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Hotéis para migrantes do Reino Unido começam a fechar nos próximos dias
O secretário de Estado britânico da Imigração, Robert Jenrick, anunciou esta semana que cerca de 50 hotéis "nas quatro nações do Reino Unido" serão fechados aos requerentes de asilo até janeiro e que o Governo de Rishi Sunak "não vai ficar por aqui" para "cumprir a estratégia de travar os barcos e conseguir desmobilizar mais hotéis".
O Governo conservador britânico anunciou na terça-feira que vai reduzir a oferta de alojamento em hotéis para os requerentes de asilo devido ao “custo insustentável para os contribuintes” e que recorrerá a formas de alojamento mais baratas para alojar os imigrantes que chegam ilegalmente ao país.
O processo de desmobilização "estará concluído no final de janeiro e outros seguir-se-ão pouco depois", afirmou Robert Jenrick no Parlamento britânico.
De acordo com a BBC, no início deste ano cerca de 400 hotéis estavam a ser utilizados para alojar um número recorde de requerentes de asilo. No entanto, o Ministério britânico do Interior recusou-se a confirmar este número.
O secretário de Estado da Imigração do Reino Unido estimou que os contratos de alojamento em hotéis custariam atualmente 8 milhões de libras, cerca de 9,1 milhões de euros, por dia aos contribuintes. Um valor que o Governo argumenta que é "inaceitável" e "insustentável" e que utiliza frequentemente para justificar a sua política.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, tornou a luta contra a imigração ilegal uma das suas principais prioridades desde que assumiu o cargo há um ano. Através da adoção de uma política mais dura para solucionar esta questão, que esteve no centro do Brexit, tenta tranquilizar o eleitorado conservador preocupado com o aumento do número de requerentes de asilo que chegam ao sul de Inglaterra através do Canal da Mancha.
No ano passado, um número recorde de 45 mil pessoas fez a
travessia do Canal da Mancha em pequenas embarcações e este ano o
número de pessoas diminui para 26.501, o que representa “um quinto a
menos do que no mesmo período em 2022” disse o secretário de Estado
britânico da Imigração ao Parlamento Europeu, segundo a France Presse.
"Progressos sólidos"
Durante a sua intervenção, na terça-feira, Robert Jenrick congratulou-se com os “progressos sólidos” registados na luta contra a imigração ilegal e disse que o plano para reduzir os pedidos de asilo estava “a começar a funcionar”. No último ano, o Governo britânico não só reformou “a gestão do património existente”, aproveitando bases militares e barcaças e otimizando a capacidade para alojar requerentes de asilo em massa.
Como também celebrou um novo acordo com Paris, para reforçar os controlos do lado francês do Canal da Mancha e anunciou um reforço da sua legislação, de modo a proibir os migrantes que chegaram ilegalmente de pedir asilo no Reino Unido, prevendo a sua deportação para os seus próprios países ou para países terceiros, como o Ruanda. No entanto, esta medida ainda não está em vigor por ter sido objeto de várias contestações legais e estar dependente de uma decisão do Supremo Tribunal, prevista para o mês de dezembro.“Estas travessias não são apenas ilegais, perigosas e desnecessárias, mas são também profundamente injustas” afirmou o secretário de Estado britânico da Imigração.
c/ agências