Posse de Donald Trump. Frio impediu cerimónia no exterior do Capitólio
Marcelo pede ao mundo para não se resignar perante Trump e lutar pela paz
"Toda a paz e a paz toda", repetiu Marcelo Rebelo de Sousa, na cerimónia de apresentação de cumprimentos de ano novo pelo corpo diplomático acreditado em Portugal, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.
O chefe de Estado pediu paz "na invadida Ucrânia, no dilacerado Sudão" e "também no Médio Oriente, com a esperança de que o cessar-fogo seja efetivo e contribua para um acordo de paz duradouro no respeito das populações, da lei internacional, das resoluções das Nações Unidas, nomeadamente o estabelecimento de dois Estados".
Na sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa fez alusão à posse de Donald Trump hoje, em Washington, como Presidente dos Estados Unidos da América, observando: "Há horas assim, em que a regra parece não ir no sentido da paz verdadeira, da verdadeira paz, mas da paz que faz de conta, parece que é mas não é".
"Há horas assim, mas não nos deixemos sucumbir por elas", apelou.
"Toda a paz e a paz toda, por muito que o realismo deste mesmo dia nos sopre ao ouvido, dizendo que esta não é a hora de toda a paz e da paz toda, que hoje é a hora do egoísmo, do egocentrismo, do sucesso daqueles que pensam, querem e fazem tudo menos construir a verdadeira paz", afirmou.
O Presidente da República argumentou que "não há fim na História, a não ser aquele que se constrói, aqui e agora, com recuos e avanços e que visa um mundo melhor".
"Por esse mundo melhor, vale sempre a pena lutar, nesta hora como em todas as horas", defendeu.
Trump quer acabar com as guerras
Quanto à Ucrânia, tema a que não se referiu, fica a ideia de que não pretende manter o financiamento norte-americano.
Tomada de posse EUA. Ucrânia e UE fora do discurso de Trump
Biden e Trump fizeram transição de poder pacífica
Trump prometeu nova era de ouro para a América
Trump inicia segunda Presidência a prometer "era dourada da América"
Foto: Allison Dinner - EPA
Biden benzeu-se ao referir discurso de Trump
Tomada de posse formalizada com assinatura de documentos
Netanyahu garante que os "melhores dias" da aliança EUA-Israel estão para vir
"Os melhores dias da nossa aliança ainda estão para vir", afirmou o primeiro-ministro israelita num vídeo publicado na rede social X.
"Acredito que trabalharmos juntos novamente levará a aliança EUA-Israel a patamares ainda mais elevados", acrescentou Netanyahu.
O chefe do Governo israelita saudou ainda os "momentos revolucionários" que, segundo Netanyahu, marcaram o primeiro mandato de Donald Trump (2017-2021).
"[Donald Trump] retirou-se do acordo nuclear perigoso com o Irão, reconheceu Jerusalém como capital de Israel, transferiu a embaixada dos EUA para Jerusalém e reconheceu a soberania de Israel sobre os Montes Golã", enumerou Netanyahu.
"[Trump] negociou os históricos Acordos de Abraão, ao abrigo dos quais Israel estabeleceu a paz com quatro países árabes", prosseguiu o líder israelita, manifestando-se confiante de que a aliança entre os dois países irá "finalizar a derrota do eixo do terror iraniano", referindo-se ao grupo xiita libanês Hezbollah, ao movimento islamita palestiniano Hamas, aos rebeldes Huthis do Iémen e a vários outros grupos extremistas da região, que fazem parte do chamado "eixo de resistência" contra Israel liderado pelo Irão.
Netanyahu agradeceu ainda a Trump pelos seus "esforços" para libertar os reféns israelitas detidos pelo Hamas desde o ataque que visou o sul de Israel a 07 de outubro de 2023.
"Estou ansioso por trabalhar consigo para trazer de volta os últimos reféns, destruir as capacidades militares do Hamas, pôr fim ao seu poder político em Gaza, e garantir que Gaza nunca mais volte a representar uma ameaça para Israel", sublinhou o primeiro-ministro israelita, um dia depois do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas ter entrado em vigor na Faixa de Gaza e de ter permitido a entrega, no domingo, de três reféns israelitas.
Donald Trump foi hoje empossado como o 47.º Presidente dos Estados Unidos, numa cerimónia no Capitólio (sede do Congresso norte-americano) em Washington que marca o seu regresso para um segundo mandato na liderança da Casa Branca.
A cerimónia em Washington foi marcada pela presença de políticos internacionais populistas e de extrema-direita, mas com poucos responsáveis governamentais e sem líderes da União Europeia, à exceção da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.
