Hong Kong. Violentos protestos apesar da proibição de manifestação

por RTP
Reuters

Milhares de pessoas desafiaram, este domingo, a proibição da polícia de se manifestarem, participando numa marcha não autorizada para comemorar o Dia Internacional da Democracia. Um protesto que terminou com dezenas de pessoas feridas. Uma nova noite de violência que marcou o décimo quinto fim de semana consecutivo de manifestações contra o Governo.

Embora a polícia tenha proibido qualquer manifestação, dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas de Hong Kong neste domingo. A marcha teve início em Causeway Bay, alastrando-se para outras zonas centrais da ilha.

À semelhança daquilo que tem acontecido nos últimos três meses de protestos, a manifestação degenerou, dando lugar a violentos confrontos entre a polícia e os manifestantes, que atiraram ‘cocktails molotov’ contra o edifício do governo.

Em resposta, as autoridades recorreram a canhões de água e a gás lacrimogéneo, bem como a jatos de tinta azul. O corante deixa marcas permanentes nos manifestantes, de modo a identificá-los e a prendê-los posteriormente.

Antes de recuarem, alguns manifestantes montaram barricadas, acenderam fogueiras e vandalizaram estações de metro. Imagens da televisão local também mostraram manifestantes a rasgar e a queimar uma faixa comemorativa do próximo aniversário dos 70 anos da fundação da China comunista e também uma bandeira chinesa.

No total, 28 pessoas ficaram feridas, adiantaram as autoridades hospitalares. Destas, 17 receberam alta esta manhã e 11 permanecem no hospital. Dois homens estão em estado grave.
Mais apoio de Londres
Algumas horas antes, milhares de pessoas caminharam para o consulado da Grã-Bretanha, pedindo mais apoio de Londres. No meio dos guarda-chuvas coloridos, símbolo do protesto de Hong Kong, ergueram-se bandeiras britânicas e ouviu-se o “God Save the Queen”.

Vários manifestantes pediram que os cidadãos de Hong Kong que assim o desejassem obtivessem a nacionalidade britânica ou de outro país da Commonwealth. Londres não se pronunciou sobre o assunto. No entanto, cerca de 130 parlamentares britânicos assinaram esta semana uma carta aberta pedindo à Grã-Bretanha e aos países da Commonwealth que dessem as boas-vindas aos cidadãos de Hong Kong que desejam emigrar.
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