NATO liberta barco do Iémen e piratas da Somália continuam a atacar

Os comandos holandeses da NATO libertaram uma embarcação de pesca com bandeira do Iémen, utilizada pelos piratas da Somália para conduzir ataques a outros barcos. Vinte reféns e sete piratas, que estavam armados com metralhadoras, foram libertados. Um navio belga é a última vítima dos piratas somalis no Golfo de Aden.

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A tripulação do cargueiro "Pompei" é formada por dois belgas, quatro croatas, um dinamarquês e três filipinos RTP

A operação decorreu de forma pacífica, após terem sido identificados e desarmados. "Os piratas não ofereceram resistência e não foi disparado fogo", relatou o comandante Alexandre Santos Fernandes, que dirige a Operação de Combate à Pirataria da NATO.

Os piratas foram aconselhados a regressar à embarcação-mãe, uma grada do Iémen capturada. A libertação dos piratas deve-se à inexistência de uma política marítima de detenção, explicou Santos Fernandes. Nestes casos, aplica-se a lei do país origem do navio que faz a operação. O navio holandês da NATO "apenas pode prender se os piratas forem originários da Holanda, se as vítimas forem holandesas ou se estiverem em águas holandesas", acrescentou Santos Fernandes.

Os 20 reféns, pescadores iemenitas capturados na quinta-feira, no golfo entre a Somália e o Iémen, estão de boa saúde e encontram-se a bordo da embarcação.

NATO confirma captura de navio belga

Os 10 elementos da tripulação de um navio belga foram tomados reféns por indivíduos armados. A tripulação do cargueiro "Pompei" é formada por dois belgas, quatro croatas, um dinamarquês e três filipinos.

O incidente já foi confirmado por forças da NATO destacadas para a região. O capitão Santos Fernandes referiu que um helicóptero "sobrevoou a embarcação e conformou visualmente o desvio". Ainda são desconhecidas as exigências dos piratas.

Um porta-voz do Governo belga, citado pela BBC online, refere que foi recebido, na manhã de sábado, "um alerta silencioso, para um problema a bordo". Este foi o último contacto estabelecido pela draga, que se dirige para as Seychelles. "Tentámos contactar o navio, mas sem sucesso até ao momento", disse o porta-voz.

Os piratas pretendem, segundo fonte da Agência Reuters, levar o barco para a costa.

Os piratas da Somália intensificaram os ataques nas últimas semanas. Incidentes deste tipo têm-se repetido ao largo do Corno de África, apesar do reforço das patrulhas por navios da NATO e de diversos países asiáticos. Os ataques levaram à suspensão de ajuda das Nações Unidas, aumentaram os custos com a segurança e motivaram o desvio de algumas rotas para a África do Sul.

Na semana passada decorreram duas operações de libertação de reféns, uma francesa e outra norte-americana. Estima-se que estejam reféns dos piratas da Somália 15 navios de carga e 280 tripulantes.

 

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