O diretor executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou na quinta-feira a mudança de nome da sua empresa para Meta. Será uma experiência imersiva onde o utilizador vai ser capaz de se sentir presente e sentir a presença de outros. As críticas não tardaram a chegar e Zuckerberg está a ser acusado de tentar desviar as atenções da controvérsia gerada pela investigação jornalística "Facebook Papers".
No Metaverso vai ser possível o trabalho remoto, interagir com a família e amigos, ir ao ginásio, comprar num mercado e até assistir virtualmente a um concerto. “O Metaverso é a próxima fronteira”, disse Zuckerberg durante a apresentação. “Acreditamos que o metaverso será o sucessor da Internet móvel”, sublinhou.
The metaverse is the next evolution of social connection. It's a collective project that will be created by people all over the world, and open to everyone. You’ll be able to socialize, learn, collaborate and play in ways that go beyond what’s possible today. pic.twitter.com/655yFRm8yZ
— Meta (@Meta) October 28, 2021
O mundo não parece, no entanto, tão entusiasmado quanto Zuckerberg relativamente à mudança. Os críticos consideram que a mudança de nome parece ser uma tentativa de desviar as atenções dos "Facebook Papers", um conjunto de documentos confidenciais que foram expostos e divulgados por um consórcio de órgãos noticiosos. A investigação jornalística acusa a empresa de sacrificar a segurança em prol do lucro.
O programa norte-americano satírico “Daily Show”, apresentado por Trevor Noah, ajustou o vídeo de apresentação da Meta sobrepondo a figura de Mark Zuckerberg às imagens do assalto ao Capitólio, no dia 6 de janeiro, e da marcha ultranacionalista branca de 2017 em Charlottesville. Ambos os eventos foram organizados no Facebook.
Nobody asked for this new Facebook feature pic.twitter.com/18pHZUX3Ej
— The Daily Show (@TheDailyShow) October 28, 2021
“Imagine que coloca os seus óculos ou fones e está instantaneamente no espaço da sua casa e ela tem uma imagem incrivelmente inspiradora do que acha mais bonito”, diz Zuckerberg no vídeo editado pelo “Daily Show”, enquanto se veem imagens do ataque ao Capitólio e de um grupo de supremacistas brancos a segurarem tochas.
Políticos de todas as alas partidárias também se têm juntado às vozes críticas da mudança de nome do Facebook. A deputada Alexandria Ocasio-Cortez não conteve a sua desaprovação e apelidou a empresa de um “cancro para a democracia” e uma “máquina de propaganda para impulsionar regimes autoritários e destruir a sociedade civil para obter lucro”.
Meta as in “we are a cancer to democracy metastasizing into a global surveillance and propaganda machine for boosting authoritarian regimes and destroying civil society… for profit!” https://t.co/jzOcCFaWkJ
— Alexandria Ocasio-Cortez (@AOC) October 28, 2021
Richard Blumenthal, senador norte-americano, argumentou que a mudança de nome não foi nada mais do que um esforço para "confundir" e "distrair", mas, em última análise, "não apagará anos de práticas tortuosas e desrespeito pela privacidade, o bem-estar das crianças, disseminação do ódio, e genocídio”.