Reportagem

Londres, o dia seguinte. Estado Islâmico reivindica atentado

por RTP

O atentado de quarta-feira em Londres foi reivindicado pelo Estado Islâmico. Nas últimas horas, a polícia britânica desencadeou várias operações de busca e foram detidas oito pessoas.

Mais atualizações

Fechamos aqui o acompanhamento minuto a minuto da situação em Londres.

14h28 - Homenagem em Nova Iorque

O Conselho de Segurança das Nações Unidas cumpre um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do terrorismo.

A reunião foi aberta pelo ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson, que convidou os interlocutores a "prestar homenagem à memória das vítimas do ataque de ontem e de todas as vítimas do terrorismo em todo o mundo".

14h26 - "Pacote suspeito"

A polícia britânica selou a zona de Shoreditch, no leste de Londres, para investigar um "pacote suspeito". Pouco depois, reabriu as ruas. O risco foi descartado.

14h00 - O atentado de 2005

Recuamos a 7 de julho de 2005. Nesse dia, em menos de uma hora, quatro suicidas com ligações à Al Qaeda fizeram explodir quatro bombas no coração de Londres. Morreram 56 pessoas, incluindo os terroristas.



13h40 - Dados atualizados a partir de Londres

Em direto para o Jornal da Tarde, o jornalista da Agência Lusa Bruno Manteigas sintetizou as últimas informações sobre o pós-atentado na capital britânica.


13h20 - Vítima casada com português

Uma das vítimas do ataque de Westminster era de origem galega e casada com um português.


13h00 - O vídeo do momento do ataque

As imagens mostram os instantes em que o terrorista avança sobre os passeios da ponte de Westminster a grande velocidade.


12h22 - Estado Islâmico reivindica atentado


A organização terrorista de Abu Bakr al-Baghdadi reinvindica, através da agência Amaq, o atentado na capital britânica.

"O autor do ataque frente ao Parlamento britânico em Londres é um soldado do Estado Islâmico e a operação foi lançada em resposta a um apelo para ataques aos países da coligação", afirma a Amaq, citando "um fonte de segurança".

11h45 - Rainha Isabel envia condolências

A Rainha Isabel II enviou condolências a todos os atingidos pelo ataque de quarta-feira em Westminster.

"Os meus pensamentos, orações e sentimentos estão com aqueles que foram afetados pela violência horrível de ontem", afirmou em comunicado.

Isabel II deveria esta quinta-feira inaugurar a nova sede da polícia londrina mas o ato foi adiado.

11h40 - Brexit prossegue

O porta-voz da primeira-ministra garante que o progresso do Brexit não vai ser afetado pelo ataque de quarta-feira.

O processo para desencadear o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, ou pedido para abandonar a UE, deverá ter início dia 29 de março.

11h00 - Terroristas não vencerão

O que motiva os terroristas é uma ideologia distorcida, diz May.

O terrorismo não vencerá, acrescenta, provocando uma expressão de apoio por parte dos deputados.

"Neste momento é muito importante mostrar que são os nossos valores que irão vencer, que os terroristas não irão vencer, que iremos viver as nossas vidas mostrando a unidade de propósito e os valores que partilhamos como uma nação, indo em frente e garantindo que os terroristas serão derrotados", afirmou Theresa May ao Parlamento.

As forças de informação e de segurança conseguiram desmantelar  com sucesso 13 planos de ataque terroristas nos últimos meses, revela a líder do Governo.

"Ao longo dos próximos cinco anos iremos investir 2,5 mil milhões de libras extraordinários no estabelecimento da nossa rede global de informações", mais do que duplicando o número de especialistas em segurança trabalhando com países prioritários na Europa, no Médio Oriente, em África e da Ásia.

Sob apoio dos deputados presentes e sobre o facto de que o atacante tentou entrar no Palácio de Westminster antes de ser morto a 20 metros do portão, a primeira-ministra sublinhou que "ele não conseguiu" entrar.
 
