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Gaza. 22 países exigem a Israel que "retome imediatamente ajuda total"

por RTP
Distribuição de ajuda alimentar em Gaza Mahmoud Issa - Reuters

Israel tem de retomar "imediatamente a ajuda total à Faixa de Gaza", exigiram esta segunda-feira 22 países, incluindo França, Alemanha, Reino Unido, Canadá, Japão e Austrália. O auxílio deverá ser organizado pela Nações Unidas e ONG, acrescentaram, rejeitando a proposta de um novo modelo alternativo de distribuição proposto por Israel.

O governo de Netanyahu acusa o grupo palestiniano Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007, de desviar a ajuda "mínima" que Israel autorizou a entrar, exigindo uma alternativa. Numa declaração conjunta, transmitida pelo Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, os serviços diplomáticos dos 22 países signatários consideraram que nem a ONU nem as ONG podem apoiar o modelo proposto por Israel.

Após 11 semanas de bloqueio, nove camiões com ajuda humanitária da ONU foram autorizados a entrar na Faixa de Gaza. Uma "gota no oceano", classificou o diretor das operações humanitárias das Nações Unidas, numa altura em que um milhão de pessoas correm risco de enfrentar fome "castastrófica" até setembro, se nada mudar no enclave.

O povo da Faixa de Gaza "está a enfrentar a fome" e "precisa de receber a assistência de que necessita desesperadamente", pediram os ministérios dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Canadá, Dinamarca, Estónia, Finlândia, França, Alemanha, Islândia, Irlanda, Itália, Japão, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Países Baixos, Nova Zelândia, Noruega, Portugal, Eslovénia, Espanha, Suécia e Reino Unido.

A missiva é também assinada pela União Europeia, por meio de sua ministra das Relações Exteriores, Kaja Kallas.

Os signatários consideraram que o "novo modelo de distribuição" que Israel acaba de decidir "coloca os beneficiários e os trabalhadores humanitários em risco e prejudica o papel e a independência da ONU e dos nossos parceiros de confiança e liga a ajuda humanitária a objetivos políticos e militares", lamentam.

"A ajuda humanitária nunca deve ser politizada e o território palestiniano não deve ser reduzido ou submetido a qualquer mudança demográfica", acrescentaram.

Israel retomou as operações militares na Faixa de Gaza a 18 de março, quebrando uma trégua de dois meses, e revelou um plano no início de maio para a "conquistar" e realocar a maioria dos seus 2,4 milhões de residentes para o extremo sul do território.

Benjamin Netanyahu disse esta segunda-feira que Israel "assumiria o controlo de toda" a Faixa de Gaza.

com agências
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