O Facebook pediu desculpa pelas suas decisões controversas na Austrália e prometeu investir "pelo menos" mil milhões de dólares (822 milhões de euros) nos próximos três anos em conteúdos noticiosos.
As desculpas e a promessa de investimentos seguem-se à quantidade de críticas que a Facebook recebeu depois de ter bloqueado artigos de imprensa na Austrália, em protesto por uma lei que exigia a estes conglomerados que remunerassem os meios de comunicação.
Os compromissos da Facebook são divulgados quando estes grupos digitais estão sob críticas de vários governos, que querem obrigá-los a pagar os conteúdos mediáticos que divulgam nas suas plataformas.
"Reconhecemos absolutamente que o jornalismo de qualidade é crucial ao funcionamento das nossas sociedades - informando e valorizando os cidadãos, exigindo responsabilidade aos dirigentes" pelas suas ações, justificou Nick Clegg.
O dirigente britânico não deu detalhes da repartição dos investimentos do grupo na comunicação nem a forma como estes vão ser feitos (pagamentos? parcerias? formação? direitos de autor? direitos associados?).
"Mais do que nunca, o Facebook quer associar-se com os editores de imprensa", garantiu Clegg.Processo negocial
Na Austrália, depois de ter bloqueado a divulgação de artigos de informação provenientes de meios locais ou internacionais em resposta à intenção legislativa do governo, a proprietária da Instagram e da WhatsApp acabou por recuar, chegando a acordo com Camberra sobre a remuneração dos meios pela difusão dos seus conteúdos nas suas plataformas.
A quantia prometida pela Facebook é igual à prometida pela Google, em outubro, de pagar mil milhões de dólares em três aos a editores de imprensa, como Der Spiegel e Die Zeit, na Alemanha, para utilizar os seus conteúdos através de um novo instrumento designado Google News Showcase no quadro de parcerias.
No seu artigo, Clegg juntou igualmente ao anúncio dos investimentos um pedido de desculpa pela situação na Austrália.
Estas plataformas vão ter dois meses para negociar os acordos e evitarem uma arbitragem constrangedora.