Facebook e Instagram reabrem portas a Trump após dois anos de suspensão

por Carla Quirino - RTP
Alyssa Pointer - Reuters

A plataforma Meta anunciou esta semana o fim do afastamento de Donald Trump das redes sociais Facebook e Instagram. As contas do ex-presidente dos Estados Unidos foram bloqueadas há dois anos, após a invasão do Capitólio.

A suspensão foi decretada a 7 de janeiro de 2021, um dia depois de o Capitólio ter sido invadido por apoiantes do então presidente cessante Donald Trump, que perdeu as eleições de 2020 para o democrata Joe Biden.

Trump foi acusado de espalhar desinformação sobre os resultados do escrutínio presidencial nas redes sociais, repetindo publicações em que escrevia que tinha sido prejudicado por suposta  fraude eleitoral.

Em 2021, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, explicou que Trump tinha sido bloqueado das plataformas por encorajar a violência.

Dois anos depois, o gigante digital norte-americano anuncia o fim da suspensão de Trump. A Meta declara, em comunicado, que permite o regresso do ex-presidente “às suas plataformas nas próximas semanas”.

Acrescenta que a suspensão foi uma “decisão extraordinária tomada em circunstâncias extraordinárias”.

Nick Clegg, responsável para assuntos globais da Meta, acredita que “as redes sociais têm enraizadas o formato onde o debate aberto e o livre fluxo de ideias são valores importantes, especialmente num momento em que esses valores estão ameaçados em muitos lugares no mundo”.
Grades à espreita
A Meta avaliou “se ainda existem tais circunstâncias extraordinárias que justificam estender a suspensão além do período original de dois anos” e determinou que não, sustentando a decisão de quarta-feira.

No entanto, a empresa deixa claro que colocará “novas grades de proteção para impedir a reincidência” no comportamento online de Trump. “Como qualquer outro utilizador do Facebook ou Instagram, o senhor Trump está sujeito aos padrões da nossa comunidade”, escreveu Clegg.

“Caso o senhor Trump publique mais conteúdo de violação [das regras], o conteúdo será removido e o autor será suspenso por um período de um mês a dois anos, dependendo da gravidade da violação”.


A empresa reitera o compromisso de limitar a distribuição de publicações que possam contribuir “para o tipo de risco que se materializou a 6 de janeiro” no ataque ao Capitólio, citando conteúdo que “deslegitima os processos eleitorais”.

Recentemente, a Meta disse que removeria “conteúdo que apoia ou elogia” a invasão aos edifícios governamentais brasileiros que ocorreu a 8 de janeiro último para comprometer a eleição de Lula da Silva, à semelhança dos distúrbios norte-americanos de há dois anos.

Se por um lado a Meta foi criticada por não fazer se esforçar por reduzir o discurso de ódio, desinformação e outras violações que comprometem as regras de conteúdo na rede, por outro há quem se oponha a esse controlo.

Por exemplo, o ex-presidente Filipino Rodrigo Duterte denunciou a remoção de contas e materiais considerados controversos pela Meta.

Trump fundou a sua própria empresa de rede social, Truth Social , após a suspensão da Meta e de outras empresas de media.

Na quarta-feira, o ex-presidente republicano escreveu na sua conta do Truth Social sobre a reintegração no Facebook e no Instagram, afirmando: “Tal coisa nunca mais deveria acontecer com um presidente em exercício ou qualquer outra pessoa que não mereça retribuição!”.

Em breve, saber-se-á se Trump realmente voltará a escrever nas plataformas onde as contas foram restabelecidas.

Em novembro passado, o ex-presidente republicano foi reintegrado no Twitter pela mão do atual proprietário, Elon Musk. No mesmo mês anunciou planos para concorrer a um segundo mandato na Casa Branca, em 2024.
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