Ao fim de quatro horas, as tropas iraquianas conseguiram controlar a totalidade do Aeroporto Internacional de Mossul. Está cada vez mais perto a reconquista da segunda maior cidade do Iraque, tomada desde junho de 2014 pelo Estado Islâmico.
Abdel Amir Mohamed, comandante de uma unidade de elite da Polícia Federal Iraquiana que participou na investida, confirma à CNN que o aeroporto está agora sob controlo total das autoridades de Bagdade.
Fátima Marques Faria - RTP
A operação militar terrestre e aérea, com recurso a drones, envolveu cerca de 100 mil homens, incluindo tropas iraquianas, combatentes curdos e milícias xiitas. Os primeiros ataques ocorreram ainda durante a madrugada desta quinta-feira, com o bombardeamento de alvos do Estado Islâmico e consequente aproximação à zona até agora controlada pelos terroristas.
De relembrar que o Aeroporto Internacional de Mossul estava nas mãos do Estado Islâmico desde junho de 2014. Situa-se numa posição de charneira, um ponto que dá acesso à zona a Leste da cidade, que continua nas mãos do Estado Islâmico.
A coligação internacional, apoiada pelos Estados Unidos, alcançou também esta quinta-feira a base militar de al-Ghazlan. s militares já destruiram por completo uma fábrica de açúcar nas imediações, que também pertencia à organização terrorista.
Desde o início da missão para a reconquista da cidade que os operacionais iraquianos têm o apoio de milícias dos Estados Unidos, sobretudo na assistência aos ataques aéreos e apoio logístico.
Quentin Sommerville, correspondente da BBC integrado nas forças da polícia federal iraquiana, deu conta ao início da manhã da derradeira aproximação das tropas estatais ao aeroporto.
BREAKING : Iraqi forces reach Mosul airport perimeter pic.twitter.com/feosAZxOit
— Quentin Sommerville (@sommervillebbc) 23 de fevereiro de 2017
Agora, a reconquista destes pontos estratégicos poderá ser determinante a reconquista total da segunda maior cidade iraquiana. A base militar e o aeroporto situam-se na parte a sudoeste do rio Tigre, que atravessa a cidade de Mossul, numa zona a cerca de 30 quilómetros da Cidade Velha, onde o Estado Islâmico ainda exerce o controlo.
Todas as pontes no perímetro da cidade que ligavam as duas margens do rio foram bombardeadas pelas forças iraquianas, apoiadas pelos Estados Unidos, no decorrer dos últimos meses.
É uma área diminuta da cidade, mas regista maior densidade populacional. Segundo a ONU, o número de pessoas encurraladas nesta faixa pode chegar às 750 mil. Cerca de 160 mil civis nos arredores da cidade já conseguiram escapar.
Os grupos de defesa de Direitos Humanos temem que o recurso a armas de destruíção maciça possa ter efeitos devastadores nas zonas de habitação da Cidade Velha.
A perda de Mossul na totalidade representa um duro golpe na estrutura da organização terrorista, uma vez que a zona ocidental da cidade representa o último grande bastião do Estado Islâmico no Iraque.
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