O político republicano foi Presidente entre 2017 e 2021, após perder a reeleição em 2020 para o democrata Joe Biden, a quem sucede agora no cargo.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas ao sul de Israel, em 07 de outubro de 2023, no qual mais de 1.200 pessoas foram mortas e cerca de 250 foram levadas como reféns para o enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, provocando mais de 47 mil mortos e cerca de 111 mil feridos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
Após 15 meses de conflito na Faixa da Gaza, o Hamas e Israel assinaram um acordo de cessar-fogo de seis semanas que entrou em vigor no domingo, durante o qual 33 reféns israelitas serão gradualmente trocados por mais de 1.900 prisioneiros palestinianos.
Marcelo felicita Trump e aponta "objetivo comum" do reforço da relação transatlântica
Marcelo Rebelo de Sousa manifestou-se convicto de que "o reforço da relação transatlântica continuará a ser um objetivo comum e uma prioridade para Portugal".
O republicano Donald Trump foi hoje empossado como o 47.º Presidente dos Estados Unidos, numa cerimónia no Capitólio em Washington que marca o seu regresso para um segundo mandato na liderança da Casa Branca.
O juramento do novo líder norte-americano foi realizado após a posse do seu futuro vice-Presidente, JD Vance, com o qual liderou a nomeação do Partido Republicano, que, em 05 de novembro, venceu as eleições presidenciais contra a candidatura democrata encabeçada por Kamala Harris.
A cerimónia em Washington é marcada pela presença de políticos internacionais populistas e de extrema-direita, mas com escassos responsáveis governamentais e sem líderes da União Europeia (UE), à exceção da primeira-ministra italiana, Georgia Meloni.
Donald Trump inicia a partir de hoje um segundo mandato na presidência dos Estados Unidos, após a sua liderança na Casa Branca entre 2017 e 2021, ano em que perdeu a reeleição para o democrata Joe Biden, a quem sucede agora no cargo.
Joe Biden discursa para apoiantes
António Monteiro considerou que Trump não teve um discurso "belicista"
Foto: Morry Gash - EPA
Zelensky espera que novo Presidente ajude a "paz justa e duradoura" na Ucrânia
"O Presidente Trump é sempre decisivo, e a política de paz através da força que anunciou oferece a oportunidade de reforçar a liderança americana e alcançar uma paz justa e duradoura, que é a principal prioridade", disse o líder ucraniano numa mensagem na rede social X, momentos após a tomada de posse do líder republicano como 47.º Presidente dos Estados Unidos.
Zelensky acrescentou que "este século está a ser forjado agora" e deixou um apelo: "Trabalhemos juntos para garantir que este seja um grande e bem-sucedido século para as democracias e não para aqueles que querem que falhemos".
O líder ucraniano desejou "boa sorte" a Trump e manifestou o desejo de estabelecer uma "cooperação ativa e mutuamente benéfica" com a sua administração.
"Juntos somos mais fortes e podemos proporcionar mais segurança, estabilidade e crescimento económico ao mundo e às nossas duas nações", concluiu Zelensky na sua mensagem.
Donald Trump foi hoje empossado como o 47.º Presidente dos Estados Unidos, numa cerimónia no Capitólio (sede do Congresso norte-americano) em Washington que marca o seu regresso para um segundo mandato na liderança da Casa Branca.
Trump discursa para apoiantes republicanos no Capitólio
Francisco Seixas da Costa diz que discurso de Trump é de recuperação do orgulho americano
Foto: Chip Somodevilla - EPA
"Esta era dourada acabou de começar"
"A América será de nova respeitada, admirada", continuou. "Não seremos conquistados, nem intimidados, quebrado e não vamos falhar".
"Esta era dourada acabou de começar", concluiu.
Trump quer bandeira dos EUA em Marte
Golfo do México passa a ser Golfo da América
Quanto ao Panamá, recordou que o "Canal do Panamá foi dado ao país do Panamá, depois de os EUA terem gasto mais dinheiro do que em qualquer outro projeto e terem perdido 38 mil vidas para construir o canal".
"Este presente nunca deveria ter sido feito. Os navios americanos estão a ser severamente mal tratados", insiste, afirmando que os EUA vão "recuperá-lo".
Trump quer "recuperar liberdade de expressão" e apenas "dois géneros"
"Vamos ser um país rico outra vez" e acabar com acordo ecológico
"Vamos aplicar tarifas e impostos aos países estrangeiros para enriquecer os nossos cidadãos”, disse Trump. “Para este efeito, estamos a criar o Serviço de Receitas Externas para cobrar todas as tarifas, direitos e receitas".
Acrescentou que isso trará "enormes quantidades de dinheiro" para o tesouro do país "vindo de fontes estrangeiras".
"Revolução do senso comum" e expulsão de "milhões e milhões" de migrantes ilegais
Trump foi "salvo por Deus" para fazer "América Grande Novamente"
Tomada de posse é "dia da libertação"
Trump inicia "nova era de sucesso nacional"
"A partir deste momento, o declínio da América acabou".
