França acordou esta quarta-feira em alerta após o tiroteio de terça-feira num mercado de Natal de Estrasburgo. Com o plano Vigipirate em nível máximo em que se declara “emergência por atentado”, as autoridades pedem mais informações para chegarem até Cherif Chetakk, suspeito do ataque que matou duas pessoas e mantém uma outra em morte cerebral.
Para além de serem conhecidas duas vítimas mortais, uma outra pessoa encontra-se em morte cerebral e existem mais duas vítimas que têm prognóstico muito reservado. Com o atirador ainda a monte, o plano Vigipirate chegou ao nível máximo e já foram tomadas várias medidas de segurança.
[#AppelàTémoins] La #Police judiciaire recherche l'individu suspecté d'être le tireur du marché de Noël de #Strasbourg. #AidezNous
— Police nationale (@PoliceNationale) 12 de dezembro de 2018
⚠ Attention, individu dangereux, n’intervenez pas vous-même.
📞 Contactez le 197 - https://t.co/K2nJHREiwZ pic.twitter.com/zHSNRDkGXC
Édouard Philippe falou esta tarde e anunciou a mobilização de mais 500 militares sentinelas a juntar aos 1.300 que já se encontram nas ruas para garantir a segurança em vários mercados de Natal e outros locais públicos em França.
"O objetivo é permitir a segurança de lugares públicos, incluindo os mercados de Natal em toda a França", disse o primeiro-ministro francês.
As fronteiras da região também têm um controlo maior. Com receio de que o suspeito se desloque para a Alemanha, existem vários locais que estão a ser monitorizados como aeroportos ou estações de comboio. O mercado de Natal de Estrasburgo vai manter-se fechado esta quinta-feira.
Reações políticas ao ataque
Para além das garantias dadas por Édouard Philippe de que vai existir mais segurança nas ruas, o responsável pela prefeitura de Estrasburgo, Roland Ries, foi perentório nas palavras: “O que aconteceu ontem à noite em Estrasburgo foi indiscutivelmente um atentado terrorista”.
Depois de prestar homenagem às vítimas de mais um atentado em França, Roland Ries, elogiou a atuação das gentes da cidade de Estrasburgo.
Nous devons continuer de défendre nos valeurs et ne pas céder à la terreur.
— Roland Ries (@Roland_Ries) 12 de dezembro de 2018
Continuer à vivre normalement, c’est résister.#Strasbourg pic.twitter.com/QBLhdryRrl
O presidente dos Estados Unidos também falou do ataque em Estrasburgo. Na rede social Twitter, como é seu apanágio, Donald Trump disse que este foi mais um mau ataque na Europa e alerta o Partido Democrata para a necessidade de reforçar fronteiras.
"Outro ataque terrorista muito mau em França. Vamos fortalecer ainda mais as nossas fronteiras. Chuck [Schumer] and Nancy [Pelosi] têm de nos dar os votos para conseguirmos segurança adicional nas nossas fronteiras!", pode ler-se na rede social twitter do presidente dos Estados Unidos.
Condenado em 27 ocasiões
Cherif Chetakk é o nome mais falado em França no momento. O homem de 29 anos é o principal suspeito do ataque em Estrasburgo que fez duas vítimas mortais e deixou uma outra em morte cerebral.
Chetakk já estava indiciado pelas autoridades francesas por possível radicalização numa das vezes em que esteve preso e chegou a ser monitorizado. O secretário de Estado do Ministério do Interior revelou que nunca foram detetadas movimentações que levassem a atos terroristas.
Com apenas 29 anos, o homem natural de Estrasburgo, já leva 27 condenações por delitos comuns, como assaltos. Na Alemanha, cumpriu pena de prisão durante um ano, antes de ser deportado para França.
Horas antes do ataque, a polícia havia estado em casa do atacante, onde o mesmo já não estava, e encontrou várias munições. Poucos minutos antes das 20h00, Cherif Chetakk estava no mercado de Natal de Estrasburgo e atirou sobre a multidão. Testemunhas presentes no local afiançaram que o atirador gritou “Allah Akbar” (Deus é grande).
Depois de vários tiros, o atacante ainda feriu algumas pessoas com uma faca, antes de entrar num táxi, onde explicou que tinha ferimentos por ter atingido forças de segurança após ter matado dez pessoas.
Foi o testemunho do condutor do táxi que permitiu às autoridades saberem quem é o principal suspeito. Quatro familiares de Cherif Chetakk encontram-se sob custódia policial para perceber se o homem de 29 anos atuou sozinho ou se tem cúmplices.