EUA adverte que acordo com Irão não tornou região mais estável

por Lusa

O secretário de Estado norte-americano advertiu que o acordo nuclear com o Irão não "tornou a região mais estável e pacífica", apesar de Teerão estar em "conformidade técnica" com o pacto assinado em 2015.

"Infelizmente, depois do acordo não constatámos que a região se tenha tornado mais estável e pacífica", disse Rex Tillerson, na quarta-feira, no final de um encontro com o hómologo iraniano, Javad Zarif.

"Isso é um verdadeiro problema", insistiu o responsável norte-americano, invocando o apoio iraniano ao regime de Bashar al-Assad na Síria, ataques informáticos e o desenvolvimento do programa de mísseis balísticos de Teerão.

Rex Tillerson disse que o encontro com Zarif foi "útil", referindo ter sido "uma discussão aberta e franca entre todas as partes".

"Espero que tenha sido útil para os outros", "para mim pessoalmente foi útil ouvir os seus pontos de vista", acrescentou o chefe da diplomacia norte-americana.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que deve decidir até meados de outubro se renuncia ao pacto, "tem sido bastante claro" quanto às preocupações sobre "o tema do próprio acordo, o objeto do acordo e a aplicação do acordo", sublinhou Tillerson, depois da reunião na ONU com os ministros dos países signatários.

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, disse que todos países signatários do acordo nuclear com o Irão concordaram que todas as partes estão a cumprir o pacto, descartando a possibilidade de renegociar partes do convénio assinado em 2015.

"Não há necessidade de renegociar partes do acordo porque está a funcionar", disse Mogherini, depois de presidir um encontro ministerial entre o Irão e as potências internacionais que negociaram o acordo.

Mogherini explicou que todos os participantes na reunião, incluindo os Estados Unidos, consideraram que o acordo nuclear está a ser respeitado, e que não houve nenhuma discussão sobre eventuais modificações.

Este foi o primeiro encontro entre os chefes da diplomacia iraniana, Javad Zarif, e norte-americano, Rex Tillerson, desde a chegada de Donald Trump à Casa Branca em janeiro.

O acordo foi assinado em 14 de julho de 2015, em Viena, entre o Irão e seis grandes potências (Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, China, França e Alemanha), após 12 anos de negociações difíceis, e prevê o levantamento progressivo das sanções internacionais contra o Irão, que em troca deve limitar ao uso civil o programa nuclear.

 

 

Tópicos
pub