca e vão juntos, no mesmo veículo, em direção ao Capitólio para a cerimónia de tomada de posse de Donald Trump.
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por RTP

Trump vai acabar com programas de diversidade e inclusão

Donald Trump prepara-se para acimar uma ordem executiva que ponha fim a programas de diversidade e inclusão, com o Governo federal a reconhecer a existência de apenas dois sexos, feminino e masculino.

A informação foi avançada à agência Reuters por uma fonte da Casa Branca, segundo a qual os Estados Unidos também não irão financiar quaisquer procedimentos médicos para mudança de sexo.
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por RTP

Trump recebido por Biden na Casa Branca

Joe Biden e a sua mulher, Jill, acabam de receber Donald e Melania Trump na Casa Branca para uma visita de cortesia.
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Lula da Silva diz que Brasil deseja manter parceria com EUA

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que o seu Governo não quer confrontos com o presidente norte-americano, Donald Trump, e que o país sul-americano pretende manter a parceria histórica com os Estados Unidos.

"Há gente que diz que a eleição do Trump pode causar problema na democracia mundial. Trump foi eleito para governar os Estados Unidos e eu, como Presidente do Brasil, torço para que ele faça uma gestão profícua, para que o povo brasileiro e o povo americano melhorem", disse Lula da Silva numa reunião com os ministros do seu Governo, em Brasília.

"Que os americanos continuem a ser o parceiro histórico que são do Brasil, porque da nossa parte nós não queremos briga, nem com a Venezuela, nem com os americanos, nem com a China, nem com a Índia, nem com a Rússia", acrescentou.

c/ Lusa
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por RTP

Trump vai utilizar ordem executiva para criar o DOGE

O site de notícias Semafor está a avançar que o presidente eleiro planeia assinar uma das primeiras ordens executivas para criar o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla original).
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por Cristina Santos - RTP

Putin felicitou Trump antes da tomada de posse

Reuters

O presidente russo saúda o desejo do presidente eleito dos EUA de restaurar o diálogo direto com a Rússia e, desta forma, evitar a terceira guerra mundial.

Vladimir Putin, reunido com os ministros do Governo russo, garantiu que Moscovo está aberto para dialogar com a nova administração norte-americana.
Sobre a guerra na Ucrânia, o líder russo quer uma paz duradoura, mas assegura que vai lutar pelos interesses da Rússia.
Para além da guerra na Ucrânia, Putin falou ainda sobre o controlo de armas nucleares e garantiu que Moscovo está disponível para discutir o tema com Trump. Em causa está o Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (ou Novo START) que expira em fevereiro de 2026. Este é o último pilar do controlo de armas nucleares entre os Estados Unidos e a Rússia.
A tomada de posse do presidente norte-americano é o tema da reunião de Putin com o Conselho de Ministros russo. Uma reunião transmitida pela televisão russa.

Os elogios de Moscovo a Trump  surgiram após a vitória nas eleições norte-americanas, no início de novembro de 2024. Vladimir Putin considerou o presidente eleito um "homem corajoso" e que foi "perseguido por todos os lados" durante o primeiro mandato na Casa Branca. No final desse mês, o chefe de Estado da Rússia elogiou Donald Trump por ser “um político experiente e inteligente”.
Então, Putin confessou acreditar que Trump “encontraria a solução” após Biden ter autorizado Kiev a utilizar misseis norte-americanos contra a Rússia.

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por RTP

Trump vai declarar emergência nacional na fronteira, diz funcionário

O presidente eleito Donald Trump estará a preparar-se para declarar uma emergência nacional na fronteira dos Estados Unidos com o México já esta segunda-feira, avançou um funcionário da sua Administração.

Segundo esta fonte da agência Reuters, Trump planeia também enviar mais forças armadas para ajudar a proteger a fronteira.

O presidente eleito pretende ainda pôr fim à nacionalidade norte-americana para crianças nascidas em território norte-americano filhas de pais que sejam imigrantes ilegais.
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por RTP

UE preparada para trabalhar com Trump, acredita Miranda Sarmento

O ministro das Finanças, Miranda Sarmento, acredita que a União Europeia vai encontrar formas de trabalhar com a nova Administração dos Estados Unidos.

O governante português acrescenta que a Europa tem de se focar em resolver os problemas económicos internos.
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por RTP

Deportações em massa. Papa antevê "desgraça" com Trump

Foto: Jorge Duenes - Reuters

Desde a campanha que Donald Trump promete deportações em massa de imigrantes em situação ilegal nos Estados Unidos. O papa Francisco considera que, se for mesmo aplicado, o plano do novo presidente norte-americano será uma "desgraça".

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Cerimónia religiosa
por RTP

Donald e Melania Trump entram na Igreja de São João

Na antecâmara da tomada de posse, o presidente eleito dos Estados Unidos e a próxima primeira-dama acabam de entrar na Igreja de São João, no coração de Washington, para uma cerimónia religiosa.

Também o futuro vice-presidente, JD Vance, e a mulher, Usha, participam neste evento.
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por RTP

As três prioridades de Trump: imigração ilegal, TikTok e perdões presidenciais

Donald Trump regressa esta segunda-feira à Casa Branca e prometeu assinar já neste dia mais de 100 ordens executivas, revertendo várias das políticas da Administração Biden.

Um dos principais temas em cima da mesa é a prometida deportação em massa de imigrantes ilegais.

