Número de infetados na China supera epidemia da SARS que fez 774 mortos entre 2002 e 2003

por RTP
Controlo de temperatura nos aeroportos Reuters

O número de infeções pelo novo coronavírus na China é já maior do que o da epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que matou 774 pessoas em todo o mundo. São dados oficiais que foram hoje divulgados. Há agora 5.974 casos confirmados de contaminação na China continental. Mais 1.400 do que os registados na terça-feira. O número de mortos aumentou para 132.

O vírus da SARS, que atingiu a China entre 2002 e 2003, infetou na altura 5.327 pessoas. Em todo o mundo, por causa da SARS, 774 pessoas morreram, das quais 648 na China, incluindo Hong Kong.

As autoridades oficiais de saúde chinesas avançaram já esta manhã que as infeções do coronavírus em Pequim estão a aumentar e que o risco na cidade é cada vez maior.

Nesta altura, para além de casos no território continental da China, o coronavírus já foi registado na França, Alemanha, Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Austrália e Canadá e Emirados Árabes Unidos.

O vírus provocou a morte a mais 25 pessoas na província de Hubei, na China, aumentando para 132 o número de vítimas no país devido ao surto que começou na cidade de Wuhan, que está de quarentena desde a semana passada.Europa começa a retirar cidadãos da China

Vários países já começaram o repatriamento de cidadãos de Wuhan. A União Europeia (UE) envia hoje o primeiro de dois aviões à região chinesa para repatriar 250 franceses e outros 100 cidadãos europeus que o solicitem, "independentemente da nacionalidade". O Governo português já anunciou que quer retirar por via aérea os portugueses retidos em Wuhan

Um avião fretado pelo Governo japonês transportando 216 pessoas retiradas da cidade já chegou a Tóquio.

No mesmo sentido, os EUA enviaram um avião para retirar pessoal diplomático e outros cidadãos norte-americanos de Wuhan.

O Canadá está a estudar todas as opções para repatriar os 126 canadianos que vivem na região. Vírus está a propagar-se mais rápido

As autoridades chinesas admitiram que a capacidade de propagação do vírus se reforçou.

De acordo com as autoridades de saúde, as pessoas infetadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que demora entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detetado.

Os sintomas associados à infeção são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias. British Airways suspendeu todos os voos para a China

Com a situação a piorar de dia para dia, a British Airways suspendeu todos os voos para a China continental, seguindo ordens do Reino Unido. Uma medida para evitar viagens para o país por causa do novo coronavírus.

"Suspendemos todos os voos de e para a China continental, com efeito imediato, após a recomendação do Ministério das Relações Exteriores", disse a companhia aérea britânica num comunicado enviado à Agência France Presse (AFP).

A companhia aérea finlandesa Finnair anunciou também hoje que vai suspender as rotas para Nanjing e Pequim até ao final de março.

Nos EUA, a United Airlines anunciou que vai suspender 24 voo do país para Pequim, Hong Kong e Shangai, entre os dias 1 e 8 de fevereiro, devido a uma quebra substancial na procura por estas ligações.

Pela mesma razão, a Air Canada também está a cancelar voos para a China.

E a companhia aérea de Hong Kong, a Cathay Pacific Airways, disse que vai reduzir em mais de 50 por cento os voos para a China Continental em coordenação com as diretivas governamentais.

Já a companhia aérea russa Ural Airlines, que opera para Munique, Paris e Roma, anunciou a suspensão de todos os voos para a Europa devido à disseminação do novo coronavírus (2019-nCoV).

"Devido à situação epidémica na China e com a implementação de medidas restritivas pelas autoridades chinesas e pela agência de turismo russa destinadas a turistas chineses e russos, a Ural Airlines é forçada a cancelar uma série de voos até final do inverno", anunciou a empresa à agência de notícias pública TASS.

Segundo a Ural Airlines, sediada em Ekaterinburg, nos Urais, os voos da companhia para a Europa são "tradicionalmente frequentados por grandes grupos de excursões organizadas da China".
Os turistas chineses usam extensivamente os aeroportos russos como ponto de trânsito para os países europeus.

C/ Lusa

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