Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

por Mariana Ribeiro Soares, Andreia Martins - RTP

Reuters

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

Mais atualizações

00h01 - Há um uso cínico da guerra para proteger combustíveis fósseis

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, denunciou um uso "cínico" da guerra provocada pela invasão russa da Ucrânia para procurar proteger os combustíveis fósseis e travar a transição energética.

"Os interesses dos combustíveis fósseis estão a usar cinicamente a guerra na Ucrânia para assegurar um futuro com carbono elevado", lamentou Guterres em mensagem vídeo, dirigida ao grupo de peritos que criou para analisar os compromissos relativos às emissões de gases com efeito de estufa feitos por atores não estatais.

O comité, que realizou hoje a sua primeira reunião, de forma virtual, tem por objetivo definir padrões claros sobre redução a zero das emissões dos gases com efeito de estufa por parte de empresas, investidores, cidades e regiões.

Guterres entende que é fundamental assegurar que os compromissos que se têm anunciado sejam "ambiciosos e credíveis".

(agência Lusa)

23h01 - Kiev pede no Conselho de Segurança justiça por crimes de tropas russas

A vice-ministra das Relações Exteriores ucraniana, Emine Dzhaparova, apelou hoje no Conselho de Segurança a que as relações com a Rússia não sejam reatadas antes de ser feita justiça pelos crimes das tropas russas em solo ucraniano.

"Cada um dos soldados que cometeu atrocidades deve ser levado à justiça. Aqueles que violaram meninas e lhes partiram os dentes, aqueles que mataram ciclistas, aqueles que fuzilaram pessoas na fila do pão, destruíram maternidades. Estas pessoas têm caras e nomes e devem ser levadas à justiça", apelou Emine Dzhaparova.

"Quando o Presidente russo, Vladimir Putin, cair - e ele vai cair -, não podemos restaurar relações com a Rússia sem que seja feita justiça", acrescentou, numa reunião do Conselho de Segurança denominada "Garantir a responsabilização pelas atrocidades cometidas na Ucrânia".

No mesmo sentido, vários diplomatas junto da ONU pediram a responsabilização criminal de cada militar que cometeu atrocidades na Ucrânia, como violações sexuais ou homicídios arbitrários.

(agência Lusa)

22h00 - Fortes explosões sentidas na cidade de Kherson

A Ucrânia disparou três rockets no centro da cidade de Kherson, no sul da Ucrânia, na noite de quarta-feira, mas as forças de ocupação russas destruíram dois deles, segundo avança a agência de notícias russa RIA.

Um correspondente da agência tinha reportado anteriormente uma série de fortes explosões na cidade ocupada pelos russos, que terão ocorrido perto da estação de televisão.

21h50 - Ciberataques. Conselheira da NATO avisa que é preciso temer a Rússia

Cecilia Bonefeld-Dahl, conselheira da NATO para tecnologias disruptivas e diretora da Digital Europe, avisa que é preciso temer a Rússia e que a campanha de ciberataques não pode ser menosprezada.

Em entrevista exclusiva à RTP, a diretora da principal associação da indústria de tecnologia digital na Europa considerou que a guerra na Ucrânia está para durar e cita o exemplo do ataque informático a um hospital português como uma violação de soberania.
A reportagem do é do correspondente da Antena 1 nos Estados Unidos, João Ricardo de Vasconcelos.

21h22 - PR espera que abertura de corredores humanitários tenha "pernas para andar"

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse hoje que espera que a ideia de abrir alguns corredores humanitários na Ucrânia tenha "pernas para andar" após o encontro entre António Guterres e Volodymyr Zelensky.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e o presidente ucraniano reúnem-se na quinta-feira, em Kiev, depois de o português se ter encontrado com o presidente russo, Vladimir Putin, na terça-feira, em Moscovo, para mediar o conflito.

"O próprio secretário-geral foi cuidadoso, baixou as expectativas dizendo que era difícil convencer Putin, mas que persistia com a ideia de ser possível abrir pelo menos alguns corredores humanitários, que é dramático em certas áreas da Ucrânia, como Mariupol e zonas muito sensíveis. Vamos ver se, depois do encontro com o presidente Zelensky, essa ideia tem pernas para andar ou não", expressou o chefe de Estado aos jornalistas.

À margem da receção à Missão Portuguesa aos Jogos Surdolímpicos, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que "há um jogo de palavras nestas situações militares, em que o que se diz é para produzir efeito dos vários lados", considerando que este processo de Guterres é "discreto, difícil e que exigirá muito por parte do secretário-geral da ONU".

Enquanto "um pretende certos objetivos no terreno e conquistá-los rapidamente", o outro "está a defender o seu país e a integridade territorial, não querendo obviamente perder fatias do território", num diálogo entre "duas posições tão opostas", apontou.

"É muito importante perceber-se qual é o estado de espírito. Assim como o secretário-geral da ONU foi muito claro a dizer que era difícil convencer Putin, agora vamos ver o que ele diz, se é fácil ou difícil convencer o presidente Zelensky. Cada um deles, como diz o povo português, puxa a brasa à sua sardinha", realçou Marcelo Rebelo de Sousa.

(agência Lusa)

21h06 - Milhares de ucranianos estão a fugir do Sul do país para a Moldova

A ofensiva russa no sul da Ucrânia está a provocar mais um êxodo em massa. Milhares de pessoas estão a fugir para oeste em direção à Moldova.

Os enviados-especiais da RTP ao sul da Ucrânia, António Mateus e Rodrigo Lobo, dirigiram-se para o setor da frente de combate.


20h45 - Kremlin acusa Ucrânia de atacar alvos militares em território russo

A Rússia denunciou ataques a alvos militares e logísticos em território russo em Belgorod e Briansk feitos a partir de território ucraniano, com drones fornecidos pelas autoridades turcas ou pelos aliados ocidentais.
Este facto levou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia a ameaçar recorrer às armas nucleares e a falar de uma Terceira Guerra Mundial.

