Reportagem

Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

Mariana Ribeiro Soares, Andreia Martins - RTP /

Alexander Ermochenko - Reuters

Mais atualizações

22h40 - “Os ucranianos nunca desistirão da sua independência”, garante Zelensky

Num discurso publicado no Telegram, o presidente Volodymyr Zelensky prometeu que a Ucrânia não irá desistir e que irá fazer de tudo “para infligir o maior dano possível ao inimigo”.

“Depois de tudo o que o nosso povo passou, depois de tudo o que aprendemos ao longo dos séculos, os ucranianos nunca desistirão da sua independência”, afirmou Zelensky.

"Até os ocupantes admitem que iremos vencer", disse o presidente ucraniano, ao saudar o próximo dia do Estado ucraniano, 28 de julho, um novo feriado anual.



Zelensky afirmou que a Ucrânia terá uma semana importante pela frente, com o feriado a aproximar-se no meio do que ele apelidou de "guerra cruel".

"Mas vamos comemorar contra todas as probabilidades. Porque os ucranianos não serão intimidados”, declarou.

22h00 - Rússia admite ataque a porto de Odessa

A Rússia admitiu, hoje, o ataque a Odessa, e disse ter atingido um navio de guerra ucraniano.

Zelensky, que qualificou o episódio como bárbaro, afirma que as forças ucranianas vão recapturar a região sul de Kherson.

Por sua vez, o ministros russo dos Negócios Estrangeiros iniciou uma viagem por África para garantir apoios.


21h20 - RTP na Transnístria. Cresce a tensão na fronteira com a Ucrânia

O ataque de mísseis russos a Odessa agravou a tensão da população civil na fronteira da Ucrânia com a Transnístria, território dominado por separatistas pró-russos.

Moscovo mantém naquela região uma força considerável que Kiev teme que possa ser instrumento de nova frente de guerra.
A reportagem é dos enviados da RTP a Kuchurgan, António Mateus e Cláudio Calhau.

19h20  - Ucrânia confirma a morte de 18 médicos e a danificação de centenas de instalações durante a invasão

O Ministério da Saúde da Ucrânia adianta que pelo menos 18 médicos morreram e quase 900 instalações médicas foram danificadas ou destruídas desde a invasão russa da Ucrânia, que este domingo chegou ao quinto mês.

Numa publicação no Facebook, o Ministério da Saúde ucraniano afirma que mais de 50 funcionários médicos foram feridos por ataques russos desde 24 de fevereiro.

A publicação adianta ainda que 123 instalações médicas na Ucrânia foram totalmente destruídas pelas forças russas, enquanto outras 746 ficaram danificadas.

18h55 - Presidente alemão afirma que a guerra na Ucrânia é também "uma guerra contra a união da Europa”

A guerra que o presidente russo Vladimir Putin lançou contra a Ucrânia é também "uma guerra contra a união da Europa", criticou o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, este domingo.

"A guerra que Putin está a travar contra a Ucrânia é também uma guerra contra a união da Europa. Não devemos permitir a nossa divisão, não devemos permitir que a grande obra de uma Europa unida seja destruída", disse Steinmeier durante um discurso na cidade alemã de Paderborn.

"Esta guerra não é apenas sobre o território da Ucrânia, é sobre o fundamento duplamente comum dos nossos valores e da nossa ordem de paz", acrescentou.

Mas defender esses valores significa também estar pronto para “aceitar desvantagens significativas”, sublinhou o presidente alemão, sem dar mais detalhes sobre as desvantagens em questão.

17h17 - Lavrov diz que Rússia já levantou bloqueio aos portos ucranianos

O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, afirmou hoje no Cairo que já foi levantado o bloqueio aos portos ucranianos, após o acordo alcançado na sexta-feira em Istambul, e atribuiu a crise alimentar mundial às sanções ocidentais contra Moscovo.

"Confirmamos o compromisso dos exportadores russos de cereais em cumprir todas as suas obrigações", disse Sergei Lavrov numa conferência de imprensa após um encontro com o seu homólogo egípcio, Sameh Shukri, no Cairo, onde iniciou uma visita a vários países africanos.

"O Presidente Vladimir Putin também sublinhou isso durante uma recente conversa telefónica com o Presidente egípcio [Abdel Fattah] al-Sisi", continuou Lavrov, que, na próxima semana, deverá também visitar o Uganda, a Etiópia e o Congo.

Segundo afirmou, "houve uma iniciativa do secretário-geral da ONU e o bloqueio imposto aos portos ucranianos foi efetivamente levantado, sendo que a outra parte da iniciativa é levantar o cerco às exportações russas de trigo".

Lavrov reiterou, contudo, que, para abrir um caminho seguro para a saída dos cereais armazenados nos silos da Ucrânia, um dos maiores fornecedores de cereais do mundo, este país deve primeiro remover as minas que colocou nos seus portos no início da invasão russa do seu território.

"O lado ucraniano deve retirar as minas que colocou em portos e praias. Há vários navios retidos nestes portos devido ao perigo dessas minas", disse.

Por outro lado, sublinhou que o acordo alcançado na sexta-feira na Turquia inclui "remover todos os obstáculos à circulação de navios russos no mundo".

Lavrov não fez qualquer referência ao ataque no sábado contra o porto de Odessa, já depois da assinatura do pacto. Segundo o seu porta-voz, este ataque foi dirigido contra uma infraestrutura militar.