"América primeiro"
Os Estados Unidos serão “maiores, mais fortes e muito mais excecionais do que nunca”.
Donald Trump já é presidente dos EUA
JD Vance já fez juramento e é vice-presidente
Milhares de convidados no Capiólio
Donald Trump e Joe Biden no Capitólio
Trump vai usar a mesma Bíblia de Abraham Lincoln na cerimónia
Trump e Biden a caminho do Capitólio
Trump vai acabar com programas de diversidade e inclusão
Trump recebido por Biden na Casa Branca
Lula da Silva diz que Brasil deseja manter parceria com EUA
"Que os americanos continuem a ser o parceiro histórico que são do Brasil, porque da nossa parte nós não queremos briga, nem com a Venezuela, nem com os americanos, nem com a China, nem com a Índia, nem com a Rússia", acrescentou.
c/ Lusa
Trump vai utilizar ordem executiva para criar o DOGE
Putin felicitou Trump antes da tomada de posse
Então, Putin confessou acreditar que Trump “encontraria a solução” após Biden ter autorizado Kiev a utilizar misseis norte-americanos contra a Rússia.
Trump vai declarar emergência nacional na fronteira, diz funcionário
UE preparada para trabalhar com Trump, acredita Miranda Sarmento
Deportações em massa. Papa antevê "desgraça" com Trump
Donald e Melania Trump entram na Igreja de São João
Também o futuro vice-presidente, JD Vance, e a mulher, Usha, participam neste evento.
As três prioridades de Trump: imigração ilegal, TikTok e perdões presidenciais
Outro é o TikTok, com Trump a pretender passar parte da empresa para mãos norte-americanas - eventualmente as de Elon Musk - e contrariando, assim, a proibição da rede social nos EUA, decidida pelo Supremo Tribunal.
Por fim, o republicano quer dar emitir perdões presidenciais aos participantes nos motins de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio. Neste momento, cerca de 1.500 dessas pessoas enfrentam acusações judiciais.
Trump torna-se 47.º presidente. "Uma cerimónia diferente" em Washington
Trump prepara-se para romper com legado de Biden
Foto: Justin Lane - EPA
França e Europa têm de fazer frente a Trump, avisa François Bayrou
"E se não fizermos nada, o nosso destino é muito simples: seremos dominados. Seremos esmagados. Seremos marginalizados", acrescentou.
Biden emite perdões presidenciais preventivos
Outra das personalidades é o imunologista Anthony Fauci, envolvido no combate à pandemia de covid-19 e que contrariou na altura várias teorias do então presidente Trump acerca do vírus.
Estão também abangidos vários membros do comité do Congresso que investigou o ataque ao Capitólio, assim como testemunhas.
As duas faces da Europa para os Estados Unidos
Kai Pfaffenbach - Reuters
O editor da rádio pública sublinha também que a guerra comercial com a China será uma das principais preocupações da nova Administração norte-americana. Um outro foco de interesse para o editor de assuntos internacionais da Antena 1 é perceber como é que os Estados Unidos vão lidar com o as relações entre Israel e a Palestina. A Antena 1 abre uma emissão especial a partir das 16h30 para acompanhar a cerimónia da tomada de posse de Donald Trump.
O novo líder da casa branca promete começar a trabalhar já esta segunda-feira, tendo manifestado a intenção de arrancar, o quanto antes, com a deportação em massa de imigrantes ilegais.
Papa Francisco oferece a Trump orações por "sabedoria e força"
"É minha esperança que, sob a sua liderança, o povo americano prospere e se esforce sempre para construir uma sociedade mais justa, onde não haja espaço para ódio, discriminação ou exclusão ", declarou o papa.
A "revolução do bom senso" segundo Donald Trump
Emissão especial na RTP3 a partir das 14h00
Em nome da "estabilidade das três potências", Luís Amado espera pelo "diálogo" de Trump
Antena 1
O memorando chinês para a segunda Administração Trump
"A história do desenvolvimento das relações entre a China e os Estados Unidos diz-nos que se os dois países trabalharem em conjunto, ambas as partes serão beneficiadas, mas se lutarem entre si ambas serão prejudicadas", enfatizou esta segunda-feira, em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning.O norte-americano The Wall Street Journal noticiou que Donald Trump manifestou já ao seu círculo próximo a vontade de viajar para a China após a tomada de posse, o que poderá acontecer nos primeiros 100 dias do mandato.
Segundo Ning, Pequim "sempre acreditou que as relações estáveis, saudáveis e sustentáveis entre a China e os EUA estão de acordo com os interesses comuns dos dois países e com as expectativas da comunidade internacional".
"A China está disposta a trabalhar com a nova Administração dos EUA para defender os princípios do respeito mútuo, da coexistência pacífica e da cooperação", prosseguiu, para de novo colocar a tónica na necessidade de "reforçar o diálogo e a comunicação, gerir corretamente as diferenças e alargar a cooperação".