"Ontem vimos o pior da humanidade mas fomos lembrados do melhor", diz May, referindo os "extraordinários esforços para salvar a vida de Palmer", o agente da polícia, realizados pelo "meu estimado amigo o representante de Bornemouth East" (Tobias Ellwood).

10h50 - Ataque inspirado por ideologia islamita

Theresa May diz que o atacante era conhecido das autoridades mas não era considerado um risco. O ataque, afirma, foi inspirado por ideologia islamita.

Este homem "nasceu no Reino Unido" e "há alguns anos que estava a ser investigado pelo Mi5", por ligações ao "extremismo violento", afirma May, acrescentando que era "uma personagem periférica" nas investigações.

"O caso é histórico, ele não estava incluido no actual panorama terrorista", concede a primeira-ministra. Não havia indícios das suas intenções ou planos, refere.

"Quando as necessidades operacionais o permitirem, ele será identificado publicamente", prometeu.



Durante a madrugada foram detidas oito pessoas durante as investigações ao ataque, confirma a líder do Governo britânico.

"Os nossos agentes trabalharam a noite inteira para investigar o caso" diz a primeira-ministra.

Ao longo desta quinta-feira serão realizadas novas reuniões de crise. As investigações intensivas irão continuar.

10h40 - Nível de alerta mantém-se

A primeira-ministra afirma aos deputados que a segurança foi reforçada em todo o país como medida de precaução mas que o nível de alerta não será alterado após o ataque.

"O Reino Unido não será amedrontado com este ataque" garante May.

10h30 - "Não temos medo", afirma a primeira-ministra britânica no Parlamento.



As vítimas do ataque incluem 12 britânicos, um irlandês, crianças francesas, dois romenos, quatro sul-coreanos, um alemão, um polaco,um chinês, um americano e dois gregos, revela May.

O povo britânico está solidário com as famílias de todas as vítimas.

O polícia morto foi "um herói", diz May, aplaudindo o profissionalismo da resposta das forças de segurança e de urgência.

O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Marc Ayrault, está presente como convidado na sessão do parlamento britânico, tendo-se deslocado a Londres para visitar os três alunos adolescentes franceses feridos no ataque.

10h29 - Mi5 solidariza-se

Serviços de informação interna britânicos estão plenamente mobilizados para apoiar as investigações da Polícia Metropolitana de Londres.

"Estamos ombro a ombro com os nossos colegas, lamentando a sua perda enquanto aplaudimos a excelência profissional da sua resposta", afirmou o diretor geral do Mi5 num comunicado.

10h27 - Mais um detido

A polícia de Londres anuncia que são oito as pessoas detidas nas mais recentes investigações ao autor do ataque de quarta-feira.

10h25 - Feridos e hospitalizados

Cerca de 40 pessoas ficaram feridas no ataque e 29 tiveram de ser hospitalizadas. Sete estão em "estado crítico".

Entre os feridos há três alunos franceses, de 15 ou 16 anos, do liceu de São José de Concarneau, em viagem escolar. Dois estão em estado grave mas não correm risco de vida.

Cinco turistas sul-coreanos - quatro mulheres e um homem com idades entre os 50 e os 60 anos - ficaram feridos e uma delas permanece hospitalizada.

Uma mulher de nacionalidade desconhecida, foi repescada do rio Tamisa gravemente ferida.

Entre as outras vítimas incluem-se um português - que já teve alta - um chinês e dois romenos, confirmados pelos respetivos países.

10h10 - O que se sabe das vítimas mortais

O ataque de Westminster fez quatro mortos, incluindo dois civis e um polícia.

Os civis são uma mulher de 43 anos e um homem de cerca de cinquenta anos.

A mulher foi identificada como Aysha Frade, professora britânica de mãe espanhola, da Galiza, e com dois filhos de sete e nove anos. Há informações de que era casada com um português.

Sobre o homem não foram dados mais detalhes.

O polícia foi esfaqueado várias vezes pelo atacante quando este tentava entrar no Palácio de Westminster. Chamava-se Keith Palmer e tinha 48 anos.

