ONG americana acusa Israel de matar quatro dos seus membros em Gaza
A ONG Anera, de origem norte-americana, anunciou esta sexta-feira a morte num bombardeamento israelita de quatro guardas de uma caravana dos seus veículos que circulava no sul de Gaza.
"Após a operação de apreensão e depois de confirmar a possibilidade de atacar apenas o veículo dos militantes, o ataque foi efetuado, uma vez que os restantes veículos da caravana não foram atingidos e o alvo foi visado de acordo com o plano", escreveu Adraee.
"A operação para atingir os militantes eliminou o risco de apreensão da caravana humanitária. A presença de homens armados dentro de um comboio humanitário de forma descoordenada dificulta a segurança das caravanas e do seu pessoal e prejudica o esforço humanitário", acrescentou.
Segundo a Anera, as autoridades israelitas afirmaram que o veículo atacado transportava "numerosas armas", mas a ONG garantiu que a caravana era de material médico e combustível destinado ao hospital dos Emirados Árabes Unidos em Gaza e que o transporte foi efetuado pela empresa Move One, com a qual tem "um acordo estrito" para utilizar apenas "elementos de segurança sem armas".
Nenhum membro não-palestiniano da Anera ficou ferido e a caravana continuou o seu caminho até chegar ao hospital dos EAU, completando a entrega de "ajuda crítica", acrescentou.
Este incidente surge na sequência de outro semelhante registado na noite de terça-feira naquela mesma zona, quando uma caravana organizada pelo Programa Alimentar Mundial foi também atacada pelo Exército israelita, que disparou pelo menos dez vezes contra o primeiro veículo, e apenas a blindagem do veiculo protegeu as vítimas.
Como resultado, o PAM suspendeu temporariamente os seus movimentos em Gaza.
Em 23 de julho, a UNICEF afirmou que dois dos seus veículos foram atingidos por munições reais enquanto esperavam num ponto de detenção designado.
Em abril, um ataque israelita atingiu três veículos da World Central Kitchen, matando sete pessoas.
Questionado sobre o incidente mais recente, Stéphane Dujarric, porta-voz do secretariado-geral da ONU, esclareceu que a organização não esteve envolvida na coordenação desta coluna.
Mas lembrou que com este tipo de ataques "tornou-se quase impossível entregar ajuda humanitária [em Gaza] até que um cessar-fogo seja finalmente alcançado".