Dia de inauguração do 47.º presidente dos Estados Unidos em Washington
A cerimónia em Washington conta com a presença de políticos internacionais, desde logo rostos do populismo ou da extrema-direita. São poucos, todavia, os chefes de governo. E não haverá dirigentes dos diretórios da União Europeia.Donald Trump bateu a vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris, na eleição presidencial de 5 de novembro. Cumpriu um primeiro mandato, de 2017 a 2021, tendo falhado a reeleição frente a Joe Biden.
A lista de convidados do presidente eleito inclui nomes o populismo como o presidente da Argentina, Javier Milei, que confirmou a presença, e do ex-chefe de Estado brasileiro Jair Bolsonaro, que não pode viajar para os Estados Unidos por ter o passaporte retido pela justiça brasileira, no quadro da investigação sobre o alegado plano de golpe de Estado para impedir a posse de Lula da Silva.
Entre os convidados estão também o presidente da China, Xi Jinping, que se faz representar por altos responsáveis do seu executivo, e os presidentes de El Salvador, Nayib Bukele, e do Equador, Daniel Noboa, além dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, e do Japão, Takeshi Iwaya.
Nenhum dos altos representantes das instituições da União Europeia foi convidado para a cerimónia de inauguração, incluindo os presidentes do Conselho Europeu, António Costa, da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Parlamento Europeu, Roberta Metsola.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, será a única líder dos 27 Estados-membros da UE presente. Os 27 serão representados pela embaixadora da União para os Estados Unidos, Jovita Neliupšien.
Da extrema-direita europeia, haverá uma delegação dos Patriotas pela Europa, encabeçada pelo líder da terceira maior força política do Parlamento Europeu, Santiago Abascal, do espanhol Vox e que inclui o líder do Chega, André Ventura. Portugal é representado pelo embaixador Francisco Duarte Lopes.
Foi igualmente convidada Alice Weidel, líder do partido de extrema-direita alemão Alternativa para a Alemanha (AfD) - será todavia representada pelo co-presidente do partido, Tino Chrupalla.
Os líderes da extrema-direita francesa, Marine Le Pen e Jordan Bardella, não receberam convites, ao contrário do político anti-imigração Éric Zemmour. Do Reino Unido, seguiu o líder do partido Reform UK, Nigel Farage.
A inauguração terá a presença do multimilionário Elon Musk, patrão, de X, Tesla e SpaceX, do presidente da Meta, Mark Zuckerberg, e do fundador da Amazon, Jeff Bezos.
Joe Biden, Barack Obama, que não estará acompanhado da mulher, Michelle, Bill Clinton e George W. Bush são antecessores presentes.
Último discurso de Biden enumerou feitos do mandato
Foto: Elizabeth Frantz - Reuters
Segurança reforçada em Washington para tomada de posse de Trump
Na tarde de domingo, o presidente e vice eleitos visitaram o maior cemitério militar do país na virgínia.
Em Washington, há um grande reforço de segurança junto ao Capitólio, onde vai decorrer a cerimónia. Foram mobilizado mais de oito mil militares da Guarda Nacional.
Tomada de posse de Trump. O que esperar dos próximos quatro anos? A análise de quatro especialistas
A análise engloba não só as declarações que Donald Trump tem proferido nos últimos meses, mas também o novo contexto político, internacional e a nível nacional, que se impõe. E o histórico de Trump como presidente e candidato não é esquecido.
Para o jornalista e escritor Miguel Szymanski, a “surpresa” e a “estupefação” marcaram o primeiro mandato. Agora, a palavra-chave é a “imprevisibilidade”, sendo que o contexto é “bem mais preocupante” na atualidade.
“Estamos perante uma tempestade perfeita como não tínhamos no primeiro mandato”, resume. O investigador e professor José Gomes André também vê a imprevisibilidade como uma das principais características. “Se com outras figuras políticas conseguimos perceber que há um determinado plano alicerçado em objetivos bastante concretos que normalmente envolve um conjunto muito alargado de pessoas (…), no caso de Trump estamos habituados a decisões relativamente unilaterais bastante improvisadas e que nem sempre fazem parte de uma agenda muito coerente”, completa.
Há, no entanto, algumas diferenças: “Até do ponto de vista da análise do que foi a campanha, Donald Trump parece ser hoje um político mais calculista. Isso deriva evidentemente da sua experiência mas também de uma certa perceção que o próprio terá tido, ou alguém lhe terá explicado, de que o seu estilo truculento não é sempre eficaz”, refere José Gomes André. “Podemos esperar um Trump mais calculista, talvez menos agressivo. No seu estilo caótico e com umas tiradas que o marcam. Mas uma presidência mais tradicional”, sugere o investigador.