Outro é o TikTok, com Trump a pretender passar parte da empresa para mãos norte-americanas - eventualmente as de Elon Musk - e contrariando, assim, a proibição da rede social nos EUA, decidida pelo Supremo Tribunal.

Por fim, o republicano quer dar emitir perdões presidenciais aos participantes nos motins de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio. Neste momento, cerca de 1.500 dessas pessoas enfrentam acusações judiciais.
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por RTP

Trump torna-se 47.º presidente. "Uma cerimónia diferente" em Washington

O sucessor de Joe Biden na Casa Branca quis introduzir o seu cunho na agenda da inauguração como 47.º presidente dos Estados Unidos. Os correspondentes da RTP em Washington estão a acompanhar o primeiro dia da segunda Administração Trump.

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por RTP

Trump prepara-se para romper com legado de Biden

Foto: Justin Lane - EPA

Donald Trump toma posse num dia frio, com temperaturas abaixo de zero na capital federal norte-americana, e rodeado de fortes medidas de segurança.

A seguir, vai começar a assinar ordens executivas, que irão marcar uma rutura com o legado de Joe Biden.
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por RTP

França e Europa têm de fazer frente a Trump, avisa François Bayrou

O primeiro-ministro francês, François Bayrou, afirmou esta segunda-feira que a França e a Europa como um todo terão de enfrentar o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e suas políticas, para evitar serem "esmagadas".

"Os Estados Unidos decidiram embarcar numa forma de política extremamente dominadora, através do dólar, através da sua política industrial, através do facto de poderem capturar os investimentos mundiais e a investigação mundial", declarou Bayrou aos jornalistas.

"E se não fizermos nada, o nosso destino é muito simples: seremos dominados. Seremos esmagados. Seremos marginalizados", acrescentou.

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por RTP

Biden emite perdões presidenciais preventivos

O ainda presidente dos EUA, Joe Biden, emitiu esta segunda-feira perdões presidenciais preventivos para uma série de personalidades que considera que "não merecem ser alvo de ações judiciais injustificadas e politicamente motivadas" no mandato de Donald Trump, que tem hoje início.

Entre os abrangidos pelos perdões está o general Mark Milley, ex-chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos que serviu no anterior mandato de Trump e veio mais tarde a chamá-lo de "fascista".

Outra das personalidades é o imunologista Anthony Fauci, envolvido no combate à pandemia de covid-19 e que contrariou na altura várias teorias do então presidente Trump acerca do vírus.

Estão também abangidos vários membros do comité do Congresso que investigou o ataque ao Capitólio, assim como testemunhas.

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Momento-Chave
por Antena 1

As duas faces da Europa para os Estados Unidos

Kai Pfaffenbach - Reuters

Donald Trump toma esta segunda-feira posse como 47.º presidente dos Estados Unidos. Um regresso que chega com muitos avisos à Europa, desde já com ameaças de taxas mais altas. Uma atitude, que do ponto de vista do professor da Universidade Clássica de Lisboa José Gomes André, será um dos grandes desafios nos próximos tempos.

Para este académico, a Europa terá de se decidir na dicotomia que tem feito até agora, insistindo em afirmar que não gosta de determinadas políticas, mas acabando sempre por ceder a ameaças norte-americanas.

Já relativamente à saída de Joe Biden o especialista em política internacional José Gomes André refere que o mandato cessante ficou marcado por duas questões essenciais: guerra na Ucrânia e clima. Relativamente ao tema da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, o editor de assuntos internacionais da Antena 1, José Manuel Rosendo, recorda que uma das prioridades de Donald Trump, neste novo mandato, será o fim rápido deste conflito. Uma ideia que pode implicar a cedência de território ucraniano à Rússia.

O editor da rádio pública sublinha também que a guerra comercial com a China será uma das principais preocupações da nova Administração norte-americana. Um outro foco de interesse para o editor de assuntos internacionais da Antena 1 é perceber como é que os Estados Unidos vão lidar com o as relações entre Israel e a Palestina. A Antena 1 abre uma emissão especial a partir das 16h30 para acompanhar a cerimónia da tomada de posse de Donald Trump.

O novo líder da casa branca promete começar a trabalhar já esta segunda-feira, tendo manifestado a intenção de arrancar, o quanto antes, com a deportação em massa de imigrantes ilegais.

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por RTP

Papa Francisco oferece a Trump orações por "sabedoria e força"

O papa Francisco desejou esta segunda-feira votos de felicidades ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

O sumo pontífice, que no passado expressou o seu desacordo com a retórica anti-imigração de Trump, disse que iria rezar para que Deus concedesse a Trump "sabedoria, força e proteção" na presidência dos EUA.

"É minha esperança que, sob a sua liderança, o povo americano prospere e se esforce sempre para construir uma sociedade mais justa, onde não haja espaço para ódio, discriminação ou exclusão ", declarou o papa.

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por Cristina Santos - RTP

A "revolução do bom senso" segundo Donald Trump

Reuters

O presidente eleito dos EUA vai pedir uma "revolução do bom senso" durante o discurso de posse que fará esta segunda-feira. É pelo menos isso que adianta o norte-americano The Wall Street Journal, que cita algumas passagens do texto que Donald Trump vai ler.

"Volto à Presidência confiante e otimista de que estamos no início de uma nova era emocionante de sucesso nacional” será outra das frases que o presidente eleito vai proferir.