20h23 - Suspeitas de mais valas comuns em Bucha

Os corpos terão sido sepultados pelos próprios moradores de uma aldeia que quase desapareceu do mapa. Os enviados-especiais da RTP a Kiev, Hélder Silva e André Mateus Pinto, visitaram a vila de Horenka.


19h58 - UE aconselha países a não pagarem em rublos pelo gás russo

A Comissão Europeia está a aconselhar os países da União Europeia a manterem o euro ou o dólar nos contratos de gás existentes com a Rússia e a não pagarem pelo gás em rublos, disse o chefe de política energética Kadri Simson, esta quarta-feira.

"Há uma orientação clara para as empresas respeitarem os contratos existentes e não concordarem com pagamentos em rublos", disse Simson numa reunião entre os Estados Unidos e a UE.

19h23 - Ucrânia espera “semanas extremamente difíceis”

A Ucrânia disse esperar "semanas extremamente difíceis" contra o exército russo, que "já acumulou forças para uma grande ofensiva no leste" do país.

“Temos semanas extremamente difíceis pela frente”, alertou o ministro ucraniano da Defesa, Oleksiy Reznikov, em comunicado, pedindo aos ucranianos “resiliência e união” após mais de dois meses de conflito com a Rússia.

"Infelizmente, ainda vamos perder soldados antes de vencer", acrescentou, ao considerar que "haverá mais destruição e mais feridos".

Segundo referiu, o exército russo "já consciente da sua derrota, vai tentar infligir os maiores sofrimentos possíveis" aos soldados ucranianos, a quem exortou para "aguentarem o golpe".

Pouco antes, o exército ucraniano tinha reconhecido um avanço das forças russas no leste do país, com o controlo de diversas localidades na região de Kharkiv e no Donbass.

Em 18 de abril, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou o início da ofensiva russa no leste do país, onde uma parte permanece sob controlo dos separatistas russófonos desde 2014, e que agora constitui o objetivo prioritário de Moscovo.

"A concretização dos acordos [com países estrangeiros], a formação e a deslocação da logística levam um certo tempo", lamentou Reznikov, apesar de se congratular pelo "aumento da ajuda [militar] à Ucrânia".

18h54 - UE concorda em suspender todos os direitos sobre as exportações ucranianas para a Europa

“A Comissão Europeia concordou em remover todos os direitos e quotas sobre as exportações ucranianas por um ano, bem como suspender as tarifas antidumping”, anunciou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no Telegram.

Zelensky agradeceu à Comissão Europeia, sublinhando que “neste momento, isso nos permitirá manter a atividade económica máxima na Ucrânia, a nossa produção nacional”.

Em comunicado, o executivo comunitário anunciou a proposta, explicando que “constitui um gesto de apoio sem precedentes para um país em guerra”, prevendo, além da suspensão dos direitos sobre as importações da UE na Ucrânia, a cessação também por um ano de “todas as medidas antidumping e de salvaguarda da UE em vigor sobre as exportações de aço ucraniano”.

De acordo com a instituição, “esta medida de grande alcance foi concebida para ajudar a impulsionar as exportações da Ucrânia para a UE”, visando “aliviar a difícil situação dos produtores e exportadores ucranianos face à invasão militar da Rússia”.

A proposta hoje apresentada pela Comissão Europeia precisa agora de ser considerada e aprovada pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da UE.

18h42 - Canadá sanciona 203 pessoas relacionadas com Donetsk e Lugansk

O Canadá reforçou hoje a sua campanha de sanções à Rússia pela invasão da Ucrânia, impondo novas medidas a 203 pessoas envolvidas na criação das chamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, no leste do território ucraniano.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros canadiano indicou num comunicado que as pessoas sancionadas são 11 altos funcionários e 192 membros dos governos populares das duas regiões independentistas que “são cúmplices das violações pelo regime russo da soberania e integridade territorial da Ucrânia”.

O Governo canadiano recordou que a Rússia tentou anexar zonas da região do Donbass, onde se situam as regiões de Donetsk e Lugansk, em violação do direito internacional.

A ministra dos Negócios Estrangeiros, Mélanie Joly, afirmou que o Canadá não permanecerá impassível perante as tentativas do Presidente russo, Vladimir Putin, e dos seus aliados de alterar as fronteiras da Ucrânia.

Desde que a Rússia ocupou a península ucraniana da Crimeia, em 2014, o Canadá impôs sanções a mais de 1.400 pessoas e entidades russas, ucranianas e bielorrussas.

O anterior pacote de sanções canadiano à Rússia foi aprovado a 19 de abril e incluiu duas filhas de Putin e mais 12 pessoas próximas do Presidente russo, entre oligarcas e seus familiares.

(agência Lusa)

18h26 - Polónia anuncia medidas legais contra a Rússia por corte de gás

O Presidente polaco, Andrzej Duda, disse hoje que o seu país acolheu "tranquilamente" o corte de gás natural russo e anunciou que as empresas afetadas pela "violação de contratos" agirão judicialmente contra a Rússia.

"Recebemos a notícia (da interrupção do fornecimento) com tranquilidade", explicou Duda, de visita a Praga, onde se encontrou como o seu homólogo da República Checa, Milos Zeman.

A empresa estatal russa Gazprom anunciou hoje que cortou o fornecimento de gás à Polónia e à Bulgária, por estes países não pagarem as faturas em rublos, como exige Moscovo em resposta às sanções ocidentais.

"Posso garantir aos meus compatriotas que usam gás para aquecimento, ou para cozinhar, que a situação de ficarem sem gás não vai acontecer", disse o Presidente polaco.

Duda aludiu ainda ao facto de o problema do corte de abastecimento dever ser resolvido "no quadro da cooperação na União Europeia (UE), onde funcionam as interligações", sublinhando que as empresas de energia polacas irão acionar "medidas legais contra a violação de contratos pela Rússia".

Duda reiterou também a intenção de o seu país acabar com a dependência dos combustíveis fósseis russos, tanto petróleo como gás.

"Esperamos poder terminar o gasoduto que liga a Noruega à Polónia", explicou o Presidente polaco.

