Foto: Pavel Golovkin - EPA
Em declarações ao Jornal da Tarde da RTP sobre a decisão britânica de retirar Portugal da "lista verde", o ministro dos Negócios Estrangeiros assume que continua sem compreender os critérios que sustentaram a resolução de Londres.
"O trabalho que temos pela nossa frente é de ajudar os nossos amigos britânicos a perceberem melhor que a situação pandémica em Portugal é bastante razoável", sublinhou.
"Hoje, o argumento que usam é um argumento de irrelevância estatística", afirmou.
Questionado sobre esta decisão poucos dias depois da final da Liga dos Campeões, que juntou vários adeptos de duas equipas inglesas no Porto, o ministro recusa-se a comentar "teorias mais ou menos conspirativas".
Augusto Santos Silva destaca que "Portugal é um país seguro", até pela sustentada "melhoria da situação" da pandemia no país.
O ministro diz entender a "cautela" do Governo britânico. "Mas tenho dois reparos a fazer-lhes com toda a amizade", adianta.
"Temos de ter respeito pelas pessoas, as pessoas têm de ter informação que torne previsível o que vai acontecer nas próximas semanas e meses", aponta o governante.
Em segundo lugar, Augusto Santos Silva aponta: "Temos de ter consciência que a crise provocou crise económica profundíssima", sendo que ainda não há uma estimativa do impacto que esta decisão vai ter, mesmo que dure apenas três semanas.
Por fim, o ministro recordou as palavras do Presidente da República, que na quinta-feira apontou para os perigos dos fundamentalismos e extremismos no que à pandemia diz respeito.