O bilionário e dono da gigante tecnológica Tesla, Elon Musk, esteve esta segunda-feira no campo de concentração de Auschwitz, na Polónia. A visita daquele que é também o presidente da rede social X acontece numa altura em que tem sido acusado de permitir a propagação de mensagens antissemitas no antigo Twitter.
Musk, um dos homens mais ricos do mundo, aproveitou a ocasião para afirmar que a liberdade de expressão continua a ser o principal alicerce da X.
"As auditorias externas que fizemos revelam que a quantidade de antissemitismo na X é mínima, se a compararmos com todas as outras redes sociais", declarou em resposta ao jornalista conservador norte-americano Ben Shapiro, que o acompanhou na visita a Auschwitz.
Quando questionado sobre o equilíbrio entre a liberdade de expressão e o ataque ao discurso de ódio, insistiu que a plataforma dá prioridade à liberdade de expressão. "Acho que, no final de contas, a liberdade de expressão vence, na medida em que se alguém disser algo falso, especialmente na nossa plataforma, outra pessoa pode ir lá responder com uma correção", argumentou.
"Assim sendo, se alguém tentar impingir uma falsidade, como a negação do Holocausto, pode ser imediatamente corrigido".
Um mar de acusações e polémicas
O CEO da Tesla e da SpaceX tem enfrentado várias acusações - nomeadamente vindas da Liga Antidifamação, organização judaica de direitos civis sediada nos Estados Unidos - sobre tolerar mensagens antissemitas na plataforma X, que comprou em 2022, quando ainda se chamava Twitter.Em novembro, Musk viu-se envolvido numa nova polémica quando respondeu a um utilizador dessa rede social que acusou os judeus de "odiarem os brancos". "Disseste a verdade", escreveu o bilionário, pedindo mais tarde desculpa pelo comentário e considerando-o a publicação "mais estúpida" que alguma vez fez.
Também no ano passado, várias grandes marcas - incluindo a Disney e a International Business Machines (IBM) - deixaram de usar o X para fins publicitários, depois de a ONG Media Matters ter revelado que os seus anúncios estavam a aparecer lado a lado com conteúdos pró-nazi e de publicações de nacionalistas brancos.
Em resposta, o X processou a Media Matters, alegando que o relatório tinha como objetivo "afastar os anunciantes e destruir a X Corp.".
A visita de Musk a Auschwitz deveria ter acontecido na terça-feira. No entanto, "devido a questões de agenda, antes da chegada de Elon Musk à conferência da Associação Judaica Europeia, este participou numa visita privada a Auschwitz-Birkenau com o presidente da EJA, Menachem Margolin, assim como Ben Shapiro e o sobrevivente do Holocausto Gidon Lev", indicou a associação em comunicado.
"Musk depositou uma coroa de flores no muro da morte e participou numa curta cerimónia junto ao memorial de Birkenau", acrescenta.
A visita acontece pouco antes do Dia Internacional da Memória do Holocausto, assinalado a 27 de janeiro. Mais de 1,1 milhões de pessoas, na sua maioria judeus, foram assassinadas pelos nazis em Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial.
c/ agências