(agência Lusa)

18h08 - Ameaça nuclear deve ser “completamente impensável nas nossas sociedades”, diz Guterres

Questionado ainda por jornalistas portugueses em Kiev sobre as recentes declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia sobre o risco de um eventual conflito nuclear, António Guterres disse não crer que as palavras de Sergey Lavrov constituam uma “ameaça nuclear”.

“Creio que ele não fez uma ameaça”, respondeu o secretário-geral da ONU, acrescentando que “todos nos temos de trabalhar para que uma hipótese dessas seja completamente impensável nas nossas sociedades”.

O secretário-geral da ONU reiterou que a sua organização continua empenhada em conseguir encontrar uma solução pacífica para o conflito na Ucrânia, repetindo que, para as Nações Unidas, "não há qualquer dúvida que se trata de uma invasão injustificada".

Sobre o `timing` da sua visita a Moscovo e a Kiev, que tem sido criticada por vários analistas, Guterres esclareceu que, na sua perspetiva, esta foi "a melhor ocasião" para conversar com os presidentes russo, Vladimir Putin, com quem conversou na terça-feira, e ucraniano, Volodymyr Zelensky, com quem se encontrará na quinta-feira.

Guterres explicou ainda que não está "excessivamente preocupado" pelo facto de a ONU não ter sido envolvida nas negociações políticas, atribuindo esse fator à indisponibilidade da Rússia em aceitar essa intermediação.

17h20 - António Guterres aponta para sexta-feira a operação de retirada de civis de Mariupol

Questionado por jornalistas portugueses sobre quando haverá condições para a retirada de civis da fábrica de Azovstal, o último reduto dos combatentes ucranianos na cidade portuária de Mariupol, António Guterres afirmou que o objetivo seria avançar com a evacuação na próxima sexta-feira.

“O nosso objetivo é sexta-feira. Mas não posso garantir porque estamos ainda a discutir as modalidades”, disse o secretário-geral da ONU, sublinhando que “é preciso que as condições sejam criadas para assim o fazermos”.

“Esta evacuação é particularmente delicada”, disse Guterres, salientando que existem “pessoas que estão dentro de uma fortaleza subterrânea em condições verdadeiramente dramáticas”, referindo-se à fábrica de Azovstal.

“Mas há aqui um problema de confiança. Confiança das pessoas, de que podem sair, e confiança de que isto não é utilizado indevidamente por outros atores. Esta operação tem de ser feita com muita delicadeza”, acrescentou.
Guterres adiantou que “neste momento estão a decorrer negociações entre as Nações Unidas, o CCR, o Ministério da Defesa russo e aqui também as autoridades ucranianas, no sentido de ver as modalidades concretas para a evacuação”.

“Esta operação é em relação a Azovstal, e esperamos que se encontre uma solução de acordo entre todos para que se possa realizar uma operação humanitária que tem um valor extraordinário. Imaginem o que é um conjunto de mulheres e crianças em bunkers, no escuro, desprovidos de tudo, e no meio de uma guerra. É a prioridade das prioridades”, sublinhou Guterres, que viajou esta quarta-feira para Kiev.

O secretário-geral da ONU confirmou ainda que após a sua visita de terça-feira a Moscovo “houve um princípio de acordo” com o presidente russo, Vladimir Putin, “e ficou acordado que os detalhes [da evacuação de Azovstal] seriam discutidos nestas reuniões”.

16h57 - António Guterres já chegou à Ucrânia

O líder das Nações Unidas já chegou à Ucrânia. António Guterres tem uma reunião marcada para amanhã, quinta-feira, com o presidente Volodymyr Zelensky, em Kiev, para onde viajou de automóvel. O secretário-geral da ONU fez uma longa viagem desde Cracóvia, na Polónia, até Kiev. São perto de 900 quilómetros, ou seja, onze horas de viagem de carro.

Guterres confirmou que estava em território ucraniano através de uma publicação na rede social Twitter.

“Cheguei à Ucrânia depois de visitar Moscovo. Continuaremos o nosso trabalho para expandir o apoio humanitário e garantir a retirada de civis das zonas de conflito. Quanto mais cedo esta guerra terminar, melhor – pelo bem da Ucrânia, da Rússia e do mundo”, escreveu António Guterres no Twitter.

16h30 - Rússia expulsa três diplomatas noruegueses e oito japoneses

A Rússia anunciou hoje a expulsão de oito diplomatas japoneses e três noruegueses, em resposta a uma decisão semelhante tomada recentemente pelos dois países contra diplomatas russos, na sequência da ofensiva russa na Ucrânia.

De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, a expulsão dos diplomatas noruegueses foi comunicada ao embaixador, Rune Resaland, que foi hoje convocado ao ministério para lhe ser dito que a "política hostil" de Oslo está a prejudicar seriamente as relações bilaterais.

Moscovo considerou "infundada" a expulsão dos seus diplomatas da Noruega, anunciada a 06 de abril, e criticou a ajuda militar prestada pelo Governo do país nórdico à Ucrânia e a conivência com "os crimes praticados pelos nacionalistas ucranianos contra a população civil de Dombass".

O ministério russo considerou também que "Tóquio adotou uma postura antirrussa abertamente hostil" desde o início da ofensiva militar na Ucrânia, a 24 de fevereiro e acusou as autoridades japonesas de incitar uma histeria contra os russos cuja "apoteose foi a expulsão de oito diplomatas russos", no início de abril.

"Tendo em vista o princípio da reciprocidade, a Rússia pediu a oito colaboradores diplomáticos japoneses para deixarem o país até 10 de maio", adiantou.

A Rússia já tinha anunciado na terça-feira que iria expulsar 40 diplomatas alemães como medida de retaliação contra uma posição semelhante daquele país europeu e na semana passada expulsou 36 diplomatas belgas e holandeses.

Nas últimas semanas, muitos outros países europeus, incluindo Portugal, França, Itália e Espanha expulsaram centenas de diplomatas russos, sobretudo depois de serem conhecidas as imagens da cidade de Bucha (nos arredores da capital ucraniana, Kiev), onde foram encontrados dezenas de corpos nas estradas ou em valas comuns, alguns com as mãos atadas atrás das costas, depois de as tropas russas abandonarem a zona.