A “oligarquia” e o teste à democracia
Filipe Vasconcelos Romão destaca, por sua vez, a obtenção de uma maioria no voto popular e no Colégio Eleitoral, mas também a maioria nas duas câmaras: “Estes candidatos ao Senado e à Câmara dos Representantes, na sua esmagadora maioria, estavam com o candidato a presidente e já conheciam o trabalho do candidato a presidente. Esta é uma diferença clara em relação ao seu primeiro mandato. Todo o seu programa, mesmo os aspetos que nos poderiam parecer mais chocantes, já foram divulgados durante a campanha eleitoral”, frisa o investigador. Para além da imigração e das questões da fronteira, o investigador Filipe Pathé Duarte assinala aquele que foi o tema central do discurso de despedida do presidente cessante, Joe Biden, ao assinalar os perigos de domínio de uma “oligarquia essencialmente representada por um poder associado às indústrias da área da tecnologia digital”.
“O problema associado a estas indústrias não é tanto só a representação de poder financeiro da oligarquia, mas essencialmente perceber que é um determinado tipo de plataforma que nos traz a realidade (…) que pode ser perfeitamente manietada de acordo com o interesse dessa mesma oligarquia e do poder que essa mesma oligarquia poderá querer a representá-la”, acrescenta.
Filipe Pathé Duarte diz mesmo que há “uma queda do valor de verdade” que tem impacto “na relação de confiança das sociedades”. O jornalista Miguel Szymanski também alerta para os perigos representados pelos empresários de tecnologia. “Elon Musk tem um ascendente enorme sobre a próxima administração. (…) Musk está ativamente a promover partidos com uma extrema-direita, tudo o que são partidos que destabilizam a Europa”, destaca.
“A democracia dos EUA tem vindo a transformar-se ao longo dos tempos numa plutocracia que uma certa liga de bilionários (…) veio aumentando o seu poder”, nomeadamente na compra de jornais ou bilionários ligados a Sillicon Valley ou Wall Street.
Por outro lado, os casos judiciais que envolveram Trump nos últimos meses “levaram a que fosse tomada a decisão de total impunidade criminal do presidente dos Estados Unidos em funções”, afiança Miguel Szymanski. “Aquela frase que Donald Trump dizia de uma forma provocatória, se eu matasse alguém em plena Quinta Avenida, não me acontecia nada, tornou-se realidade”, argumenta. O jornalista luso-alemão adverte mesmo para os perigos que tal representa para a democracia norte-americana, lembrando a forma como Adolf Hitler ascendeu ao poder na Alemanha, há um século, desencadeando do fim da república de Weimar.
“Não é impossível a um presidente com uma maioria nas câmaras necessárias estabelecer uma lei que suspenda ou modifique a democracia. Mesmo numa democracia com algumas provas dadas”, adverte. Por seu lado, o professor José Gomes André, especializado em história norte-americana, acredita na resiliência da democracia norte-americana e da sua variedade de “checks and ballances” (freios e contrapesos), apesar de reconhecer os grandes desafios que se avizinham.
“Sabemos hoje que a capacidade de oposição do Partido Republicano a Donald Trump é muito pequena, é frágil. A maioria republicana nestes organismos e também a forma como o Supremo Tribunal tem dado azo às suas decisões cria um ambiente muito favorável a esse tipo de presidência mais autoritária, mas centrada na figura de Trump”, sublinha. No entanto, lembra a força do federalismo no contexto norte-americano, da imprensa e da própria sociedade civil, num país de “grande tradição de intervenção cívica”, com capacidade de bloqueio, protestos ou de ações em tribunal, “nomeadamente quando estão em causa direitos fundamentais”, acrescenta.
“O que julgo que vamos ver em ação é um teste aos checks and balances no sentido de exigirem o máximo que eles próprios podem dar. Se poderão quebrar e fraquejar, poderá acontecer, mas não julgo que Donald Trump tenha esse objetivo nem que tenha tempo suficiente para o fazer face a esta conjuntura de obstáculos”, afirmou.
“Duas versões extremas” sobre os casos judiciais
Também no que diz respeito aos casos judiciais, José Gomes André procura desmontar o que designa de “armadilhas”. “Há dois extremos que são muito fáceis, numa primeira análise, de defender. O primeiro é de que Trump é um perseguido pela justiça, houve uma caça às bruxas, houve uma instrumentalização de todos os órgãos para o prender ou afastar da presidência”.
Mas há também a visão contrária, de que Trump “começou por ser investigado e que, na verdade, embora houvesse uma série de provas para o condenar, houve uma espécie de supressão de todo o processo judicial e ele acabou absolvido de forma misteriosa”.
Na leitura de José Gomes André, “a verdade está algures a meio entre estas duas versões um bocadinho extremas”. Recorre ao exemplo do caso Stormy Daniels, em que o presidente eleito foi condenado por ter efetuado pagamentos ilegais para comprar o silêncio de uma atriz pornográfica, mas não foi condenado a qualquer pena.
