Um ataque com denominadas “armas de alta precisão” da Rússia causou as mortes de “até 100 mercenários estrangeiros” em Donetsk, no leste da Ucrânia, afirmou este domingo o Ministério russo da Defesa. O bombardeamento, que se abateu sobre a região da cidade de Chasiv Yar, sob controlo das tropas ucranianas, terá também destruído “seis blindados”.
Chasiv Yar, pequena cidade da região de Donetsk sob controlo das forças de Kiev, é há vários dias o cenário de duros combates.Em Chasiv Yar, pelo menos três pessoas ficaram feridas quando o impacto de um míssil russo atingiu um edifício de apartamentos.
Konashenkov apontou ainda uma sequência de ataques a seis postos de comando ucranianos nas regiões de Kherson e Kharkov, além de outros alvos em Donetsk, designadamente em Sadovoe, Dudchany, Yampol, Kislovka e Zolotaya Balka.
Ainda segundo o porta-voz militar russo, terá sido destruído, perto de Dnipro, um depósito de munições para um sistema de lançamento múltiplo de rockets HIMARS (MLRS) das Forças Armadas da Ucrânia.
O Ministério britânico da Defesa confirmou também este domingo o envio de um carregamento de mísseis de alta precisão Brimstone 2 para a defesa ucraniana, parte de mais um pacote de assistência militar ao Governo de Volodymyr Zelensky.
🎬 As part of its aid package, the UK has provided Brimstone 2 missiles, a precision-guided missile, to the Ukrainian Armed Forces.
— Ministry of Defence 🇬🇧 (@DefenceHQ) November 27, 2022
This aid has played a crucial role in stalling Russian advancements.
🇺🇦 #StandWithUkraine 🇺🇦 pic.twitter.com/SpVnWqeiVm
“Esta ajuda tem desempenhado um papel crucial no atraso dos avanços russos”, sublinhou Londres.
Zaporizhia
De Zaporizhia, região do sudeste do país onde se situa a maior central nuclear da Europa, ocupada desde março pelas tropas russas, chega a notícia de aparentes sinais de uma retirada, num futuro próximo, das forças ocupantes. Quem o diz é o número da Energoatom, agência ucraniana que gere a energia nuclear.
“Nas últimas semanas, temos recebido, efetivamente, informações de que surgiram sinais de que eles estão possivelmente a preparar-se para sair”, afirmou Petro Kotin na televisão estatal da Ucrânia.
“Há um número elevado de relatos, nos media russos de que valeria a pena abandonar [a central nuclear] e talvez entregar o controlo à Agência Internacional de Energia Atómica”, acrescentou.Russos e ucranianos trocam acusações, há vários meses, sobre repetidos bombardeamentos contra o complexo nuclear de Zaporizhia, que já não está a produzir energia – a central era responsável por cerca de um quinto do abastecimento de eletricidade da Ucrânia.
O diretor da AIEA, Raphael Grossi, avistou-se na passada quarta-feira, em Istambul, na Turquia, com uma delegação russa. No topo da agenda desta reunião esteve a ideia da criação de uma zona de proteção em torno da central de Zaporizhia, tendo em vista prevenir um desastre nuclear em potência.
Citado pela agência russa RIA, o vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergey Ryabkov, sinalizou, 24 horas depois do encontro com Grossi, que a implementação de uma zona de proteção deveria ser oficializada “rapidamente”.
O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, anunciou, nas últimas horas, que o sistema energético do país foi estabilizado, depois de os ataques russos no início desta semana terem deixado grande parte do país sem eletricidade.
As forças ucranianas reconquistaram este mês a cidade meridional de Kherson e uma porção de território na margem direita do Rio Dnipro, a leste da província de Zaporizhia.
As forças ucranianas reconquistaram este mês a cidade meridional de Kherson e uma porção de território na margem direita do Rio Dnipro, a leste da província de Zaporizhia.
c/ agências