Joe Biden diz que acordo para cessar-fogo em Gaza está "prestes" a ser alcançado

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Amir Cohen - Reuters

O presidente norte-americano, Joe Biden, disse esta segunda-feira que um acordo para um cessar-fogo na Faixa de Gaza está “prestes” a ser alcançado. O seu conselheiro de segurança nacional, Jake Sullivan, também acredita que Israel e o Hamas poderão chegar a um acordo ainda esta semana. Os mediadores entregaram a Israel e ao Hamas um rascunho final de um documento para pôr fim à guerra em Gaza, após um avanço significativo nas negociações. As conversações vão ser retomadas esta terça-feira em Doha, no Catar, para finalizar os detalhes restantes relativamente ao acordo.

"Estamos prestes a ver uma proposta que apresentei há vários meses finalmente ser concretizada", disse o presidente dos EUA durante um discurso esta segunda-feira, afirmando que o seu governo está a trabalhar "urgentemente para fechar este acordo" antes de passar a pasta a Donald Trump.

“Está muito perto e estamos muito esperançosos de que finalmente cruzaremos a linha de chegada, depois de todo este tempo”, disse Biden, citado pela NBC News.

Momentos antes do seu discurso, o seu conselheiro de segurança nacional, Jake Sullivan, também tinha adiantando que está confiante que um acordo seja alcançado esta semana.

"Estamos perto de um acordo e podemos concluí-lo esta semana", disse Sullivan citado pela AFP. "Não estou a fazer nenhuma promessa ou previsão, mas está ao nosso alcance", acrescentou, ressalvando que o acordo não é garantido.

“Já chegámos perto antes e não conseguimos cruzar a linha de chegada”, observa.

No entanto, o principal conselheiro diplomático do presidente Joe Biden destaca que as posições das duas partes “aproximaram-se significativamente nas questões mais importantes”, nomeadamente em relação à troca de prisioneiros e ao "posicionamento das forças armadas israelitas durante a retirada da Faixa de Gaza”.

"As diferenças estão a ser resolvidas lentamente, uma após a outra", sublinhou. "Há várias razões para isso, e a mais importante é que Israel atingiu os seus objetivos militares principais em Gaza e o Hamas sofreu perdas catastróficas", disse Sullivan.

Numa declaração emitida esta segunda-feira, o Hamas disse que estava interessado em chegar a um acordo de cessar-fogo em Gaza.

Uma autoridade israelita também adiantou à agência Reuters que as conversações estão numa fase avançada para a libertação de até 33 reféns como parte da negociação para o cessar-fogo em Gaza.

"Não temos certeza se são horas, dias ou mais", disse a mesma fonte, sob condição de anonimato.
“Mais perto do que nunca”
Já esta segunda-feira de manhã, numa conferência de imprensa, o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Gideon Sa'ar, confirmou que “houve progressos” nas negociações na noite de domingo.

“Vemos algum progresso nas negociações. (…) Israel quer um acordo de libertação de reféns. Israel está a trabalhar com os nossos aliados norte-americanos para conseguir um acordo de reféns, e logo saberemos se o outro lado quer a mesma coisa”, disse.

Uma autoridade informada sobre as negociações também avançou à agência Reuters que um acordo para uma trégua em Gaza está “mais perto do que nunca” e que os mediadores entregaram a Israel e ao Hamas um rascunho final de um acordo.

As negociações – mediadas pelos EUA, Catar e Egito – vão ser retomadas na manhã desta terça-feira em Doha, no Catar, para finalizar os detalhes restantes relativamente ao acordo. O enviado do presidente Donald Trump para o Médio Oriente, Steve Witkoff, e o enviado de Biden, Brett McGurk, devem estar presentes neste encontro.

Os EUA têm estado a pressionar para um último esforço nas negociações com o objetivo de conseguirem alcançar um cessar-fogo em Gaza ainda antes da saída de Joe Biden da Casa Branca, a 20 de janeiro.

No entanto, até agora ainda não foi possível chegar a um entendimento, com as duas partes a acusarem-se mutuamente de estarem a bloquear um acordo. O Hamas diz que libertará os reféns apenas se Israel concordar em retirar todas as suas tropas de Gaza e em implementar um cessar-fogo permanente na região. Por sua vez, Israel diz que não retirará as suas tropas até que o Hamas seja desmantelado e todos os reféns sejam libertados.

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, já avisou que o “inferno vai explodir no Médio Oriente” se o Hamas não libertar os reféns antes da sua tomada de posse, a 20 de janeiro.

c/agências
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