O juiz “preferiu não aplicar nenhuma pena, para de alguma maneira permitir ao presidente desempenhar as suas funções sem ter uma limitação de um pena suspensa, por exemplo, que poderia numa situação futura levar à prisão. (…) Optou-se por este cenário que não é propriamente passar uma borracha por cima e dizer que nada aconteceu, mas, reconhecendo este crime, isentá-lo de pena”, explica.
José Gomes André assinala, neste contexto, os quadros de imunidade diplomática ou dos deputados que existem “na maior parte dos sistemas democráticos”.
“No que diz respeito aos agentes políticos com papel governativo, que têm que tomar decisões, imagine o que seria criminalizarmos um político pelas consequências de uma decisão que ele toma. (…) Isto levaria a uma paralisia do sistema, ninguém tomaria decisões com receio de ser mais tarde responsabilizado criminalmente”, assinala. E, no caso dos EUA, esta questão é especialmente relevante no caso do presidente, que muitas vezes toma “decisões de forma quase unilateral”.
A responsabilização política e a imunidade judicial são duas faces da mesma moeda, ainda que no caso de Trump este equilíbrio tenha sido “particularmente testado” pela série de casos em que esteve envolvido. “O mais próximo que temos é o caso de Richard Nixon, onde surgiu um caso que havia provas bastante concretas do seu envolvimento no escândalo de escutas do partido adversário. Esse caso era efetivamente muito forte e foi discutida essa questão da imunidade política e judicial. O que é que resultou daí? Uma decisão política do próprio Nixon em demitir-se. Foi aliás o único presidente dos EUA que se demitiu para evitar um processo judicial nebuloso. Não é com Trump que é inventada esta ideia dos processos judiciais complexos, ele simplesmente testou o sistema de uma maneira inédita pela quantidade de situações em que esteve envolvido”, sumariza.
As guerras na era Trump
No plano internacional, destacam-se os conflitos mais prementes a nível internacional nos últimos anos. A situação na Ucrânia tem merecido grande destaque nas intervenções de Donald Trump ao longo dos últimos meses.
“Não é preocupante quando ele diz, num excesso de retórica óbvio, que acaba com a guerra na Ucrânia em 24 horas. É desejável que haja uma qualquer forma de cessar-fogo. Infelizmente é preocupante o que está por trás dessa negociação que ele anuncia. São assuntos que vão fragilizar muitíssimo a União Europeia. (…) Por exemplo, ao obrigá-la a gastar 5 por cento da sua riqueza em armas, sobretudo em armas norte-americanas. Açambarcar o mercado energético europeu, mais ainda do que o já o domina através do gás natural e das exportações, que vieram substituir os fornecimentos baratos de energia russa”, argumenta o jornalista Miguel Szymanski. Filipe Vasconcelos Romão partilha desta mesma ideia. “Para as potências europeias serem mais responsáveis pela sua própria defesa, provavelmente, e tendo em conta o status quo da indústria de armamento na Europa, isto obrigá-las-á a fazer compras nos Estados Unidos. E isto vai diretamente em direção ao sentido daquilo que é a posição norte americana, esta ideia um bocadinho transacional da política que Donald Trump tem, no sentido de ver vantagens também do ponto de vista comercial para aquilo que são as suas posições políticas”, resume.
A diminuição de apoios à Ucrânia por parte dos EUA poderá ter reflexos imediatos no terreno. “A resolução dessa situação - que Donald Trump disse durante a campanha que iria resolver em pouco tempo – partirá muito, por um lado, de uma pressão que Trump vai fazer à Rússia, naturalmente, e também uma pressão da possibilidade de menor apoio à Ucrânia por parte dos norte-americanos, o que porá as duas partes relativamente desequilibradas, precipitando um potencial acordo de cessar-fogo”, afirma Filipe Pathé Duarte.
“O sistema internacional, este em que vivemos pelo menos desde o final da Segunda Guerra Mundial, muito pautado pelo respeito do direito internacional, pelo respeito das soberanias e das instituições, o que se chama uma ordem liberal, teve sempre como baluarte de proteção dessa mesma ordem os Estados Unidos. E, de repente, tendo em conta pelo menos a narrativa explícita de Donald Trump, possivelmente isso poderá ser posto em causa”, acrescenta Filipe Pathé Duarte, denotando “uma espécie de réplica da Doutrina Monroe”. Espera, por isso, uma postura “mais realista por parte dos Estados Unidos nas relações internacionais e não tão construtivista e não tão transformadora” ou esforçada na “manutenção de determinados princípios éticos, morais e legais”. Por essa via, poderá “haver um encorajamento de movimentos, comunidades e Estados não necessariamente democráticos, que, perante aquilo que Donald Trump reflete, se poderão sentir encorajados nesse processo”, antecipa o académico.
