Um navio de carga que se encontrava à derivada há mais de um ano imobilizou-se perto de Ballycotton, uma vila de pescadores em Cork, na Irlanda, com vista para o Mar céltico. O alerta foi dado pela população local, após a passagem da tempestade Dennis.
"O conselho do condado de Cork está a pedir à população que fique longe do local dos destroços, pois estão situados num local perigoso e inacessível da costa e as condições são instáveis”, afirmou o conselho local. O órgão acrescentou que os cientistas que estiveram no local não detetaram qualquer tipo de poluição.
Contudo, o conselho ordenou uma inspeção ao navio mais detalhada, esta terça-feira, por volta das 7h00. Altura em que a maré estará baixa e que “qualquer risco em relação ao petróleo, outras substâncias perigosas e poluição do navio será avaliado”.
A embarcação foi abandonada durante uma navegação entre a Grécia e o Haiti em setembro de 2018, a cerca de 2220 mil quilómetros do sudoeste das Bermudas. Incapaz de resolver o problema, a tripulação foi resgatada pela Guarda Costeira dos Estados Unidos e enviada para Porto Rico.
Segundo o gCaptain, a Guarda Costeira entrou em contato com o proprietário do navio com a finalidade de o rebocar para a costa da Guiana, o que acabou efetivamente por acontecer. Depois disso, o navio fantasma percorreu as costas americanas, africanas e europeias, terminado a viagem nas rochas da Irlanda.
Navios à deriva
Ao longo da história da navegação marítima, várias embarcações foram dadas como desaparecidas.
O navio fantasma Mary Celeste foi encontrado sem qualquer tripulante em 1872 e o destino da tripulação continua a ser um mistério. O mesmo aconteceu em 2006 com o navio tanque Jian Seng, que foi encontrado na Austrália sem tripulação e com origens pouco claras.
O caso mais recente remonta para 2016, quando uma casa de madeira flutuante deu à costa na Irlanda, após o seu criador Rick Small se ter desfeito dela. Sem ninguém saber, o barco atravessou o oceano sem qualquer tripulação a bordo.