O deputado conservador Tobias Ellwood tentou mantê-lo vivo com respiração boca a boca e estancando as hemorragias até à chegada de socorro, mas em vão.
 
10h00 - Sadiq Khan, presidente da Câmara de Londres e muçulmano, afirmou horas depois do ataque que os londrinos nunca serão amedrontados pelo terrorismo.

O Mayor agradeceu em nome de todos os habitantes da capital a resposta da polícia e dos serviços de emergência.

Khan avisou ainda os londrinos e os turistas para esperarem ver mais agentes fardados nas ruas, para manter a segurança.

E afirmou não haver razões para alarme. "A nossa cidade continuaa ser uma das mais seguras do mundo".

9h50 - Parlamento reabre

A sessão do Parlamento reabriu esta manhã com um minuto de silêncio pelas vítimas do ataque de quarta-feira.

A primeira-ministra Theresa May já tinha referido que o Parlamento iria retomar esta quinta-feira as suas funções em absoluta normalidade.

9h47 - Testemunha crucial

O chefe em exercício da polícia de Londres, Craig Mackey, confirmou que irá estar presente na reunião do gabinete de crise do Governo esta quinta-feira.

Mackey está a ser tratado como uma testemunha crucial pois estava no local do ataque quando este aconteceu. Não ficou ferido.

9h44 - Le Pen quer controlo de fronteiras

A candidata da extrema-direita à Presidência francesa, Marine Le Pen, disse em entrevista à BFM TV e à radio RMC que o atentado de Londres sublinha a importância de proteger as fronteiras nacionais e reforçar as medidas de segurança.

"O problema  que temos atualmente é esta forma de terrorismo low-cost", disse Le Pen. "precisamos de controlar as nossas fronteiras".

A candidata e líder da Frente Nacional propõe o encerramento de mesquitas com ligações ao extremismo e a revogação da nacionalidade francesa aos que tenham mais de um passaporte e sejam culpados de atentados.

Marine Le Pen disse também que os países têm de cooperar uns com os outros na partilha de informações.

9h38 - Irão condena ataque

O Irão condenou esta manhã o ataque "terrorista" de Londres e exprimiu a sua "solidariedade com as famílias das vítimas" declarou Bahram Ghassemi, porta-voz do ministério iraniano dos Negócios Estrangeiros, citado pela agência de notícias Mehr.

Ghassemi acrescentou que o Irão convida "todos os países a formar uma vasta coligação internacional para lutar contra o terrorismo".

"nenhum país estará ao abrigo do terrorismo enquanto os países ocidentais continuarem a adotar uma política de dois pesos e duas medidas para lutar contra este fenómeno", disse ainda Ghassemi.

"O terrorismo não conhece fronteiras, Para secar as raízes deste fenómeno, é necessário impedir a venda de armas a estes grupos terroristas. É também, necessário que acabe o apoio financeiro e moral de certos países a este grupos", acrescentou numa aparente referência à sua eterna rival, a sunita Arábia Saudita.

9h36
- Polónia liga terrorismo à imigração

Primeiro-ministro da Polónia, Beata Szydlo, diz que o atentado de Westminster comprova os laços entre o terrorismo e a política de imigração europeia.

"Oiço na Europa, muitas vezes: não façam a ligação entre a política de imigração e o terrorismo, mas é impossível não os ligar", disse Szydlo à televisão privada TVN24.

O Governo polaco, de direita e eurocético, recusou receber um único dos 6.200 migrantes atribuídos ao país sob um esquema de distribuição de quotas elaborado pela União Europeia, para aliviar a pressão exercida sobre os principais países pela chegada de milhões de refugiados e migrantes nos últimos anos.

O comissário europeu para a migração, Dimitris Avramopoulos, de visita a Varsóvia esta semana, procurou pressionar o Governo polaco a cumprir a orientação.

"O comissário deveria concentrar-se no que fazer para evitar atos semelhantes ao ocorrido ontem em Londres", afirmou Szydlo. "A Polónia não irá sucumbir a chantagem tal como foi expressa pelo comissário".