Para os norte-americanos, a mensagem é que “uma onda de mudança está a varrer o país” e que “é hora de agirmos mais uma vez com coragem, vigor e a vitalidade da maior civilização da história".

Donald Trump inaugura o segundo mandato como presidente dos Estados Unidos da América, esta segunda-feira. É de esperar que, após a tomada de posse, ele não perca tempo e assine uma série de ordens executivas que vão desde a energia até à imigraçãoO juramento da tomada de posse que deveria acontecer em frente ao Capitólio, vai acontecer dentro do complexo do Congresso por causa do frio.

Uma forma, sublinham os analistas, de deixar a sua marca e mostrar o que vai fazer com a sua administração.

Duas fontes familiarizadas com planeamento da agenda de Trump, citadas pela Reuters, adiantam que vão ser assinadas, já a partir desta segunda-feira, mais de 100 ordens e diretivas.


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Inauguração de Trump
por RTP

Emissão especial na RTP3 a partir das 14h00

O canal de notícias da televisão pública vai ter esta tarde uma emissão especial para acompanhar a cerimónia de tomada de posse de Donald J. Trump em Washington.
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por Antena 1

Em nome da "estabilidade das três potências", Luís Amado espera pelo "diálogo" de Trump

Antena 1

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros espera para ver quais os equilíbrios que Donald Trump vai procurar no mundo, em particular com a Rússia e com a China.

Ouvido esta manhã no programa Ponto Central, da Antena 1, Luís Amado tem expectativas quanto à capacidade de diálogo do presidente eleito dos Estados Unidos, que toma hoje posse.

Realçando a "capacidade de diálogo que, apesar de tudo, Trump conserva com os seus interlocutores e adversários", Luís Amado olha para o relacionamento que o país poderá estabelecer com outras potências mundiais.

"Veremos até que ponto é capaz de desenvolver um modelo de relacionamento quer com Xi Jinping, quer com Putin", afirma.

O objetivo, aponta Luís Amado, seria "garantir a necessária estabilidade das relações entre as três grandes potências nucleares como condição básica para a estabilização do sistema internacional e para a evolução para uma nova fase das relações internacionais que se encontram, como sabemos, num dos momentos mais críticos depois da Segunda Guerra Mundial".

Na leitura do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, o presidente eleito Donald Trump vai mudar de estratégia para dar mais poder aos Estados Unidos. A meta seria fazer do país a maior potência mundial na energia.
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"Relações estáveis, saudáveis e sustentáveis"
por RTP

O memorando chinês para a segunda Administração Trump

O Governo da China afirma-se "disposto a trabalhar" com a nova Administração republicana dos Estados Unidos, tendo em vista "reforçar o diálogo e a cooperação".

"A história do desenvolvimento das relações entre a China e os Estados Unidos diz-nos que se os dois países trabalharem em conjunto, ambas as partes serão beneficiadas, mas se lutarem entre si ambas serão prejudicadas", enfatizou esta segunda-feira, em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning.O norte-americano The Wall Street Journal noticiou que Donald Trump manifestou já ao seu círculo próximo a vontade de viajar para a China após a tomada de posse, o que poderá acontecer nos primeiros 100 dias do mandato.

Segundo Ning, Pequim "sempre acreditou que as relações estáveis, saudáveis e sustentáveis entre a China e os EUA estão de acordo com os interesses comuns dos dois países e com as expectativas da comunidade internacional".

"A China está disposta a trabalhar com a nova Administração dos EUA para defender os princípios do respeito mútuo, da coexistência pacífica e da cooperação", prosseguiu, para de novo colocar a tónica na necessidade de "reforçar o diálogo e a comunicação, gerir corretamente as diferenças e alargar a cooperação".
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Regresso à Casa Branca
por RTP

Dia de inauguração do 47.º presidente dos Estados Unidos em Washington

Consuma-se esta segunda-feira o retorno de Donald Trump à secretária da Sala Oval da Casa Branca. A posse está prevista para pouco antes das 12h00 locais (17h00 em Lisboa), no Capitólio, com discursos dos novos vice-presidente, J.D. Vance, e presidente.

A cerimónia em Washington conta com a presença de políticos internacionais, desde logo rostos do populismo ou da extrema-direita. São poucos, todavia, os chefes de governo. E não haverá dirigentes dos diretórios da União Europeia.Donald Trump bateu a vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris, na eleição presidencial de 5 de novembro. Cumpriu um primeiro mandato, de 2017 a 2021, tendo falhado a reeleição frente a Joe Biden.


A lista de convidados do presidente eleito inclui nomes o populismo como o presidente da Argentina, Javier Milei, que confirmou a presença, e do ex-chefe de Estado brasileiro Jair Bolsonaro, que não pode viajar para os Estados Unidos por ter o passaporte retido pela justiça brasileira, no quadro da investigação sobre o alegado plano de golpe de Estado para impedir a posse de Lula da Silva.

Entre os convidados estão também o presidente da China, Xi Jinping, que se faz representar por altos responsáveis do seu executivo, e os presidentes de El Salvador, Nayib Bukele, e do Equador, Daniel Noboa, além dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, e do Japão, Takeshi Iwaya.

Nenhum dos altos representantes das instituições da União Europeia foi convidado para a cerimónia de inauguração, incluindo os presidentes do Conselho Europeu, António Costa, da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Parlamento Europeu, Roberta Metsola.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, será a única líder dos 27 Estados-membros da UE presente. Os 27 serão representados pela embaixadora da União para os Estados Unidos, Jovita Neliupšien.

