Obama insta a medidas contra corrupção no Afeganistão

O presidente dos EUA afirmou, perante o homólogo afegão, que esperava o reforço da política contra a corrupção no país e progressos no sentido de uma boa governação. Barack Obama também esteve com as tropas norte-americanas, na base militar de Bagram, a quem disse que é preciso combater as “conspirações” que a al-Qaeda tem em curso para garantir a segurança da região e do mundo.

Raquel Ramalho Lopes, RTP /
Os especialistas consideram que a visita surpresa de Obama se insere no reforço da política militar americana no Afeganistão Shawn Thew, EPA

Na primeira visita ao Afeganistão enquanto presidente do Estados Unidos, Barack Obama reuniu-se com Hamid Karzai durante menos de meia hora, tendo apontado "progressos no que respeita à campanha militar contra o extremismo na região".

A corrupção e a governação eram outros temas na sua agenda. Obama sublinhou que é preciso continuar a evoluir no que respeita à "boa governação" e "aos esforços anti-corrupção", que vão "resultar num Afeganistão mais próspero, seguro e independente".

Na visita, que foi mantida em segredo por razões de segurança, Barack Obama garantiu a continuidade "da parceria entre os Estados Unidos e o Afeganistão". Apesar de falar com menor frequência com Karzai do que o seu antecessor - George W.Bush ordenou a acção militar na sequência dos atentados de 11 de Setembro às Torres Gémeas -, Obama definiu a intervenção no Afeganistão como um eixo estratégico do combate ao terrorismo.

O representante diplomático dos EUA em Cabul considerava que o actual presidente "não é o parceiro estratégico adequado". O pior momento das relações entre os dois gabinetes foi registado durante a campanha eleitoral para as presidenciais de Agosto e que culminou com a recondução de Karzai, apesar das acusações de fraude.

Obama promete combate a Al-Qaeda

Obama voou, depois, de helicóptero até à base militar de Bagram, onde fez questão de lembrar as razões da missão no Afeganistão com os aliados da NATO. "Conspirações contra a nossa pátria, contra os nossos aliados, contra os povos afegão e paquistanês, estão a decorrer neste preciso momento. E se esta região recuar, se os taliban recuperarem este país, e a al-Qaeda puder agir com impunidade, mais vidas americanas estarão em risco. O povo afegão perderá a sua oportunidade de alcançar progresso e prosperidade e o mundo ficará significativamente menos seguro", afirmou.

Antes, Obama havia referido que os EUA decidiram travar porque no dia 11 de Setembro de 2001 sofreram um "ataque cruel", que vitimou milhares de compatriotas. "Esta é uma região onde os autores desse crime, a al-Qaeda, ainda têm a sua liderança".

Sem aludir às críticas de ter estado demasiado afastado da zona de guerra, Obama sublinhou aos soldados que os seus "serviços são absolutamente necessários, absolutamente essenciais para a segurança" dos EUA e que "não já visita que considere mais importante do que esta que vos estou a fazer".

Obama quer ter no território 100 mil homens até ao Verão e mandou recrutar mais 30 mil já em Março. No Afeganistão já morreram mais de 900 soldados dos Estados Unidos.

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