Em alguns casos, as expulsões foram oficialmente justificadas com a invasão da Ucrânia pelas forças russas e os abusos de que são acusadas, noutras foram acompanhadas de acusações de espionagem.

Moscovo prometeu responder a cada uma das expulsões.

(agência Lusa)

16h17 - ONU confirma 2.787 civis mortos e 3.152 feridos na Ucrânia

A ONU confirmou hoje que pelo menos 2.787 civis morreram e 3.152 ficaram feridos na guerra da Ucrânia, 63 dias após o início da invasão russa, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores.

Das vítimas mortais confirmadas pelo Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), 202 são crianças, e há também 302 crianças entre os feridos, de acordo com as estatísticas diariamente atualizadas.

O organismo internacional, dirigido pela Alta-Comissária Michelle Bachelet, insiste que a maioria das vítimas civis morreram ou ficaram feridas devido ao uso de explosivos, incluindo projéteis lançados por artilharia pesada, sistemas de lançamento múltiplo de ‘rockets’, mísseis e bombardeamentos aéreos.

A ONU teme que os números de vítimas da guerra na Ucrânia, que entrou hoje no seu 63.º dia, aumentem consideravelmente quando houver maior acesso a cidades cercadas ou sob intensos combates.

(agência Lusa)

15h58 - Comandante de Mariupol diz que há mais de 600 feridos na fábrica de Azovstal

Um comandante ucraniano na cidade sitiada de Mariupol fez um apelo urgente num vídeo publicado na sua página no Facebook, afirmando que há mais de 600 civis e combatentes feridos na siderúrgica Azovstal.

Serhiy Volyna, comandante interino da 36ª Brigada de Fuzileiros Navais, disse que não há medicamentos nem condições de tratamento para os feridos, acrescentando que centenas de civis, incluindo crianças, vivem em condições insalubres, sem comida e água.

Volyna emitiu um apelo urgente para a retirada de tropas e de civis de Mariupol.


15h32 - Putin promete uma "resposta rápida como um relâmpago" a qualquer interferência estrangeira na Ucrânia

O presidente russo, Vladimir Putin, alertou esta quarta-feira que quaisquer países que tentarem interferir na Ucrânia enfrentarão uma resposta "relâmpago" por parte da Rússia.

"Se alguém de fora tentar intervir na Ucrânia, a nossa resposta será rápida como um relâmpago", disse Putin a deputados em São Petersburgo.

"Temos todas as ferramentas [para responder] das quais ninguém se pode gabar. E não nos vamos gabar delas, vamos usá-las se necessário. E quero que todos o saibam", alertou o presidente russo, referindo-se ao novo míssil hipersónico, já testado, com capacidade para atingir território da Europa ocidental e dos Estados Unidos.

O líder russo adiantou que todas as decisões sobre como Moscovo reagiria nessa situação já foram tomadas, mas não deu mais detalhes.

O líder do Kremlin voltou a acusar o Ocidente de transformar a Ucrânia numa "anti-Rússia" e de pressionar Kiev a combater com o seu vizinho do norte; de atacar a anexada península da Crimeia e a região do Donbass; de possuir armas nucleares e ter em funcionamento laboratórios para produção de armas químicas e biológicas.

"Por isso, a nossa reação perante esses cínicos planos foi correta e oportuna", defendeu, referindo-se à "operação militar especial" iniciada pelas tropas russas há dois meses na Ucrânia.

Putin garantiu ainda que todos os objetivos definidos na campanha militar em curso serão cumpridos, o que inclui a segurança dos russos e dos habitantes das repúblicas de Donetsk e Lugansk, no leste do território ucraniano, cuja independência foi reconhecida por Moscovo.

O Ministério russo da Defesa também alertou na terça-feira para a possibilidade de uma “resposta proporcional” imediata caso o Reino Unido continue a “provocação direta” contra Moscovo. O alerta russo seguiu-se às declarações do ministro britânico das Forças Armadas, que afirmou que os ataques ucranianos em solo russo contra locais de importância logística são “completamente legítimos”.

15h01 - MNE britânica vai pedir fornecimento de caças à Ucrânia

A BBC revela esta quarta-feira que a secretária britânica dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, vai pedir ao Reino Unido e a outras potências ocidentais que enviem caças para a Ucrânia num discurso esta noite, a partir de Londres.

A responsável irá enfatizar que o Ocidente deve estar "preparado para o longo prazo" e para "duplicar o apoio" a Kiev na defesa contra a agressão russa.

"Se Putin for bem-sucedido, haverá mais miséria incalculável por toda a Europa e consequências terríveis em todo o mundo. Nunca mais nos sentiríamos seguros".

Esta será uma das ideias defendidas pela governante no discurso de hoje, avança a BBC.

Desde o início do conflito, há mais de dois meses, Kiev tem apelado aos países aliados que forneçam armamento pesado, como aviões e tanques.

14h56 - Mais de 5,3 milhões de refugiados

Mais de 5,3 milhões de ucranianos fugiram do país desde o início da invasão da Rússia, a 24 de fevereiro. A ONU prevê que o número chegue aos 8,3 milhões até ao final do ano.

Segundo os dados mais recentes revelados hoje pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados (ACNU), 5.317.219 ucranianos já deixaram o país. Nas últimas 24 horas, foram mais 52.452 pessoas que abandonaram o país.

Neste que é o maior fluxo de refugiados desde a II Guerra Mundial, cerca de 90 por cento destas pessoas que fugiram do país são mulheres e crianças.

Para além dos refugiados, há mais de 7,7 milhões de deslocados internos, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações.

14h50 - Pagamento de gás à Rússia em rublos "viola sanções" aplicadas pela UE

A presidente da Comissão Europeia sublinhou esta quarta-feira que o pagamento de gás russo em rublos é uma violação das sanções aplicadas pela União Europeia à Rússia, na sequência da invasão da Ucrânia.