Da extrema-direita europeia, haverá uma delegação dos Patriotas pela Europa, encabeçada pelo líder da terceira maior força política do Parlamento Europeu, Santiago Abascal, do espanhol Vox e que inclui o líder do Chega, André Ventura. Portugal é representado pelo embaixador Francisco Duarte Lopes.

Foi igualmente convidada Alice Weidel, líder do partido de extrema-direita alemão Alternativa para a Alemanha (AfD) - será todavia representada pelo co-presidente do partido, Tino Chrupalla.

Os líderes da extrema-direita francesa, Marine Le Pen e Jordan Bardella, não receberam convites, ao contrário do político anti-imigração Éric Zemmour. Do Reino Unido, seguiu o líder do partido Reform UK, Nigel Farage.

A inauguração terá a presença do multimilionário Elon Musk, patrão, de X, Tesla e SpaceX, do presidente da Meta, Mark Zuckerberg, e do fundador da Amazon, Jeff Bezos.

Joe Biden, Barack Obama, que não estará acompanhado da mulher, Michelle, Bill Clinton e George W. Bush são antecessores presentes.
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por RTP

Último discurso de Biden enumerou feitos do mandato

Foto: Elizabeth Frantz - Reuters

No último discurso enquanto presidente dos Estados Unidos, Joe Biden quis enumerar as conquistas da Administração democrata que liderou.

Entre os apelos à esperança em dias melhores, lembrou a entrada da primeira mulher negra no Supremo Tribunal e os esforços para o fim da guerra entre Israel e o Hamas.
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por RTP

Segurança reforçada em Washington para tomada de posse de Trump

Concretiza-se esta segunda-feira a tomada de posse de Donald Trump como 47.º presidente dos Estados Unidos. Na última noite, juntou 500 convidados no Clube de Golfe pessoal, nos arredores de Washington D.C., para uma festa com espetáculo de fogo de artifício.

Quase em simultâneo, em vários Estados norte-americanos, houve marchas de protesto contra a eleição de Trump.

Na tarde de domingo, o presidente e vice eleitos visitaram o maior cemitério militar do país na virgínia.

Em Washington, há um grande reforço de segurança junto ao Capitólio, onde vai decorrer a cerimónia. Foram mobilizado mais de oito mil militares da Guarda Nacional.
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por Andreia Martins (texto), João Marques (vídeo) - RTP

Tomada de posse de Trump. O que esperar dos próximos quatro anos? A análise de quatro especialistas

O novo presidente dos Estados Unidos regressa esta segunda-feira à Casa Branca após quatro anos de interregno. Ao longo da campanha e sobretudo nos últimos dois meses, desde que carimbou a vitória nas eleições presidenciais, Donald Trump tem dado sinais de quais serão as suas prioridades e principais ações neste segundo mandato. Perspetivamos os próximos quatro anos e as consequências globais que daí poderão decorrer com a opinião de quatro comentadores da RTP: Filipe Pathé Duarte, Filipe Vasconcelos Romão, José Gomes André e Miguel Szymanski.

O magnata que agora chega à liderança dos Estados Unidos como 47º presidente poderá seguir um guião muito diferente daquele que seguiu entre 2017 e 2021. A RTP procurou antecipar o que podemos esperar deste segundo mandato com os contributos de quatro peritos em política internacional.

A análise engloba não só as declarações que Donald Trump tem proferido nos últimos meses, mas também o novo contexto político, internacional e a nível nacional, que se impõe. E o histórico de Trump como presidente e candidato não é esquecido.

Para o jornalista e escritor Miguel Szymanski, a “surpresa” e a “estupefação” marcaram o primeiro mandato. Agora, a palavra-chave é a “imprevisibilidade”, sendo que o contexto é “bem mais preocupante” na atualidade.

“Estamos perante uma tempestade perfeita como não tínhamos no primeiro mandato”, resume. O investigador e professor José Gomes André também vê a imprevisibilidade como uma das principais características. “Se com outras figuras políticas conseguimos perceber que há um determinado plano alicerçado em objetivos bastante concretos que normalmente envolve um conjunto muito alargado de pessoas (…), no caso de Trump estamos habituados a decisões relativamente unilaterais bastante improvisadas e que nem sempre fazem parte de uma agenda muito coerente”, completa.

Há, no entanto, algumas diferenças: “Até do ponto de vista da análise do que foi a campanha, Donald Trump parece ser hoje um político mais calculista. Isso deriva evidentemente da sua experiência mas também de uma certa perceção que o próprio terá tido, ou alguém lhe terá explicado, de que o seu estilo truculento não é sempre eficaz”, refere José Gomes André. “Podemos esperar um Trump mais calculista, talvez menos agressivo. No seu estilo caótico e com umas tiradas que o marcam. Mas uma presidência mais tradicional”, sugere o investigador.
A “oligarquia” e o teste à democracia

Filipe Vasconcelos Romão destaca, por sua vez, a obtenção de uma maioria no voto popular e no Colégio Eleitoral, mas também a maioria nas duas câmaras: “Estes candidatos ao Senado e à Câmara dos Representantes, na sua esmagadora maioria, estavam com o candidato a presidente e já conheciam o trabalho do candidato a presidente. Esta é uma diferença clara em relação ao seu primeiro mandato. Todo o seu programa, mesmo os aspetos que nos poderiam parecer mais chocantes, já foram divulgados durante a campanha eleitoral”, frisa o investigador. Para além da imigração e das questões da fronteira, o investigador Filipe Pathé Duarte assinala aquele que foi o tema central do discurso de despedida do presidente cessante, Joe Biden, ao assinalar os perigos de domínio de uma “oligarquia essencialmente representada por um poder associado às indústrias da área da tecnologia digital”. 

