Os militares portugueses na República Centro-Africana estiveram em combate em Bambari, cidade a 400 quilómetros da capital, Bangui, para onde foram deslocados recentemente, confirmou o Estado-Maior-General das Forças Armadas.
Estes militares, que integram a missão da ONU no país (MINUSCA, na sigla em inglês), “estiveram cinco horas em combate direto com elementos do grupo armado ex-Seleka UPC (União para a Paz na República Centro-Africana), com o objetivo de proteger civis e restabelecer a paz, entrepondo-se entre o grupo opositor e a população civil indefesa”.
Pelo menos dois polícias morreram hoje devido ao ataque do UPC, um dia depois de a violência em Bangui ter provocado outras seis vítimas mortais. No hospital dos Médicos Sem Fronteiras em Bambari foram assistidas três dezenas de feridos por balas.
O grupo armado mencionado recorreu, na sua ofensiva, a “armamento pesado, em demonstração de capacidade de controlo do comércio local, colocando civis no fogo cruzado durante o confronto com as Forças Armadas centro-africanas (FACA)”, segundo o EMGFA.
Para já, o objetivo de proteger a região foi cumprido. É isso que explica o porta-voz do Estado Maior General das Forças Armadas, o comandante Pedro Coelho Dias.
Por agora não há registo de feridos do lado da força portuguesa. Estão destacados perto de 180 militares paraquedistas portugueses.
A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por vários grupos juntos na designada Séléka (que significa coligação na língua franca local), o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.
O conflito neste país, com o tamanho da França e uma população que é menos de metade da portuguesa (4,6 milhões), já provocou 700 mil deslocados e 570 mil refugiados, e colocou 2,5 milhões de pessoas a necessitarem de ajuda humanitária.