Génova. Buscas para encontrar sobreviventes continuam

por RTP
As buscas para encontrar sobreviventes continuaram hoje, pelo segundo dia. Stefano Rellandini - Reuters

As equipas de resgate italianas continuam as buscas numa tentativa para encontrar mais sobreviventes. Foi na manhã de terça-feira que ocorreu o desabamento da ponte Morandi, em Génova.

De acordo com as autoridades italianas, o número de vítimas mortais subiu para 39 mortos, mas o número de feridos mantem-se nos 16.

Emanuele Gissi, chefe de serviço dos bombeiros, disse à CNN, que as autoridades estão preocupadas "com a estabilidade da ponte, mas as equipas de resgate estão a trabalhar com cuidado e cautela”.

A Ponte Morandi fazia a ligação entre a costa italiana a cidades francesas. Segundo a estação televisiva EuroNews, a interrupção das ligações vai ter consequências económicas nos próximos tempos.
Em média passa cerca de 70 mil automóveis por dia, na ponte
Na quarta-feira, Giuseppe Conte, primeiro-ministro italiano, declarou “estado de emergência” durante um ano para a região, e anunciou que vai desbloquear uma verba de cinco milhões de euros do fundo de emergência nacional para ajudar nas operações de salvamento. “Este é o primeiro passo do Governo perante esta tragédia”, disse o primeiro-ministro.

Para além destas afirmações, Conte pretende declarar um dia de luto nacional, mas referiu que ainda está por determinar a data, uma vez que o objetivo é que todos os funerais das vítimas sejam no mesmo dia.  “Estas são tragédias que são inaceitáveis na sociedade moderna”, disse Conte à CNN.

Foi na manhã de terça-feira que ocorreu o desabamento de um troço da ponte de Morandi. O fragmento com cerca de um quilómetro e 90 metros de altura caiu e espalhou escombros por 200 metros.
35 automóveis ligeiros e três camiões estavam em cima de ponte quando entrou em colapso.
Danilo Toninelli, ministro italiano das Infraestruturas, exigiu a demissão da direção da empresa Autostrade per I’Italia – responsável pela gestão da ponte - através de um post no Facebook.



A direção da empresa assegurou "que o viaduto estava sujeito a controlos periódicos, em conformidade com as normas do país”.

Caixa A ponte foi inaugurada em 1968, e os problemas estruturais eram conhecidos desde a construção.
"De vez em quando caiam pedaços da ponte”
Desde 2016 que Antonio Brencich, engenheiro e professor na Universidade de Génova, expressava preocupação com o estado da ponte.

Para além de Brencich, também alguns engenheiros italianos alertaram para o estado em que o viaduto se encontrava. “Durante anos e anos dissemos ao município que a ponte tinha problemas. (...) De vez em quando caiam pedaços de ponte. Isto foi a consequência por eles [governo] não nos terem ouvido”, disse Gavino Delogu, morador de um edifício por baixo da ponte.

Depois do acidente, em comunicado, a Autostrade garantiu que “o trabalho e a situação da ponte estavam em constante observação e supervisão. (…) As causas do colapso vão ser objeto de uma análise profunda assim que for possível aceder ao local com segurança”.

Segundo o jornal diário italiano, Corriere della Sera, nos últimos cinco anos mais de 10 pontes entraram em colapso em Itália.
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