Papa diz que tratamento dos refugiados é teste à humanidade e solidariedade

por Lusa

Entebbe, Uganda, 27 nov (Lusa) -- A forma como o mundo trata os refugiados é uma indicação da "nossa humanidade" e da "nossa solidariedade", considerou hoje o papa Francisco, no Uganda, país do qual elogiou o acolhimento "extraordinário" dado aos migrantes nos últimos anos.

"O nosso mundo, confrontado com guerras, violência e diversas formas de injustiça, experimenta uma movimentação sem precedentes de povos. A maneira como nós os tratarmos é um teste à nossa humanidade, ao nosso respeito da dignidade humana e sobretudo á nossa solidariedade para com os nossos irmãos e irmãs em necessidade", afirmou Francisco, no seu primeiro discurso em terra ugandesa, segunda etapa da sua viagem a África, depois do Quénia.

"Aqui, na África Oriental, o Uganda mostrou uma extraordinária preocupação com o acolhimento de refugiados, ajudando-os a reconstruirem as suas vidas em segurança e com sentido da dignidade", sublinhou o Papa, ao falar na Presidência do país, perante o Presidente Yoweri Museveni e o seu governo, pouco depois de aterrar no aeroporto de Entebbe, nas margens do Lago Vitória.

Seguindo o Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados, o Uganda acolhe mais de meio milhão de pessoas que fugiram dos seus países, designadamente das violências e dos conflitos nos Estados vizinhos República Democrática do Congo e Sudão do Sul.

Estas observações do papa são feitas quando o continente europeu enfrenta nos últimos meses o maior afluxo de refugiados e migrantes desde a II Guerra Mundial.

Na sua maioria, fogem dos conflitos na Síria e do Afeganistão, mas alguns procuram escapar à pobreza ou a regimes autoritários do continente africano.

"Apesar de a minha visita ser breve, espero encorajar os numerosos esforços em curso para cuidar dos pobres, dos doentes e dos que estão em dificuldade, seja de que forma for. É por estes pequenos sinais que vemos a alma de um povo", acrescentou.

Denunciou ainda um mundo "que se torna cada vez mais pequeno", "a globalização de uma `cultura da rejeição` que cega em relação aos valores espirituais, endurece os corações face às necessidades dos outros e priva os jovens de esperança".

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