"Se não está previsto nos contratos [para compra de energia à Rússia] o pagamento em rublos, é uma violação das nossas sanções", disse Von der Leyen, em declarações à imprensa.

A líder do executivo comunitário esclareceu ainda que "a decisão da Rússia de pedir pagamentos em rublos é unilateral e as empresas que têm contratos [com fornecedores russos] não devem ceder a estas exigências".

"Tal seria uma violação das sanções e um grande risco para as empresas", salientou também, respondendo a uma questão sobre dez Estados-membros que terão acedido a pagar em rublos o fornecimento de gás.

Ursula von der Leyen assegurou também que a União Europeia está a trabalhar há meses para acabar com a sua dependência energética da Rússia "de uma vez por todas".

(agência Lusa)

14h44 - Bombardeamento em hospital de Sievierodonetsk faz pelo menos uma vítima mortal, diz a Ucrânia

De acordo com o governador regional de Lugansk, Serhiy Gaidai, pelo menos uma mulher morreu num bombardeamento russo num hospital da cidade de Sievierodonetsk, no leste da Ucrânia.

"Os russos sabiam que o hospotal não estava vazio, havia pacientes em diferentes condições, com médicos, e isso não os impediu", referiu o responsável local no Telegram.

O hospital visado é um dos poucos que ainda funciona naquele território, adianta a agência Reuters.

Os vídeos publicados pelo governador no Telegram mostram os escombros de parte do hospital, com camas hospitalares e aparelhos médicos.

14h27 - Guterres só chega a Kiev a 19h30 (hora local). Secretário-geral da ONU vai dar conferência à imprensa portuguesa

De acordo com a informação apurada pela equipa de reportagem da RTP em Kiev, a comitiva do secretário-geral das Nações Unidas só deverá chegar à capital ucraniana pelas 19h30 (hora local, 17h30 em Portugal Continental).

A conferência de imprensa, que será dada em exclusivo aos órgãos de comunicação social portugueses, começa pelas 20h00 (hora local).

14h18 - Preço do gás subiu mais de 10 por cento após cortes à Polónia e Bulgária

O preço do gás natural para entrega em mercado holandês subiu mais de 10 por cento após o corte de fornecimento à Polónia e Bulgária pela Rússia.

Segundo dados do mercado citados pela Efe, o gás natural TTF custava 108,8 euros por megawatt/hora (MWh), 10,79 por cento acima do preço registado no encerramento da sessão anterior.

Outros países consumidores de gás vindo da Rússia, como a Alemanha e a Áustria, indicaram que o abastecimento continua estável e que não foi afetado.

13h50 - Zelensky convidado pela Indonésia para participar na cimeira do G20

No Twitter, o presidente ucraniano revelou hoje que foi convidade pela Indonésia a participar na cimeira do G20. O encontro acontece naquele país do sudeste asiático no final deste ano.

"Conversei com o presidente Joko Widodo. Agradeci pelo apoio à soberania e integridade territorial da Ucrânia, em particular por uma posição clara na ONU. Foram discutidas questões de segurança alimentar. Agradeço ter sido convidado para a cimeira do G20", afirmou Volodymyr Zelensky.

Há poucos dias, a Indonésia confirmava que a Rússia estaria presente na próxima reunião e que o convite ao presidente russo, Vladimir Putin, se mantinha inalterado.


13h39 - Kherson. Tropas russas dispersaram manifestantes com gás lacrimogéneo

Hanna Liubakova, jornalista bielorrussa, adianta que pelo menos quatro pessoas ficaram feridas na sequência de um protesto de cidadãos ucranianos na cidade de Kherson, ocupada pelas tropas russas.

De acordo com a repórter, uma mulher de 71 anos sofreu danos graves num pulmão e queimaduras no peito, enquanto um homem de 50 anos ficou com uma fratura exposta numa perna. Outros dois homens sofreram queimaduras nos olhos, adianta.

Na terça-feira, o Ministério russo da Defesa disse que o exército "libertou" toda a região de Kherson, no sul da Ucrânia.

13h31 - Quatro compradores europeus de gás russo pagaram em rublos

De acordo com a Bloomberg, a exigência russa de pagamento de gás em rublos levou dez compradores europeus de gás a abrirem contas na Gazprombank. Quatro deles já pagaram fornecimentos na moeda russa, indica a Gazprom.

A informação foi confirmada após a suspensão de fornecimento à búlgara Bulgagraz e à polaca PGNiG, mas não houve indicação sobre quem são estes países compradores.

13h23 - Varsóvia acusa Moscovo de "ataque direto" contra o país com corte no fornecimento de gás

O primeiro-ministro polaco Mateusz Morawiecki classificou hoje a decisão da Gazprom como "um ataque direto" contra o país.

Num discurso na câmara baixa do Parlamento polaco, o chefe de Governo salientou que a Rússia ultrapassou os limites do "imperialismo do gás" e acusou Moscovo de atacar a economia europeia.

"A Rússia não está apenas a realizar um ataque brutal e assassino contra a Ucrânia, mas também atacou toda a segurança energética e alimentar da Europa", considerou.

Referiu ainda que a Polónia "não irá precisar do gás russo" e que irá lidar com a "chantagem" de Moscovo, que diz ser "uma pistola apontada à cabeça", de uma forma "que não afete os polacos".

13h10 - Rússia alerta que poderá cortar gás natural a outros países da União Europeia

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov alertou esta quarta-feira que Moscovo poderá cortar o fornecimento de gás natural russo a outros países europeus, caso se recusem a pagar em rublos.

Em resposta aos jornalistas, o porta-voz sublinha que a Rússia "foi e continua a ser um fornecedor confiável de recursos energéticos para os consumidores" que "continua comprometida com as obrigações contratuais".

"Quando os prazos de pagamento se aproximarem, se alguns consumidores se recusarem a pagar sob o novo sistema, então o decreto do presidente será aplicado", acrescentou Dmitry Peskov.

A Gazprom anunciou hoje a suspensão no abastecimento à Bulgária e à Polónia, uma vez que os países deixaram de pagar o gás em rublos, tal como foi exigido pelo presidente russo.