No Médio Oriente, o presidente eleito “dá provas de que não pretende ter uma participação ativa, direta e constante das forças norte americanas no terreno para tentar apagar fogos”, refere Filipe Vasconcelos Romão. Pretende, num primeiro momento, ter a situação de Gaza resolvida o mais cedo possível.
“Trump pretende apaziguar o Médio Oriente, por muito que isto nos possa parecer chocante face à sua figura. E pode até ser um apaziguar diferente daquilo que poderiam ser os interesses (…) de um reconhecimento, por exemplo, da autodeterminação da Palestina”, adianta. O objetivo principal é que Gaza não leve a um envolvimento direto dos EUA na região. Para o investigador, o próximo presidente norte-americano pretende delegar no Governo israelita o papel que até agora os Estados Unidos tinham desempenhado. “Mas para isso, Israel não pode ser uma potência hostil a tudo o que o rodeia. O que é que é necessário? Recuperar o espírito dos acordos de Abraão, que foram um dos seus trunfos na política externa no primeiro mandato”, assinala.
“Julgo que há uma visão pragmática de Trump que vê o mundo dividido em esferas de influência, recupera a ideia de esferas de influência. A administração Trump parece pronta a reconhecer que a Rússia pode ter um papel importante e que há uma espécie de espaço que poderá ser vedado ao Ocidente, porque é um espaço prioritário para a Rússia. A mesma coisa em relação à China. (…) Poderá ser mais chocante, por exemplo, a presença de investimento chinês em portos próximos do Canal do Panamá do que propriamente as aspirações que a China tem em relação a Taiwan. Porque, mal ou bem, é provável que, a médio prazo, venha a compreender que Taiwan pode ser parte do mundo chinês”, acrescenta.
Nas últimas semanas, as propostas do próximo inquilino à Casa Branca quanto à Gronelândia ou ao Canal do Panamá levaram a uma ampla discussão. “Estrategicamente, os Estados Unidos jamais poderão fazer uma intervenção no Panamá, porque é de interesse ter uma boa relação com o Panamá”, até porque poderá ser uma zona de controlo dos fluxos migratórios vindos da América do Sul, refere Filipe Pathé Duarte.
Importa também lembrar que o Panamá “tem vindo a ser útil” para a aplicação de sanções norte-americanas a empresas russas ou iranianas. No fundo, a proposta em relação ao Panamá advém de uma forma “muito peculiar de estar na política internacional e dizer que não tolerará as suas portas – geográficas, bem entendido - presença chinesa”. No caso da Gronelândia, “o racional é relativamente parecido”, argumenta Filipe Pathé Duarte. “A Gronelândia torna se cada vez mais um ponto de pressão geopolítica e geoestratégica, um centro de gravidade, em resultado (…) das alterações climáticas, porque o aumento da temperatura está a causar degelo e o derretimento do permafrost”, adianta.
Essa situação está a gerar “novas rotas de navegação muito mais curtas, logo mais baratas” entre a Ásia e o Atlântico Norte. “E onde passa marinha mercante, passa marinha de guerra”, sendo que boa parte do Ártico já é dominada pela Rússia e a China, refere o investigador.
Filipe Pathé Duarte lembra também que o derretimento do permafrost, fruto das alterações climáticas, poderá dar acesso a novas fontes de hidrocarbonetos, mas também “minerais críticos e às terras raras”.
“Quem está no topo e no controlo destes mesmos minerais críticos e das terras raras é a China. Controlar o Ártico, põe a China, de facto, numa pole position intocável. O s Estados Unidos não querem permitir que este tipo de situação aconteça”, assinala. Por outro lado, há também a questão política que representa “uma potencial ameaça”.
Donald Trump promete "acabar com a invasão das fronteiras"
Presidente do México promete defender cidadãos mexicanos nos Estados Unidos
"Neste novo período que chega amanhã [hoje] com o Presidente [norte-americano] Trump, em primeiro lugar, vamos defender os mexicanos que estão lá", declarou Sheinbaum, no domingo, num evento público no estado central de Puebla.
Sheinbaum referia-se, sem o mencionar, aos planos anunciados pelo próximo presidente norte-americano para deportar em grande escala os imigrantes indocumentados que vivem nos Estados Unidos, incluindo milhões de mexicanos.
A chefe de Estado sublinhou que o Governo contratou advogados para prestar apoio aos imigrantes necessitados através dos cerca de 50 consulados mexicanos nos Estados Unidos.
"E se decidirem regressar ao México (...), são bem-vindos, de braços abertos", acrescentou.
A Presidente lembrou que o seu antecessor e mentor, Andrés Manuel Lopez Obrador, se deu bem com Donald Trump durante o primeiro mandato do magnata norte-americano (2017-2021).
"É por isso que acho que chegaremos a um bom entendimento, que nos entenderemos", disse Sheinbaum.
