A decisão do Supremo Tribunal dos Estados Unidos de limitar os poderes da Agência de Proteção Ambiental, o principal regulador ambiental para o corte das emissões de carbono, está a gerar críticas principalmente de ambientalistas, cientistas e decisores políticos americanos.
Os três juízes progressistas do Supremo consideraram a decisão dos colegas “assustadora” e lembraram que os seis anos mais quentes foram registados durante a última década.
Também as organizações ambientalistas estão em alvoroço. “Nesta altura, para aqueles que estão em posição de poder, negarem a urgência e importância da crise climática é condenarem toda a gente viva, hoje gerações futuras, a viver num mundo doente e empobrecido”, considerou a diretora executiva da organização não governamental da Rainforest Action Network.
“As alterações climáticas a nível global são o desafio ambiental subjacente dos dias de hoje (…) e os EUA são os principais contribuintes”, afirmou o líder do programa de energia da organização não governamental Southern Environmental Law Center, citado pelo jornal The Guardian.
Os governos federais tinham poder administrativo para regularem o corte em emissões nocivas mas, com esta decisão do Supremo Tribunal, deixaram de ter essa capacidade.
“O que está em jogo é a capacidade do nosso governo federal em controlar a nossa contribuição para as mudanças climáticas”, acrescenta Frank Rambo.
"Por isso, o que realmente tem impacto é a capacidade de impor mudanças nos Estados que possuem grandes recursos de combustíveis fósseis e que estão determinados a continuar a utilizar as tecnologias que trazem esses recursos”, conclui a professora assistente da Universidade Johns Hopkins Sarah Jordaan.
Objetivos climáticos da administração Biden mais difíceis de alcançar
É muito provável que a decisão do Supremo Tribunal dos Estados Unidos vá dificultar o alcance dos objetivos climáticos da administração Biden, que incluem a meta nacional de 100% de eletricidade livre de poluição por carbono até 2035.
A Casa Branca prometeu ainda a neutralidade de carbono até 2050, reduzir as emissões para metade até ao fim desta década, mas não tem conseguido legislar sobre o assunto, com os republicanos a chumbarem várias medidas, apoiados pelo democrata Joe Manchin, senador da Virgínia Ocidental.
A EPA está a estudar a decisão do tribunal. A agência está “comprometida em usar todo o escopo da sua autoridade para proteger a saúde pública e reduzir significativamente a poluição ambiental, o que está alinhado com a crescente economia de energia limpa”.
Já a presidente da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi escreveu na rede social Twitter que com o “golpe” na autoridade da agência, o Supremo Tribunal “vergou-se aos poluidores que procuram envenenar impunemente o ar que as nossas crianças respiram e a água que elas bebem”.
Uma redução mais gradual das emissões de gases com efeito de estufa vai ter um impacto mais forte sobre as comunidades afro-americanas e indígenas, além de acentuar as divisões racial e social, apontam ativistas sociais.
“Estamos a ver um supremo tribunal que é, eu diria antes, o ‘Negacionista Climático Supremo’, que está a tentar colocar-se numa posição de tomada de decisão”, refere a diretora da Climate Action Network. “Isto é sinal de que eles vão querer dificultar ao governo federal [a tarefa de] proteger as pessoas em comunidades onde agora a indústria de combustíveis fósseis” está numa posição de liderança.
Por seu lado, também organizações climáticas de jovens sublinham que são os mais novos quem é mais prejudicado.
“Decisões como West Virginia v EPA tornam claro o quanto o sistema está a ser manipulado contra nós. Um supremo tribunal que se alinha com a indústria de combustíveis fósseis contra a saúde e a segurança do seu povo é anti-vida e ilegítimo”, escreveu a organização juvenil Sunrise Movement.
"Por isso, o que realmente tem impacto é a capacidade de impor mudanças nos Estados que possuem grandes recursos de combustíveis fósseis e que estão determinados a continuar a utilizar as tecnologias que trazem esses recursos”, conclui a professora assistente da Universidade Johns Hopkins Sarah Jordaan.
Objetivos climáticos da administração Biden mais difíceis de alcançar
É muito provável que a decisão do Supremo Tribunal dos Estados Unidos vá dificultar o alcance dos objetivos climáticos da administração Biden, que incluem a meta nacional de 100% de eletricidade livre de poluição por carbono até 2035.
A Casa Branca prometeu ainda a neutralidade de carbono até 2050, reduzir as emissões para metade até ao fim desta década, mas não tem conseguido legislar sobre o assunto, com os republicanos a chumbarem várias medidas, apoiados pelo democrata Joe Manchin, senador da Virgínia Ocidental.
A EPA está a estudar a decisão do tribunal. A agência está “comprometida em usar todo o escopo da sua autoridade para proteger a saúde pública e reduzir significativamente a poluição ambiental, o que está alinhado com a crescente economia de energia limpa”.
Já a presidente da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi escreveu na rede social Twitter que com o “golpe” na autoridade da agência, o Supremo Tribunal “vergou-se aos poluidores que procuram envenenar impunemente o ar que as nossas crianças respiram e a água que elas bebem”.
Today’s ruling by a radical, pro-pollution Supreme Court strikes a severe blow to the @EPA’s authority to do its duty: to protect the environment.
— Nancy Pelosi (@SpeakerPelosi) June 30, 2022
In doing so, the Court has bowed to polluters who seek to poison the air our children breathe & the water they drink with impunity.
Uma redução mais gradual das emissões de gases com efeito de estufa vai ter um impacto mais forte sobre as comunidades afro-americanas e indígenas, além de acentuar as divisões racial e social, apontam ativistas sociais.
“Estamos a ver um supremo tribunal que é, eu diria antes, o ‘Negacionista Climático Supremo’, que está a tentar colocar-se numa posição de tomada de decisão”, refere a diretora da Climate Action Network. “Isto é sinal de que eles vão querer dificultar ao governo federal [a tarefa de] proteger as pessoas em comunidades onde agora a indústria de combustíveis fósseis” está numa posição de liderança.
Por seu lado, também organizações climáticas de jovens sublinham que são os mais novos quem é mais prejudicado.
“Decisões como West Virginia v EPA tornam claro o quanto o sistema está a ser manipulado contra nós. Um supremo tribunal que se alinha com a indústria de combustíveis fósseis contra a saúde e a segurança do seu povo é anti-vida e ilegítimo”, escreveu a organização juvenil Sunrise Movement.