No final de março, Vladimir Putin assinou um decreto que previa a obrigatoriedade de pagamento do gás russo em rublos a partir de 1 de abril.

12h52 - Boris Johnson diz que sanções a deputados britânicos são "distintivos de honra"

O primeiro-ministro britânico disse esta quarta-feira que as sanções contra 287 deputados britânicos devem ser consideradas como "um distintivo de honra".

A Rússia impôs esta quarta-feira restrições a 287 parlamentares britânicos que passam a estar proibidos de entrar no país, acusando-os de alimentar "histeria russofóbica injustificada".

O MNE russo indica que as sanções contra os membros da Câmara dos Comuns surgem em resposta contra sanções semelhantes impostas a 11 de março contra 386 membros da Duma, a câmara baixa do parlamento russo.

12h30 - António Guterres chega esta tarde a Kiev, às 18h30 (hora local)

Está previsto que o secretário-geral da ONU se encontre com o presidente ucraniano amanhã, depois de esta terça-feira ter estado na Rússia, em reunião com Putin.

Guterres deverá falar aos jornalistas depois da chega a Kiev.

11h55 - O essencial da informação a esta hora

  • “Chantagem” do gás. A Gazprom anunciou esta quarta-feira a suspensão de todas as entregas de gás para a Polónia e Bulgária. Garantiu que os dois países membros da União Europeia não fizeram os pagamentos devidos em rublos. Em resposta, a Comissão Europeia condenou Moscovo e considerou que a Rússia está a usar o gás “como instrumento de chantagem”, o que Moscovo já veio negar. Ursula von der Leyen garantiu que a União Europeia tem planos de contingência para o efeito e assegurou a solidariedade dos restantes Estados-membros para com os países afetados.

  • Ataque na Rússia. Ocorreram esta quarta-feira várias explosões na cidade russa de Belgorod, perto da fronteira da Ucrânia. De acordo com as autoridades locais, as explosões foram provocadas por um incêndio num depósito de munições perto da vila de Staraya Nelidovka, a cerca de 40 quilómetros da fronteira com a Ucrânia, e não provocaram feridos ou danos em edifícios residenciais. A Ucrânia não reconheceu qualquer papel neste ataque, mas um assessor presidencial de Zelensky considerou que as explosões foram “karma” e “vingança” pela guerra.

  • Provocação de Londres a Moscovo. O Ministério russo da Defesa alertou na quarta-feira para a possibilidade de uma “resposta proporcional” imediata caso o Reino Unido continue a “provocação direta” contra Moscovo. Ontem, o ministro britânico das Forças Armadas, indicou que os ataques ucranianos em solo russo contra locais de importância logística são “completamente legítimos”. O vice-primeiro-ministro do Reino Unido, Dominic Raab, respondeu à Rússia, afirmando que a ação de Londres é “lícita”. “Os Estados têm o direito a fornecer apoio militar a qualquer Estado que exerça o direito de defesa legal contra uma invasão agressiva", considerou.

  • Armas ocidentais “destruídas”. O Ministério russo da Defesa anunciou esta quarta-feira a destruição de um depósito de armas em Zaporizhzhia com armas entregues pelos Estados Unidos e países europeus. Moscovo adiantou ter destruído “uma grande quantidade” de armas entregues a Kiev.

  • “Disparos” na Transnístria. As autoridades da Transnístria, região separatista pró-Rússia situada na Moldova, indicou esta quarta-feira que foram registados vários disparos a partir da Ucrânia em direção a uma vila perto de um grande depósito de munições. De acordo com o Ministério do Interior da Transnístria, foram também detetados "vários drones" junto à vila de Kolbasna, na região de Rybnitsa, lançados a partir da Ucrânia. A Moldávia e a Ucrânia têm alertado para o perigo de disseminação do conflito para o território separatista.

11h51 - Rússia rejeita "chantagem" sobre a Polónia e Bulgária com interrupção de abastecimento de gás

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, rejeitou esta quarta-feira as acusações de que Moscovo tenha usado o fornecimento de gás natural como "ferramenta de chantagem", tal como acusou a União Europeia.

Peskov garantiu que a Rússia é um fornecedor confiável de energia e que não está a fazer qualquer tipo de chantagem com esta decisão. 

11h44 - MNE russo proíbe entrada de 287 parlamentares britânicos na Rússia

A Rússia impôs esta quarta-feira restrições a 287 parlamentares britânicos que passam a estar proibidos de entrar no país, acusando-os de alimentar "histeria russofóbica injustificada".

O MNE russo indica que as sanções contra os membros da Câmara dos Comuns surgem em resposta contra sanções semelhantes impostas a 11 de março contra 386 membros da Duma, a câmara baixa do parlamento russo.

11h13 - Rússia prevê queda do PIB até 12,4%

Um documento do Ministério russo da Economia prevê que a economia russa possa contrair até 12,4 por cento em 2022. A previsão está em linha com a do ex-ministro das Finanças, Alexei Kudrin, que admitia há algumas semanas que a economia russa poderia cair mais de 10 por cento.

A verificar-se, este será o maior declínio do Produto Interno Bruto (PIB) desde 1994, um reflexo da pressão efetuada pelas sanções económicas.

Outras consequências económicas da guerra são sentidas também ao nível da inflação: na Rússia, já ultrapassa os 17,62% e poderá subir até aos 22,6% ainbda este ano.

11h00 - Grécia vai ajudar a Bulgária após corte no abastecimento de gás

A Grécia anunciou esta quarta-feira que vai apoiar a Bulgária após o corte no fornecimento de gás por parte da Gazprom.

"O primeiro-ministro anunciou que a Grécia irá ajudar a Bulgária a lidar com a nova situação causada pelas decisões russas sobre energia", adiantou o gabinete do primeiro-ministro grego,  Kyriakos Mitsotakis.

Os dois líderes discutiram o tema numa conversa telefónica.