"Mas, em todo o caso, que isto fique bem claro, que isto seja ouvido por toda a parte: o México não é colónia de ninguém, não é protetorado de ninguém", exclamou.
Na cidade de Tijuana, na fronteira com os Estados Unidos, ativistas comunitários e migrantes manifestaram-se em frente ao muro que separa os dois países contra o plano de Donald Trump, gritando "nenhum ser humano é ilegal".
Vice-presidente chinês pede a empresas dos EUA que reforcem laços com China
Han está nos Estados Unidos na qualidade de "representante especial" do Presidente chinês Xi Jinping, para participar na cerimónia de tomada de posse de Donald Trump.
Elon Musk, o homem mais rico do mundo, chefe da fabricante de automóveis elétrictos Tesla e da empresa aeroespacial SpaceX e acionista maioritário da rede social X, investiu milhões de dólares para apoiar a campanha presidencial de Trump.
O bilionário também tem uma grande rede de apoiantes na China, onde a Tesla tem uma das suas megafábricas e está a tentar competir com os fabricantes de automóveis locais.
Durante o encontro com Elon Musk, no domingo, Han Zheng "deu as boas-vindas às empresas americanas" e apelou a que "aproveitem a oportunidade e partilhem os frutos do desenvolvimento da China", segundo a imprensa chinesa.
Elon Musk disse que a Tesla está "pronta para aprofundar a cooperação com a China" e "desempenhar um papel ativo nas trocas económicas e comerciais entre os Estados Unidos e a China", de acordo com a imprensa oficial.
Durante a sua campanha eleitoral, Donald Trump prometeu aumentar as taxas alfandegárias sobre os produtos chineses. Mas também manifestou a sua abertura a discussões com o Presidente Xi Jinping, que diz admirar há muito tempo.
Trump e Xi falaram por telefone na sexta-feira, prometendo uma abordagem positiva para melhorar as relações entre as duas potências rivais.
Han Zheng também se reuniu com o vice-presidente eleito dos EUA, J.D. Vance, no domingo.
TikTok está a restaurar acesso a serviços nos EUA após garantias de Trump
O grupo agradece a Donald Trump por "fornecer a clareza e a garantia necessárias aos nossos prestadores de serviço de que eles não enfrentarão penalizações por disponibilizarem o TikTok a mais de 170 milhões de americanos e permitir que mais de sete milhões de pequenas empresas prosperem".
A declaração foi feita depois de vários utilizadores norte-americanos terem relatado que conseguiram voltar a ter acesso ao site do TikTok. Alguns utilizadores também já conseguiram voltar a entrar na aplicação.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, anunciou este domingo que tenciona emitir uma ordem executiva quando tomar posse, na segunda-feira, para suspender a lei que proíbe o uso do TikTok nos EUA. Em contrapartida, Trump exige que 50% da rede social seja controlada por acionistas americanos.
Numa mensagem publicada na sua rede social, Truth Social, Trump disse que vai “alargar o período de tempo antes que as proibições da lei entrem em vigor, para que possamos fazer um acordo para proteger a nossa segurança nacional".
O presidente eleito dos EUA propõe que os EUA possam assumir uma “posição de propriedade de 50%” do TikTok como parte de uma “sociedade conjunta”.
"Ao fazer isso, salvamos o TikTok, mantemo-lo em boas mãos e permitimos que continue ativo", acrescentou.Trump já tinha revelado anteriormente que adiaria a suspensão da rede social por 90 dias enquanto se procura um comprador.
De acordo com a lei, a aplicação tinha até este domingo para se desvincular da empresa mãe ByteDance, sob alegada ameaça à segurança dos dados dos utilizadores norte-americanos. No entanto, a empresa controladora chinesa recusou, até ao momento, vender o TikTok.
O Supremo Tribunal deu luz verde à lei na passada sexta-feira, mas a Casa Branca anunciou que o atual Executivo não faria cumprir a lei, deixando a decisão para o presidente eleito, Donald Trump, que toma posse na segunda-feira. No entanto, de acordo com a administração do presidente cessante, Joe Biden, a TikTok tomou a decisão de suspender a rede social nos EUA às 00h01 deste domingo por iniciativa própria.
A incerteza sobre o futuro da aplicação fez com que muitos utilizadores procurassem alternativas e migrassem para outras redes sociais, em especial para a Red Note, ou a Xiaohongshu, que também é uma rede social chinesa.
Mesmo que Trump decida reverter a medida, a entrada em vigor desta lei marca a primeira vez na história que os Estados Unidos da América proíbem uma rede social a nível nacional. A suspensão, mesmo que temporária, deverá ter um impacto abrangente nas relações entre os EUA e a China, na política dos EUA, no mercado de redes sociais e em milhões de americanos que dependem da aplicação, económica e culturalmente.