“O problema associado a estas indústrias não é tanto só a representação de poder financeiro da oligarquia, mas essencialmente perceber que é um determinado tipo de plataforma que nos traz a realidade (…) que pode ser perfeitamente manietada de acordo com o interesse dessa mesma oligarquia e do poder que essa mesma oligarquia poderá querer a representá-la”, acrescenta.

Filipe Pathé Duarte diz mesmo que há “uma queda do valor de verdade” que tem impacto “na relação de confiança das sociedades”. O jornalista Miguel Szymanski também alerta para os perigos representados pelos empresários de tecnologia. “Elon Musk tem um ascendente enorme sobre a próxima administração. (…) Musk está ativamente a promover partidos com uma extrema-direita, tudo o que são partidos que destabilizam a Europa”, destaca.

“A democracia dos EUA tem vindo a transformar-se ao longo dos tempos numa plutocracia que uma certa liga de bilionários (…) veio aumentando o seu poder”, nomeadamente na compra de jornais ou bilionários ligados a Sillicon Valley ou Wall Street.

Por outro lado, os casos judiciais que envolveram Trump nos últimos meses “levaram a que fosse tomada a decisão de total impunidade criminal do presidente dos Estados Unidos em funções”, afiança Miguel Szymanski. “Aquela frase que Donald Trump dizia de uma forma provocatória, se eu matasse alguém em plena Quinta Avenida, não me acontecia nada, tornou-se realidade”, argumenta. O jornalista luso-alemão adverte mesmo para os perigos que tal representa para a democracia norte-americana, lembrando a forma como Adolf Hitler ascendeu ao poder na Alemanha, há um século, desencadeando do fim da república de Weimar.

“Não é impossível a um presidente com uma maioria nas câmaras necessárias estabelecer uma lei que suspenda ou modifique a democracia. Mesmo numa democracia com algumas provas dadas”
, adverte. Por seu lado, o professor José Gomes André, especializado em história norte-americana, acredita na resiliência da democracia norte-americana e da sua variedade de “checks and ballances” (freios e contrapesos), apesar de reconhecer os grandes desafios que se avizinham.

“Sabemos hoje que a capacidade de oposição do Partido Republicano a Donald Trump é muito pequena, é frágil. A maioria republicana nestes organismos e também a forma como o Supremo Tribunal tem dado azo às suas decisões cria um ambiente muito favorável a esse tipo de presidência mais autoritária, mas centrada na figura de Trump”
, sublinha. No entanto, lembra a força do federalismo no contexto norte-americano, da imprensa e da própria sociedade civil, num país de “grande tradição de intervenção cívica”, com capacidade de bloqueio, protestos ou de ações em tribunal, “nomeadamente quando estão em causa direitos fundamentais”, acrescenta.

“O que julgo que vamos ver em ação é um teste aos checks and balances no sentido de exigirem o máximo que eles próprios podem dar. Se poderão quebrar e fraquejar, poderá acontecer, mas não julgo que Donald Trump tenha esse objetivo nem que tenha tempo suficiente para o fazer face a esta conjuntura de obstáculos”, afirmou.
“Duas versões extremas” sobre os casos judiciais
Também no que diz respeito aos casos judiciais, José Gomes André procura desmontar o que designa de “armadilhas”. “Há dois extremos que são muito fáceis, numa primeira análise, de defender. O primeiro é de que Trump é um perseguido pela justiça, houve uma caça às bruxas, houve uma instrumentalização de todos os órgãos para o prender ou afastar da presidência”.

Mas há também a visão contrária, de que Trump “começou por ser investigado e que, na verdade, embora houvesse uma série de provas para o condenar, houve uma espécie de supressão de todo o processo judicial e ele acabou absolvido de forma misteriosa”.

Na leitura de José Gomes André, “a verdade está algures a meio entre estas duas versões um bocadinho extremas”. Recorre ao exemplo do caso Stormy Daniels, em que o presidente eleito foi condenado por ter efetuado pagamentos ilegais para comprar o silêncio de uma atriz pornográfica, mas não foi condenado a qualquer pena.

O juiz “preferiu não aplicar nenhuma pena, para de alguma maneira permitir ao presidente desempenhar as suas funções sem ter uma limitação de um pena suspensa, por exemplo, que poderia numa situação futura levar à prisão. (…) Optou-se por este cenário que não é propriamente passar uma borracha por cima e dizer que nada aconteceu, mas, reconhecendo este crime, isentá-lo de pena”, explica.

José Gomes André assinala, neste contexto, os quadros de imunidade diplomática ou dos deputados que existem “na maior parte dos sistemas democráticos”.

“No que diz respeito aos agentes políticos com papel governativo, que têm que tomar decisões, imagine o que seria criminalizarmos um político pelas consequências de uma decisão que ele toma. (…) Isto levaria a uma paralisia do sistema, ninguém tomaria decisões com receio de ser mais tarde responsabilizado criminalmente”, assinala. E, no caso dos EUA, esta questão é especialmente relevante no caso do presidente, que muitas vezes toma “decisões de forma quase unilateral”.