O chefe do Governo grego não adiantou mais detalhes sobre esta ajuda, mas a Reuters avança que Atenas poderá apoiar Sófia através de uma reversão do fluxo do gasoduto de TurkStream, que trás gás russo para a Grécia através do Mar Negro, Turquia e Bulgária.

Na sequência da suspensão de abastecimento de gás na Polónia e Bulgária, o Governo grego convocou uma reunião de emergência com representantes do setor da energia para discutir o impacto da decisão da Gazprom sobre o fornecimento de gás à Grécia.

Atenas depende em mais de 30 por cento do abastecimento de gás russo e ainda não esclareceu se fará o pagamento à Gazprom em rublos, tal como Moscovo exige.

10h41 - Assessor presidencial da Ucrânia diz que explosões na Rússia são "karma"

Um assessor presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, considerou esta quarta-feira que as explosões ouvidas em três províncias russas podem ser consideradas como "karma" e "vingança" pela guerra.

No entanto, o conselheiro não reconheceu o envolvimento da Ucrânia nestes incidentes.

"As razões para a destruição de infraestrutura militar nas áreas de fronteira russas podem ser bastante variadas", disse o conselheiro através do Telegram.

Mykhailo Podolyak afirmou ainda que, "mais cedo ou mais tarde as dívidas terão de ser pagas" quando um país decide atacar outro.

10h22 - Polónia garante abastecimento de gás com recurso a reservas

Mateusz Morawiecki, primeiro-ministro da Polónia, assegurou esta quarta-feira que o país poderá contar com as reservas de gás até ter uma nova alternativa de abastecimento. "Tentaremos estar à altura da situação neste momento difícil", frisou.

9h42 - Transnístria. Região separatista denuncia disparos a partir da Ucrânia

As autoridades da Transnístria, região separatista pró-Rússia situada na Moldova, indicou esta quarta-feira que foram registados vários disparos a partir da Ucrânia em direção a uma vila perto de um grande depósito de munições.

"Na manhã de 27 de abril, às 8h45 (hora local), foram disparados vários tiros do lado ucraniano", indicou o comunicado do governo da região separatista.

De acordo com o Ministério do Interior da Transnístria, foram também detetados "vários drones" junto à vila de Kolbasna, na região de Rybnitsa, lançados a partir da Ucrânia.

9h34 - Azovstal novamente sob ataque

O assessor do prefeito de Mariupol indicou esta quarta-feira que as forças russas voltaram a atacar a fábrica de Azovstal, o último reduto dos combatentes ucranianos na cidade portuária de Mariupol, onde continuam vários civis.

Em declarações à agência Reuters, Petro Andryushchenko também adiantou que não houve qualquer acordo entre Moscovo e Kiev para a retirada de civis.

9h06 - Comissão Europeia denuncia "chantagem" de Moscovo sobre a Europa

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, condenou a interrupção no abastecimento de gás para a Polónia e Bulgária.

"O anúncio da Gazprom da interrupção unilateral de entrega de gás a clientes na Europa é mais uma tentativa por parte da Rússia em usar o gás como instrumento de chantagem", afirmou.

Considerou ainda que o corte é "injustificável e inaceitável" e "mostra mais uma vez a falta de confiabilidade da Rússia como fornecedora de gás".

"Estamos preparados para este cenário. Estamos em estreito contacto com todos os Estados-membros. Temos trabalhado para garantir entregas alternativas e os melhores níveis de armazenamento possíveis em toda a União Europeia", afirmou a presidente da Comissão.

Ursula von der Leyen acrescentou que a União Europeia delineou planos de contingência para situações como esta e que os 27 estão a preparar uma "resposta coordenada", com recurso a parceiros internacionais para garantir fluxos alternativos.

"Os europeus podem acreditar que estamos unidos e em total solidariedade com os Estados-membros afetados por este novo desafio. Os europeus podem contar com todo o nosso apoio", frisou.

8h51 - Bulgária acusa Rússia de chantagem com o fornecimento de gás

O primeiro-ministro búlgaro, Kiril Petkov, considerou esta quarta-feira que o corte no fornecimento de gás constitui uma grave violação dos contratos.

Vincou também que a Bulgária está atualmente a rever todos os contratos do país com a Gazprom, incluindo os contratos de trânsito de gás russo para a Sérvia e para a Hungria, porque a situação de "chantagem unilateral não é aceitável".

Kiril Petkov já falou com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que assegurou uma "resposta comum" por parte do bloco europeu.

Na sequência da interrupção do abastecimento por parte da Gazprom, o ministro búlgaro da Energia procurou tranquilizar o público e garantiu que o país tem energia suficiente para os serviços essenciais.

Em declarações à agência Novinite, Alexander Nikolov descartou a possibilidade de adotar medidas de retaliação contra a Sérvia e a Hungria.

"No que diz respeito à Sérvia e Hungria, a Bulgária é um parceiro leal de todos os países vizinhos. A Bulgária não é a Rússia", afirmou.

8h45 - Rússia diz ter atingido armas dos EUA e Europa em ataque de mísseis na Ucrânia

O Ministério russo da Defesa anunciou esta quarta-feira a destruição de um depósito de armas em Zaporizhzhia com armas entregues pelos Estados Unidos e países europeus.

O depósito em causa foi destruído com mísseis Kalibr. Moscovo indica que foram destruídos 59 alvos militares ucranianos durante a noite.

8h21 - Gazprom suspende entregas de gás à Polónia e Bulgária

O grupo russo anunciou na quarta-feira a suspensão de todas as entregas de gás para a Polónia e Bulgária. Garantiu que os dois países, membros da União Europeia, não fizeram qualquer pagamento em rublos.

Em comunicado, citado pelas agências internacionais, a Gazprom indica que as empresas Bulgargaz e a PGNiG foram notificadas da "suspensão de entregas de gás a partir de 27 de abril", até que o pagamento seja efetuado em rublos.

A empresa polaca PGNiG confirmou a "cessação completa do fornecimento de gás natural fornecido pela Gazprom". Refere que a situação "não afeta o abastecimento de rotina para clientes".