(agência Lusa)

16h38 - Governo do Canadá confirma morte de canadiano na Ucrânia

O governo do Canadá anunciou este domingo que um cidadão canadiano morreu recentemente na Ucrânia. Os meios de comunicação social avançam que o canadiano estava com os dois cidadãos norte-americanos que morreram na região do Donbass, no leste da Ucrânia.

"A Global Affairs Canada está ciente da morte de um canadiano na Ucrânia. Funcionários consulares estão em contacto com a família e estão a fornecer assistência consular", disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Canadá este domingo, acrescentando que não serão fornecidos mais detalhes devido a questões de privacidade.

A morte dos dois cidadãos norte-americanos foi confirmada no sábado pelo Departamento de Estado dos EUA. As declarações do Departamento de Estado e do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Canadá não fornecem detalhes sobre quão recentes foram as mortes ou as suas circunstâncias.

14h53 - Ucrânia quer recapturar região de Kherson em setembro

Sergiy Khlan, assessor do governador ucraniano da região de Kherson, disse este domingo que acredita numa reconquista daquele território em breve.

"Podemos dizer que a região de Kherson será definitivamente libertada em setembro e todos os planos dos ocupantes vão falhar", disse o responsável à televisão ucraniana, declarações citadas pela agência France Presse.

A região de Kherson foi tomada pelas tropas russas logo no início da guerra, nos primeiros dias de março. Nas últimas semanas, as tropas ucranianas têm obtido ganhos nesta zona, muito devido ao impacto da ajuda ao nível de armamento enviado pelo Ocidente.

14h43 - A mudança de narrativa sobre o ataque a Odessa

A Rússia alterou o discurso e admite agora ter atacado o porto de Odessa. Moscovo diz que o alvo foi um navio de guerra ucraniano e um depósito com material de defesa fornecido pelos Estados Unidos.

13h15 - Papa Francisco: "Tenho uma grande vontade de ir a Kiev"

Em declarações aos jornalistas durante a viagem entre Roma e o Canadá, o chefe da Igreja Católica disse aos jornalistas que gostaria de viajar até à Ucrânia. "Tenho uma grande vontade de ir a Kiev", afirmou Francico, citado pela agência Reuters.

11h33 - Exército ucraniano apela à revelação das moradas de militares ocupantes e colaboracionistas



11h06 - Turquia com vantagem na compra de cereais ucranianos

O chefe da comissão de agricultura do parlamento turco confirmou que o país poderá comprar cereais ucranianos a um preço mais vantajoso graças ao papel de mediador no acordo assinado na sexta-feira para retoma das exportações da Ucrânia.

"Os ministros da Rússia e da Ucrânia prometeram verbalmente que a Turquia receberia vantagens em termos de preços de cereais e da sua compra", disse Yunus Kilic ao jornal turco Sabah.

O deputado referiu, contudo, que "Kiev vai determinar os países fornecedores, os seus volumes e os preços de cereais".

Com este acordo, Ancara limita-se a assumir uma função administrativa para facilitar o comércio internacional dos cereais ucranianos.

10h28 - Exportação de cereais não será fácil, diz assessor económico de Zelensky

Em declarações às televisões ucranianas, citadas pela agência Reuters, Oleh Ustenko alerta que o bloqueio russo no porto de Odessa continua a pesar nas exportações ucranianas.

Sem ataques ou bloqueios, a Ucrânia seria capaz de exportar 60 milhões de toneladas de cereais nos próximos oito a nove meses.

O ataque de sábado contra o porto de Odessa mostra que, mesmo com o acordo alcançado com a ajuda da Turquia e da ONU, não será fácil assegurar a exportação.

Destes cereais, 20 milhões de toneladas estão armazenadas nos silos e há mais 40 milhões que fazem parte das novas colheitas. Com os ataques e dificuldades de operação nos portos ucranianos no Mar Negro, a exportação destas toneladas de cereais poderá demorar até dois anos.

9h00 - Ucrânia tenta retomar exportações em Odessa

Menos de um dia após o ataque contra o porto de Odessa, a Ucrânia tenta este domingo retomar as exportações de cereais através deste e de outros pontos do Mar Negro.

Oleksandr Kubrakov, ministro ucraniano das Infraestruturas, indicou no Facebook que continuam "os preparativos técnicos" para a retoma das exportações.

De acordo com a emissora pública Suspilne, que cita militares ucranianos, os mísseis que atingiram o porto no sábado não danificaram significativamente as infraestruturas.
Ponto de situação

  • A porta-voz da diplomacia russa adiantou este domingo que mísseis russos destruíram, no último sábado, “infraestrutura militar” no porto de Odessa, vital para a exportação de cereais ucranianos.

  • "Os mísseis Kalibr destruíram a infraestrutura militar no porto de Odessa com um ataque de alta precisão", disse Maria Zakharova através do Telegram.

  • Após o ataque de sábado a Odessa, a Ucrânia acusou Vladimir Putin de ter "cuspido na cara" da ONU e da Turquia, ao comprometer o acordo assinado na sexta-feira sobre a retoma das exportações de cereais através do Mar Negro.

  • No sábado, a Rússia tinha negado à Turquia qualquer envolvimento nesses ataques: "Os russos disseram-nos que não tinham absolutamente nada a ver com este ataque e que estavam a analisar a situação muito de perto", assegurou o ministro turco da Defesa, Hulusi Akar.

  • Segundo o porta-voz da Força Aérea Ucraniana, dois mísseis atingiram o território portuário de Odessa no sábado e outros dois foram derrubados por defesas antiaéreas antes de atingirem seu alvo.