9h30 - Esperada declaração de Theresa May

A primeira-ministra britânica, Theresa May, tem prevista para as 10h30 uma declaração no Parlamento.

9h28 - Vítima casada com português

Uma das vítimas mortais, identificada como Aysha Frade, de 43 anos, era casada com um português.

9h27 - Londres, cidade fortificada


A capital britânica permanece em estado de alerta total. A ponte de Westminster continua atrás de um cordão de polícia que inclui a entrada do Metro.

Foram realizadas durante a madrugada seis operações de busca em vários locais e detidas sete pessoas. Continuam ainda a decorrer operações de investigação em Birmingham e noutras regiões do país.

O balanço do ataque é de quatro mortos - "revisto em baixa" dos cinco confirmados ontem à noite - e 29 feridos tratados em ambiente hospitalar. Sete estão em estado crítico, indicou o responsável pelas operações de contraterrorismo da Scotland Yard, Mark Rowley.

O ministro da Defesa do Reino Unido, Michael Fallon, disse, por sua vez, à BBC Rádio que "a polícia está a investigar este homem, as suas origens".

"Estão a fiscalizar com caracter de urgência se há outras pessoas envolvidas. Trabalham sob a premissa de que isto - o ataque - está ligado ao terrorismo islâmico".

As medidas de segurança em torno do Palácio de Westminster, onde funcionam ambas as câmaras do Parlamento, vão ser revistas, acrescentou Fallon.

O atacante conduziu quarta-feira à tarde um veículo em ziguezague contra o máximo de pessoas possível, na ponte junto ao Parlamento britânico e à roda gigante de Londres, atropelando-as, num modus operandi que lembra o ataque a Nice que matou 84 pessoas em julho de 2016.

Um homem foi abatido pelas autoridades britânicas depois de ter esfaqueado um agente da polícia junto ao Parlamento britânico. Antes, na ponte de Westminster, atropelou várias pessoas.


O carro acabou por embater na vedação, junto ao Palácio de Westminster. À entrada do Palácio o homem esfaqueou mortalmente um polícia, antes de ser abatido pelas autoridades.

A polícia deu a entender que já conhece a identidade do atacante. Na noite de quarta-feira, Mark Rowley não quis acrescentar detalhes, afirmando apenas aos jornalistas que acredita que o atacante foi inspirado pelo "terrorismo islâmico".

Já esta manhã Rowley procurou descansar o público.

"Continuamos a acreditar que este atacante agiu sozinho e foi inspirado pelo terrorismo internacional. Neste ponto não temos nenhuma informação específica quanto a novos ataques para o público".

"Berço de radicais"

O relatório do chefe das operações anti-terroristas em Londres confirmou parcialmente as informações avançadas pela televisão Sky News, segundo as quais a polícia de West Midlands realizou durante a madrugada um assalto a uma casa de Birmingham e deteve várias pessoas.

A zona é considerada um autêntico "berço de radicais islâmicos".

A polícia local remeteu todas as questões sobre o raid para a MET, a polícia londrina, que foi encarregue da investigação do ataque na zona do Parlamento esta quarta-feira, levantando suspeitas de que a operação desta madrugada está relacionada com o atentado.

Várias ruas de Birmingham foram bloquedas enquanto decorriam as buscas, de acordo com a televisão Sky News.

Os investigadores estarão a seguir pistas relacionadas com o aluguer do carro usado pelo autor do atentado em Westminster.

Morreram quatro pessoas, uma mulher de cerca de 43 anos, um homem de cerca de 50, o agente e o atacante, abatido a tiro.

As vítimas têm dupla-nacionalidade, referiu Rowley, sem avançar detalhes. Entre os feridos há um português, que já teve alta.

Outras nacionalidades das vítimas incluem três estudantes franceses, adolescentes, e cinco sul-coreanos, quatro mulheres e um homem, dos quais só um se mantém hospitalizado. Um turista chinês ficou também ligeiramente ferido.