Considera ainda que a interrupção do fornecimento "é uma violação do contrato" e que a empresa reserva-se no direito de "exigir reparações".

8h08 - Reino Unido responde. Ameaça russa de "resposta proporcional" é "ilegal"

O vice-primeiro-ministro do Reino Unido, Dominic Raab, respondeu à ameaça de Moscovo direcionada a Londres.

"A declaração russa é ilegal e o que nós estamos a fazer é lícito. O direito internacional é muito claro. Os Estados têm direito a fornecer apoio militar a qualquer Estado que exerça o direito de defesa legal contra uma invasão agressiva", referiu o vice-primeiro-ministro em entrevista à Sky News.

Dominic Raab acrescentou que "se a Rússia começar a ameaçar outros países, isso apenas irá aumentar ainda mais o seu status de pária, o que só vai aumentar a solidariedade e o consenso da comunidade internacional em como eles [russos] têm de ser travados".

Na terça-feira, o ministro russo da Defesa alertou para uma eventual "resposta proporcional" contra o Reino Unido após a "provocação direta" e incentivo ao regime de Kiev.

Em causa estão as declarações do ministro britânico das Forças Armadas, James Heappey, sobre os ataques ucranianos em solo russo. O responsável considerou que os ataques contra centros de abastecimento e logística na Rússia são "completamente legítimos".

7h55 - Ucrânia reconhece captura de várias localidades pelas forças russas no leste do país

O exército ucraniano reconheceu esta quarta-feira o avanço significativo das forças russas no leste do país, com a captura de várias localidades nas regiões de Kharkiv e no Donbass.

Izium, Barvinkove, Zavody, Zaritchne, Novotochkivske são algumas das cidades capturadas, de acordo com um comunicado do Ministério ucraniano da Defesa, citado pela agência France Presse.

7h52 - Explosões em depósito de armas junto à fronteira

O governador da região russa de Belgorod, Viacheslav Gladkov, anunciou hoje que foram registadas explosões, na sequência de um incêndio num depósito de armas perto da fronteira com a Ucrânia.

"De acordo com informações preliminares, um depósito de armas incendiou-se perto da cidade de Staraya Nelidovka", disse Gladkov, acrescentando que o fogo já foi extinto, segundo a agência russa Interfax.

A delegação do Ministério de Emergências russo na região de Belgorod disse que as explosões não causaram danos em edifícios residenciais ou casas, nem feridos entre a população civil.

Viacheslav Gladkov acusou nos últimos dias a Ucrânia de levar a cabo vários ataques contra aldeias na região fronteiriça.

O Ministério da Defesa da Rússia ameaçou retaliar com ataques contra a capital ucraniana, se a Ucrânia continuar a atingir território russo.

Em comunicado, o ministério indicou que "as Forças Armadas russas estão preparadas para responder a ataques retaliatórios com armas de precisão de longo alcance dirigidas a centros em Kiev".

(agência Lusa)

7h29 - Ex-dirigente da ONU diz que guerra atual pode levar ao fim das Nações Unidas

Em declarações à agência Lusa, o ex-secretário-geral Adjunto da ONU, Franz Baumann, considerou que a atual situação de guerra poderá levar ao fim das Nações Unidas.

"Eu estou muito preocupado com o futuro da Organização das Nações Unidas (ONU). Passei muito anos na ONU, passei por muitos países e continentes, e temo que este possa ser o fim da Organização. Porque a ONU foi criada no fim da II Guerra Mundial para prevenir guerras como esta e manter a paz internacional", afirmou Baumann.

"Se a ONU falhar - não quero parecer snobe -, não por causa de uma guerra no Iémen ou na República Centro-Africana, mas por uma guerra a envolver um dos cinco pilares da ONU, quem mais acreditará novamente no Estado de Direito ou na Carta das Nações Unidas?", questionou.
Ponto de situação

  • Explosões em Belgorod. Foram relatadas várias explosões na cidade russa de Belgorod, perto da fronteira da Ucrânia. De acordo com as autoridades locais, as explosões foram provocadas por um incêndio num depósito de munições perto da vila de Staraya Nelidovka, a cerca de 40 quilómetros da fronteira com a Ucrânia.

  • Mensagem para Londres. O Ministério russo da Defesa alertou na quinta-feira para a possibilidade de uma “resposta proporcional” imediata caso o Reino Unido continue a “provocação direta” contra Moscovo. Ontem, o ministro britânico das Forças Armadas, indicou que os ataques ucranianos em solo russo contra locais de importância logística são “completamente legítimos”.

  • “Desmembrar todo o centro e leste da Europa”. O presidente ucraniano afirmou na quinta-feira que o “mundo livre” tem direito a “defender-se” das investidas russas. Considera que a Rússia pretende tomar não só o território da Ucrânia, mas também “desmembrar todo o centro e leste da Europa” e dar “um golpe global contra as democracias”. O próximo país sob ataque será a Moldova, refere Volodymyr Zelensky, que culpa Moscovo de tentar destabilizar a situação na região da Transnístria.

  • Guterres segue para Kiev. O secretário-geral das Nações Unidas esteve reunido com o presidente e o ministro russo dos Negócios Estrangeiros durante o dia de terça-feira. Em Moscovo, António Guterres afirmou que a ONU está preparada para mobilizar recursos “humanos e logísticos” para salvar vidas em Mariupol. Vladimir Putin reconhece que a situação na cidade portuária é “complicada e trágica”, mas garante que os combates já terminaram. Depois de Moscovo, o secretário-geral das Nações Unidas segue agora para a capital ucraniana para reunir com Zelensky e o MNE ucraniano, Dmytro Kuleba.

  • Polónia e Bulgária sem gás russo. A Rússia anunciou na terça-feira que deixará de fornecer gás aos dois países a partir de hoje. Varsóvia recusou-se a pagar à Gazprom em rublos e anunciou novas sanções contra entidades russas. Já a Bulgária, que depende quase exclusivamente das importações de gás russo, afirmou ter cumprido com todas as obrigações contratuais e destacou que as novas exigências de pagamento violam os acordos estabelecidos.