A responsabilização política e a imunidade judicial são duas faces da mesma moeda, ainda que no caso de Trump este equilíbrio tenha sido “particularmente testado” pela série de casos em que esteve envolvido.
“O mais próximo que temos é o caso de Richard Nixon, onde surgiu um caso que havia provas bastante concretas do seu envolvimento no escândalo de escutas do partido adversário. Esse caso era efetivamente muito forte e foi discutida essa questão da imunidade política e judicial. O que é que resultou daí? Uma decisão política do próprio Nixon em demitir-se. Foi aliás o único presidente dos EUA que se demitiu para evitar um processo judicial nebuloso. Não é com Trump que é inventada esta ideia dos processos judiciais complexos, ele simplesmente testou o sistema de uma maneira inédita pela quantidade de situações em que esteve envolvido”, sumariza.
As guerras na era Trump
No plano internacional, destacam-se os conflitos mais prementes a nível internacional nos últimos anos. A situação na Ucrânia tem merecido grande destaque nas intervenções de Donald Trump ao longo dos últimos meses.

“Não é preocupante quando ele diz, num excesso de retórica óbvio, que acaba com a guerra na Ucrânia em 24 horas. É desejável que haja uma qualquer forma de cessar-fogo. Infelizmente é preocupante o que está por trás dessa negociação que ele anuncia. São assuntos que vão fragilizar muitíssimo a União Europeia. (…) Por exemplo, ao obrigá-la a gastar 5 por cento da sua riqueza em armas, sobretudo em armas norte-americanas. Açambarcar o mercado energético europeu, mais ainda do que o já o domina através do gás natural e das exportações, que vieram substituir os fornecimentos baratos de energia russa”, argumenta o jornalista Miguel Szymanski. Filipe Vasconcelos Romão partilha desta mesma ideia. “Para as potências europeias serem mais responsáveis pela sua própria defesa, provavelmente, e tendo em conta o status quo da indústria de armamento na Europa, isto obrigá-las-á a fazer compras nos Estados Unidos. E isto vai diretamente em direção ao sentido daquilo que é a posição norte americana, esta ideia um bocadinho transacional da política que Donald Trump tem, no sentido de ver vantagens também do ponto de vista comercial para aquilo que são as suas posições políticas”, resume.

A diminuição de apoios à Ucrânia por parte dos EUA poderá ter reflexos imediatos no terreno. “A resolução dessa situação - que Donald Trump disse durante a campanha que iria resolver em pouco tempo – partirá muito, por um lado, de uma pressão que Trump vai fazer à Rússia, naturalmente, e também uma pressão da possibilidade de menor apoio à Ucrânia por parte dos norte-americanos, o que porá as duas partes relativamente desequilibradas, precipitando um potencial acordo de cessar-fogo”, afirma Filipe Pathé Duarte.

O sistema internacional, este em que vivemos pelo menos desde o final da Segunda Guerra Mundial, muito pautado pelo respeito do direito internacional, pelo respeito das soberanias e das instituições, o que se chama uma ordem liberal, teve sempre como baluarte de proteção dessa mesma ordem os Estados Unidos. E, de repente, tendo em conta pelo menos a narrativa explícita de Donald Trump, possivelmente isso poderá ser posto em causa”, acrescenta Filipe Pathé Duarte, denotando “uma espécie de réplica da Doutrina Monroe”. Espera, por isso, uma postura “mais realista por parte dos Estados Unidos nas relações internacionais e não tão construtivista e não tão transformadora” ou esforçada na “manutenção de determinados princípios éticos, morais e legais”. Por essa via, poderá “haver um encorajamento de movimentos, comunidades e Estados não necessariamente democráticos, que, perante aquilo que Donald Trump reflete, se poderão sentir encorajados nesse processo”, antecipa o académico.

No Médio Oriente, o presidente eleito “dá provas de que não pretende ter uma participação ativa, direta e constante das forças norte americanas no terreno para tentar apagar fogos”
, refere Filipe Vasconcelos Romão. Pretende, num primeiro momento, ter a situação de Gaza resolvida o mais cedo possível.

“Trump pretende apaziguar o Médio Oriente, por muito que isto nos possa parecer chocante face à sua figura. E pode até ser um apaziguar diferente daquilo que poderiam ser os interesses (…) de um reconhecimento, por exemplo, da autodeterminação da Palestina”, adianta. O objetivo principal é que Gaza não leve a um envolvimento direto dos EUA na região. Para o investigador, o próximo presidente norte-americano pretende delegar no Governo israelita o papel que até agora os Estados Unidos tinham desempenhado. “Mas para isso, Israel não pode ser uma potência hostil a tudo o que o rodeia. O que é que é necessário? Recuperar o espírito dos acordos de Abraão, que foram um dos seus trunfos na política externa no primeiro mandato”, assinala.
O mundo dividido "áreas de influência"
Num exercício de “isolacionismo ativo” ou mesmo “ofensivo”, a nova Administração poderá “centrar-se naquilo que considera ser o espaço em que os norte-americanos devem estar efetivamente presentes”, refere Filipe Vasconcelos Romão. O mesmo em relação à guerra em curso na Europa, uma “ferida aberta” que Trump quererá “amenizar”, mesmo que isso leve a cedências territoriais. Nesse contexto, argumenta, “é mais fácil compreender” o discurso do próximo presidente dos Estados Unidos em relação à Gronelândia, ao Canadá, ao Canal do Panamá e ao Golfo do México”.

