Leopard 2 e Abrams. Europeus e americanos juntam-se à Alemanha no envio de tanques para a Ucrânia

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
EPA

Depois de a Alemanha ter dado a luz verde, na terça-feira, ao envio de tanques Leopard 2 para a Ucrânia, vários países europeus têm mostrado igualmente disponibilidade para enviar esses veículos blindados. Esta quarta-feira, a Noruega juntou-se a essa lista e garantiu que enviará tanques Leopard 2 para Kiev. Também o presidente Joe Biden anunciou durante a tarde a disponibilização de veículos Abrams M1 para as forças ucranianas.

Vários países europeus aguardavam a luz verde da Alemanha para anunciarem o envio de tanques de fabrico alemão Leopard 2 para a Ucrânia.

Depois de Berlim ter finalmente anunciado o envio envio 14 tanques para Kiev, vários países europeus onde esta arma de guerra está em serviço manifestaram disponibilidade para contribuir.

Para além da Dinamarca, Holanda, Polónia, Finlândia e Espanha, também a Noruega anunciou esta quarta-feira que irá juntar-se à lista e enviar os Leopard 2 para Kiev. A Alemanha e os seus aliados deverão fornecer aos ucranianos um total de 88 tanques.

"A Noruega e o governo apoiam a doação de tanques de guerra para a Ucrânia. A Noruega participará"
, anunciou o ministro Bjørn Arild Gram em entrevista à televisão estatal NRK, sem detalhar o número de tanques que será enviado.
EUA enviam tanques Abrams para Kiev
O presidente norte-americano também anunciou esta quarta-feira o envio de 31 tanques Abrams M1 para ajudar a Ucrânia a combater as forças russas.

“Esta não é uma ameaça ofensiva contra a Rússia”, garantiu o presidente Joe Biden, sublinhando que o objetivo é “ajudar a Ucrânia a defender a sua soberania e integridade territorial”.
O envio dos carros blindados norte-americanos será acompanhado de outras medidas, como o treino das tropas ucranianas, com o objetivo de "melhorar a sua capacidade de manobra em campo aberto" e as suas capacidades militares a longo prazo, apontou o presidente americano.

O aval dos EUA foi o que motivou a luz verde de Berlim, dado que o chanceler alemão tinha insistido que qualquer movimento para fornecer este poder de fogo à Ucrânia deveria ser coordenado com os aliados da Alemanha, em particular Washington.

"Teria sido um erro, um erro grave, ter avançado sozinho nesta questão", disse Olaf Sholz.

A imprensa ucraniana também coloca Portugal entre os países fornecedores, com quatro Leopard 2, mas o Governo ainda não anunciou a sua decisão final.

A ministra da Defesa disse esta quarta-feira esperar uma decisão sobre o envio dos Leopard 2 do Exército português "nos próximos dias", e assegurou que Portugal ajudará Kiev a desenvolver a sua capacidade na área dos carros de combate.
“Passo importante no caminho para a vitória"
O presidente ucraniano já saudou o envio de tanques por parte de EUA e Alemanha, afirmando que será um “passo importante no caminho para a vitória” da Ucrânia.

"Hoje o mundo livre está unido como nunca por um objetivo comum – a libertação da Ucrânia”, escreveu Volodymyr Zelensky no Twitter.


Por sua vez, a Rússia afirmou que a autorização dada por Berlim é uma “decisão extremamente perigosa que levará o conflito a um novo nível de confronto”.


"Isso mostra mais uma vez que a Alemanha, assim como os seus aliados mais próximos, não quer uma solução diplomática para a crise ucraniana, mas antes uma escalada permanente", disse o embaixador russo em Berlim, Sergei Netchaev.

Netchaev mencionou a Segunda Guerra Mundial, alegando que a Alemanha "esqueceu o difícil caminho da reconciliação pós-guerra entre russos e alemães".

O embaixador russo em Berlim também tinha alertado que caso os EUA decidissem igualmente enviar tanques à Ucrânia, esta “seria uma nova provocação flagrante contra a Federação Russa".

c/agências
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