Israel rejeita trégua proposta pela ONU

Israel rejeitou a ideia de uma trégua de 72 horas nos combates no Líbano proposta sexta-feira pelo coordenador dos assuntos humanitários da ONU, para evacuar os feridos e encaminhar alimentos e medicamentos para as zonas de conflito.

Agência LUSA /
EPA

"Israel não pode aceitar um cessar-fogo com o Hezbollah porque esta organização terrorista aproveitaria a oportunidade para introduzir civis nas zonas de combates para os utilizar como escudo humano", afirmou Gideon Meir, um alto responsável do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita.

O coordenador dos assuntos humanitários das Nações Unidas, Jan Egeland, apelou sexta-feira a uma trégua de 72 horas entre Israel e o Hezbollah com fins humanitários.

O funcionário disse à imprensa que apresentou essa proposta ao Conselho de Segurança da ONU e que irá auscultar as autoridades israelitas e o Hezbollah para obter tal trégua.

"A proposta de Egeland não nos foi formalmente apresentada", acrescentou Meir.

Este responsável israelita sublinhou que o primeiro-ministro Ehud Olmert, durante os seus encontros de terça-feira em Jerusalém com a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, aceitou criar "corredores humanitários" para o encaminhamento da ajuda aos civis do sul do Líbano.

"Estas discussões com Condoleezza Rice vão prosseguir hoje à noite", afirmou Meir, acrescentando que Israel autorizou sexta-feira que três camiões da ONU fizessem entrega de alimentos e medicamentos em localidades do sul do Líbano.

Este responsável anunciou igualmente que a partir de domingo um representante das Nações Unidas estará presente no "centro de socorros humanitários" que o exército israelita instalou na sua fronteira norte para organizar a ajuda à população do sul libanês, num conflito que já causou mais de 600 vítimas civis.

"Vou conversar com as duas partes, os israelitas e o Hezbollah, solicitando-lhes uma trégua de pelo menos 72 horas para que possamos evacuar os feridos, as crianças, as pessoas idosas e os deficientes que foram apanhados entre dois fogos no sul do Líbano", afirmou o representante da ONU.

Jan Egeland acrescentou que, com essa trégua, os hospitais e clínicas poderiam receber novos fornecimentos médicos de urgência para os feridos e que também alimentos seriam entregues às dezenas de milhares de pessoas deslocadas.

Cerca de um terço dos mortos são crianças, disse Egeland, acrescentando que o balanço total de vítimas deverá vir a aumentar uma vez que há muitos cadáveres abandonados sob os escombros de edifícios em áreas aonde ainda não chegaram as equipas de socorros.


PUB