“Julgo que há uma visão pragmática de Trump que vê o mundo dividido em esferas de influência, recupera a ideia de esferas de influência. A administração Trump parece pronta a reconhecer que a Rússia pode ter um papel importante e que há uma espécie de espaço que poderá ser vedado ao Ocidente, porque é um espaço prioritário para a Rússia. A mesma coisa em relação à China. (…) Poderá ser mais chocante, por exemplo, a presença de investimento chinês em portos próximos do Canal do Panamá do que propriamente as aspirações que a China tem em relação a Taiwan. Porque, mal ou bem, é provável que, a médio prazo, venha a compreender que Taiwan pode ser parte do mundo chinês”, acrescenta.

Nas últimas semanas, as propostas do próximo inquilino à Casa Branca quanto à Gronelândia ou ao Canal do Panamá levaram a uma ampla discussão. “Estrategicamente, os Estados Unidos jamais poderão fazer uma intervenção no Panamá, porque é de interesse ter uma boa relação com o Panamá”, até porque poderá ser uma zona de controlo dos fluxos migratórios vindos da América do Sul, refere Filipe Pathé Duarte.

Importa também lembrar que o Panamá “tem vindo a ser útil” para a aplicação de sanções norte-americanas a empresas russas ou iranianas. No fundo, a proposta em relação ao Panamá advém de uma forma “muito peculiar de estar na política internacional e dizer que não tolerará as suas portas – geográficas, bem entendido - presença chinesa”. No caso da Gronelândia, “o racional é relativamente parecido”, argumenta Filipe Pathé Duarte. “A Gronelândia torna se cada vez mais um ponto de pressão geopolítica e geoestratégica, um centro de gravidade, em resultado (…) das alterações climáticas, porque o aumento da temperatura está a causar degelo e o derretimento do permafrost”, adianta.

Essa situação está a gerar “novas rotas de navegação muito mais curtas, logo mais baratas” entre a Ásia e o Atlântico Norte. “E onde passa marinha mercante, passa marinha de guerra”, sendo que boa parte do Ártico já é dominada pela Rússia e a China, refere o investigador.

Filipe Pathé Duarte lembra também que o derretimento do permafrost, fruto das alterações climáticas, poderá dar acesso a novas fontes de hidrocarbonetos, mas também “minerais críticos e às terras raras”.

“Quem está no topo e no controlo destes mesmos minerais críticos e das terras raras é a China. Controlar o Ártico, põe a China, de facto, numa pole position intocável. O s Estados Unidos não querem permitir que este tipo de situação aconteça”, assinala. Por outro lado, há também a questão política que representa “uma potencial ameaça”.

“Tendo em conta a especificidade legal da Gronelândia, há cada vez mais margem para movimentos (…) de secessão relativamente à Dinamarca, sendo que há um crescendo de investimento chinês na Gronelândia”, lembra o professor. “Não podemos pôr de parte a possibilidade de a China incrementar essa separação”, alerta. 

Foto: Jim Watson - AFP
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por RTP

Donald Trump promete "acabar com a invasão das fronteiras"

Foto: Evelyn Hockstein - Reuters

Donald Trump promete deportações em massa, o regresso do TikTok e destaque para Elon Musk. Na véspera da tomada de posse, Trump discursou durante uma hora no comício de vitória, em Washington.

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Momento-Chave
por Lusa

Presidente do México promete defender cidadãos mexicanos nos Estados Unidos

Raquel Cunha - Reuters

A Presidente do México, Claudia Sheinbaum, prometeu defender os cidadãos do país que vivem nos Estados Unidos, na véspera do regresso à Casa Branca de Donald Trump, que planeia deportar imigrantes ilegais em grande escala.

"Neste novo período que chega amanhã [hoje] com o Presidente [norte-americano] Trump, em primeiro lugar, vamos defender os mexicanos que estão lá", declarou Sheinbaum, no domingo, num evento público no estado central de Puebla.

Sheinbaum referia-se, sem o mencionar, aos planos anunciados pelo próximo presidente norte-americano para deportar em grande escala os imigrantes indocumentados que vivem nos Estados Unidos, incluindo milhões de mexicanos.

A chefe de Estado sublinhou que o Governo contratou advogados para prestar apoio aos imigrantes necessitados através dos cerca de 50 consulados mexicanos nos Estados Unidos.

"E se decidirem regressar ao México (...), são bem-vindos, de braços abertos", acrescentou.

A Presidente lembrou que o seu antecessor e mentor, Andrés Manuel Lopez Obrador, se deu bem com Donald Trump durante o primeiro mandato do magnata norte-americano (2017-2021).

"É por isso que acho que chegaremos a um bom entendimento, que nos entenderemos", disse Sheinbaum.

"Mas, em todo o caso, que isto fique bem claro, que isto seja ouvido por toda a parte: o México não é colónia de ninguém, não é protetorado de ninguém", exclamou.

Na cidade de Tijuana, na fronteira com os Estados Unidos, ativistas comunitários e migrantes manifestaram-se em frente ao muro que separa os dois países contra o plano de Donald Trump, gritando "nenhum ser humano é ilegal".

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por Lusa

Vice-presidente chinês pede a empresas dos EUA que reforcem laços com China

Florence Lo - Pool via EPA

O vice-presidente chinês Han Zheng apelou às empresas norte-americanas para "aproveitarem a oportunidade" de reforçar os laços económicos com a China, num encontro com o empresário Elon Musk, avançou hoje a imprensa chinesa.

Han está nos Estados Unidos na qualidade de "representante especial" do Presidente chinês Xi Jinping, para participar na cerimónia de tomada de posse de Donald Trump.

Elon Musk, o homem mais rico do mundo, chefe da fabricante de automóveis elétrictos Tesla e da empresa aeroespacial SpaceX e acionista maioritário da rede social X, investiu milhões de dólares para apoiar a campanha presidencial de Trump.

O bilionário também tem uma grande rede de apoiantes na China, onde a Tesla tem uma das suas megafábricas e está a tentar competir com os fabricantes de automóveis locais.

Durante o encontro com Elon Musk, no domingo, Han Zheng "deu as boas-vindas às empresas americanas" e apelou a que "aproveitem a oportunidade e partilhem os frutos do desenvolvimento da China", segundo a imprensa chinesa.

Elon Musk disse que a Tesla está "pronta para aprofundar a cooperação com a China" e "desempenhar um papel ativo nas trocas económicas e comerciais entre os Estados Unidos e a China", de acordo com a imprensa oficial.

Durante a sua campanha eleitoral, Donald Trump prometeu aumentar as taxas alfandegárias sobre os produtos chineses. Mas também manifestou a sua abertura a discussões com o Presidente Xi Jinping, que diz admirar há muito tempo.

Trump e Xi falaram por telefone na sexta-feira, prometendo uma abordagem positiva para melhorar as relações entre as duas potências rivais.

Han Zheng também se reuniu com o vice-presidente eleito dos EUA, J.D. Vance, no domingo.

 

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por Mariana Ribeiro Soares - RTP

TikTok está a restaurar acesso a serviços nos EUA após garantias de Trump

Erik S. Lesser - EPA

O TikTok anunciou este domingo que está a restaurar os seus serviços nos EUA depois de o presidente eleito, Donald Trump, ter avançado que iria emitir uma ordem executiva na segunda-feira para reativar a rede social.

"Em acordo com nossos fornecedores de serviço, o TikTok está em processo de restauração do serviço", anunciou a rede social numa mensagem publicada na rede social X.

O grupo agradece a Donald Trump por "fornecer a clareza e a garantia necessárias aos nossos prestadores de serviço de que eles não enfrentarão penalizações por disponibilizarem o TikTok a mais de 170 milhões de americanos e permitir que mais de sete milhões de pequenas empresas prosperem".

A declaração foi feita depois de vários utilizadores norte-americanos terem relatado que conseguiram voltar a ter acesso ao site do TikTok. Alguns utilizadores também já conseguiram voltar a entrar na aplicação.

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, anunciou este domingo que tenciona emitir uma ordem executiva quando tomar posse, na segunda-feira, para suspender a lei que proíbe o uso do TikTok nos EUA. Em contrapartida, Trump exige que 50% da rede social seja controlada por acionistas americanos.

Trump encorajou mesmo os fornecedores de Internet e as lojas de aplicações a restabelecerem imediatamente o acesso ao TikTok, prometendo que o seu decreto os protegeria retroativamente de quaisquer sanções.

A lei aprovada no Congresso em 2024 entrou em vigor este domingo, tornando a rede social inacessível para os mais de 170 milhões de utilizadores nos Estados Unido. 

A lei prevê multas muito pesadas para estes prestadores de serviços técnicos, que podem ir até 5.000 dólares por utilizador para as lojas de aplicações.
Trump prometeu reativar TikTok na segunda-feira
Numa mensagem publicada na sua rede social, Truth Social, Trump disse que vai “alargar o período de tempo antes que as proibições da lei entrem em vigor, para que possamos fazer um acordo para proteger a nossa segurança nacional".

O presidente eleito dos EUA propõe que os EUA possam assumir uma “posição de propriedade de 50%” do TikTok como parte de uma “sociedade conjunta”.

"Ao fazer isso, salvamos o TikTok, mantemo-lo em boas mãos e permitimos que continue ativo", acrescentou.Trump já tinha revelado anteriormente que adiaria a suspensão da rede social por 90 dias enquanto se procura um comprador.


De acordo com a lei, a aplicação tinha até este domingo para se desvincular da empresa mãe ByteDance, sob alegada ameaça à segurança dos dados dos utilizadores norte-americanos. No entanto, a empresa controladora chinesa recusou, até ao momento, vender o TikTok.

O Supremo Tribunal deu luz verde à lei na passada sexta-feira, mas a Casa Branca anunciou que o atual Executivo não faria cumprir a lei, deixando a decisão para o presidente eleito, Donald Trump, que toma posse na segunda-feira. No entanto, de acordo com a administração do presidente cessante, Joe Biden, a TikTok tomou a decisão de suspender a rede social nos EUA às 00h01 deste domingo por iniciativa própria.

A incerteza sobre o futuro da aplicação fez com que muitos utilizadores procurassem alternativas e migrassem para outras redes sociais, em especial para a Red Note, ou a Xiaohongshu, que também é uma rede social chinesa.

Mesmo que Trump decida reverter a medida, a entrada em vigor desta lei marca a primeira vez na história que os Estados Unidos da América proíbem uma rede social a nível nacional. A suspensão, mesmo que temporária, deverá ter um impacto abrangente nas relações entre os EUA e a China, na política dos EUA, no mercado de redes sociais e em milhões de americanos que dependem da aplicação, económica e culturalmente.
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